Aliança Perigosa

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O presídio de Townsville. De acordo com muito, um dos mais seguros de todo país. Isso porque, por conta do alto índice de vilões com “habilidades especiais”, fora projetada para conseguir conter até o mais forte dos homens, mantendo a cidade segura.

Pelo menos era isso que ela pregava. Agora mesmo, em meio a uma monótona noite de segunda feira, enquanto os policiais passavam seu tempo naquele momento com jogos de cartas e cafezinhos, são tirados de seu entretenimento por um barulho alto vindo do final do corredor.

Faltou cuspirem sua bebida por conta do susto. Levantaram-se rapidamente de sua mesa já com armas em mãos dirigindo-se à sala aos fundos, onde, curiosamente, ficavam os piores dos piores. Aqueles que, por conta de seu alto risco, eram encarcerados em celas especiais, fechadas completamente.

A cela de onde viera o barulho era fechada por uma porta metálica, da qual só havia uma pequena abertura da janela, por onde era entregue a comida.

Ao se aproximarem, encostaram cada um em um lado da porta levantando suas armas em posição de alerta. Deram sinal um ao outro, começando contagem regressiva para entrar. Ao final da contagem um deles gritou, alertando sua entrada, destrancaram a porta e entraram rapidamente, assustando-se ao ver a parede do pequeno cubículo em pedaços.

Os destroços mostravam que haviam sido destruída com brutalidade. Sabiam que uma parede resistente como aquele não poderia ter ido abaixo com qualquer instrumento.

Entreolharam-se em pânico, como se buscassem a resposta no olhar um do outro.

Um deles solta um suspiro, voltando a encarar a destruição. Diz, convicto:

— É hoje que perdemos nosso emprego!

[...]
 

Três dos super-heróis da cidade se encontravam na mesa de uma famosa sorveteira da cidade. Um deles, o Desordeiro loiro, comia seu Sundae, deliciando-se a cada colherada, tremendo as pálpebras de prazer.

A garota ao seu lado, Bubbles, sorria pela forma um tanto exagerada que o garoto mostrava quando o assunto era doces. Já Blossom, sentada bem na sua frente na mesa, perdia-se em pensamentos, mal dando atenção para o sorvete que tomava.

Sua cabeça estava lotada há dias. Claro que seus devaneios tinham nome: Brick. O Desordeiro que, mesmo que inconscientemente, conseguia prender sua atenção. Afinal, o “estado” do garoto a preocupava muito. Tentava acreditar que o fato dessa preocupação era apenas pela cidade e as pessoas à sua volta, mesmo que vez ou outra certos “pensamentos incômodos”, como ela chamava, acabam por invadir sua mente.

Não! O único motivo pela qual estava ligada ao Brick era o Ele e apenas isso. Pelo menos era isso que dizia aos outros.

Já havia se convencido de que o que sentia pelo Desordeiro era apenas um sentimento de pena e compaixão. Pois ela sentia em seus olhos a dor e o desgosto. E mesmo que raras as vezes, havia comprovado sua tese de que Brick era alguém “normal”, pelo menos no sentido de sentir-se triste, como um humano.

Ele não era desprovido de sentimentos pelo menos, ela pensava.

Mas ainda assim isso não descartava o fato de que estava pensando nele um pouco demais, na sua opinião. Sua irmã Bubbles, que o diga. Mesmo não sabendo o motivo, percebia que a ruiva parecia um pouco mais distante e pensativa que o normal. Por isso, a trouxe para o local.

Quem sabe o problema da garota não resolvesse com doces? Não era preciso nem esclarecer para a ruiva quem havia tido a ideia…

Sem saída, acabou aceitando. Pensando melhor, quase que se arrependia por ter ido. Só não fazia isso pois compreendia e sentia gratidão pelos atos nobres da loira em preocupar-se com ela. Mas ainda assim, estava entediada.

Mundos OpostosWhere stories live. Discover now