Distância - Extra Red's (parte 2)

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Que noite de Natal maravilhosa; Brick pensava fechando rudemente a porta do seu apartamento. Observou o cômodo vazio e solitário refletir exatamente o seu estado de espírito e não se sentiu melhor com isso.

Aquele apartamento anteriormente lhe passava uma sensação de conforto e aconchego, agora só conseguia enfatizar ainda mais o quanto estava sozinho. Ele havia passado há alguns anos por reformas; após o ataque do Ele, boa parte do apartamento havia sido comprometida, por sorte não foi destruído completamente. Depois de estar novamente de pé os garotos escolheram voltar ao seu velho ninho, por já estarem familiarizados com o ambiente, mas não ficaram muito tempo. Pelo menos Boomer e Butch não ficaram.

Brick suspirou, frustrado. Seguiu até seu quarto, onde planejava ter uma noite de sono nada confortável e regada de maus pensamentos sobre seu atual namoro.

Blossom não estava o traindo, mas Brick conseguia se sentir ainda pior do que se fosse. Ela estava mesmo pensando em trocar sua vida, sua família, amigos e cidade natal por uma promoção naquela droga de trabalho?

Ele se sentia indignado por isso.

Poderia compreender ela, sim. Mas não conseguia deixar a raiva de lado para raciocinar normalmente.

A única coisa que pensava era no quanto se sentia tolo por esperá-la por todos esses anos ansioso e saber que, na primeira oportunidade, ela resolveu ficar longe dele. Ela realmente não sentia sua falta?

Se debateu na cama, atordoado com aqueles devaneios e os sentimentos conflituosos que pareciam arder em seu peito. Lidar com emoções era problemático.

Conseguiu enfim dormir e quando acordou não ficou surpreso ao perceber que Blossom não havia lhe mandado sequer uma mensagem. Ela era orgulhosa, ainda mais que ele. A maioria dos conflitos que tiveram terminava NELE vergonhosamente pedindo desculpas. Não sabia onde tinha aprendido a ser tão submisso.

Passou o dia inteiro vagando de canto a canto da casa, arrastando-se como um pobre coitado, pensando na garota todas as vezes que pegava o celular e via sua foto, agora de aparência tão amarga. Praticamente não comeu, já que ele próprio não considerava tigelas de cereal uma refeição de verdade. E suas diversões eram assistir programas genéricos e sem graça na televisão.

No final do dia, após o seu banho e já estirado na cama prestes a dormir, se rendeu à tentação e pegou o celular, de novo, para conferir as mensagens. Nada ainda!

Ela não o ligaria; ele disse a si mesmo deixando o celular de lado e se revirando na cama para dormir. E ele também não ligaria. Estava certo naquela discussão, ora! E, se ela fosse mesmo continuar lá, então já sabia qual era a opinião dele.

Os dias que se seguiram não foram diferentes dos anteriores. Brick permanecia como um morto-vivo, arrastando-se pela casa.

Não saiu de sua casa sequer para o Ano Novo. Deixou bem claro aos irmãos que vieram vê-lo de que estava apenas cansado e não queria ver ninguém por um tempo e que, além disso, tinha de terminar seu trabalho da faculdade. Ele não havia mentido, de fato; ele realmente tinha projetos pendentes para entregar, mas é claro que este não era o único motivo. Ultimamente usara daquele trabalho para manter sua cabeça ocupada e não acabar pensando de novo naquela pessoa.

Erro seu! Acabou não ajudando de nada, até porque era difícil se concentrar em outra coisa quando se estava 24 horas por dia encarando seu celular.

Ele ainda não havia se conformado com o fato de que Blossom não o ligaria. E ele se odiava por isso!

Bem, agora já era dia 2 de janeiro, exatamente o dia em que Blossom voltaria para casa. Não poderia se sentir pior, afinal, era já noite. Nada de mensagens! Como ele, infelizmente, supunha…

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