Ao resgate de Brick

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Os heróis voavam por cima de um extenso matagal no momento. Nada se podia escutar além dos sons externos da floresta e o rastreador que estava nas mãos de Blossom. O aparelho emitia “beeps” sem parar conforme a luz que sinalizava o portal piscava.

Os olhos da ruiva permaneciam vidrados no rastreador, vez ou outra olhando a sua volta em busca de algo suspeito.

Ninguém fora capaz de dizer nada desde que saíram do laboratório do Professor. A conversa que tiveram com ele havia sido curta. Mesmo que perigoso, o homem foi incapaz de deter suas filhas, elas, principalmente Blossom, estavam dispostas a fazer de tudo para resgatar o Desordeiro.

Ele não pôde fazer nada, apenas entrego-lhes o aparelho, algumas armas extremamente tecnológicas cujo funcionamento nenhum deles foi capaz de entender e mantimentos. Este último eles foram obrigados a levar consigo. Por algum motivo, Professor imaginava que o resgate poderia durar dias. Mesmo que não fosse, era coisa de pai…

Boomer há alguns minutos observava a garota. Seu corpo queria porque queria se aproximar dela, seu lado compreensível apitava para que fosse tentar confortá-la. Não resistiu a tentação e flutuou ao seu lado.

Ela demorou a perceber sua presença.

— E aí? — Ele a perguntou, tentando parecer casual, mesmo que naquele momento.

— Estou tentando encontrar algum sinal do portal, mas ele desaparece o tempo todo. — Ela falou, analisando a bolinha vermelha piscante que de vez em quando, ou desaparecia, ou reaparecia muito longe de onde estava anteriormente. Os sinais eram confusos. Bateu algumas vezes na lateral do aparelho, como se isso fosse, magicamente, consertá-lo.

— Hum… — Foi a única coisa que ele disse.

Permaneceu em silêncio alguns minutos. Tentava formular alguma coisa para dizer, mas sua mente não conseguia. E a tensão desconfortável novamente se formava.

— Blossom… — Ele a chamou. Blossom respondeu com um murmuro, sem tirar os olhos do aparelho. — Você… não precisa se preocupar com o Brick, ok? Vai ficar tudo bem!

Ela direcionou seu olhar a ele, espantada, confusa, talvez um pouco mais calma, mas ainda assim, muito confusa.

— Por que está dizendo isso?

— Eu vejo como está preocupada.

Ela desviou o olhar, sentindo as bochechas esquentarem. Estava tão na cara seu nervosismo?

Suspirou. É claro que estava. Ela emanava desespero.

Abaixou o rosto, cabisbaixa.

— Eu tento não pensar no pior, mas… — Soltou mais ar de seus pulmões de maneira sôfrega. — Só queria saber porque ele fez isso.

— Talvez… para proteger você!

Ela o fitou assim que ele disse, prendendo seus olhos na imensidão azulada que eram os dele. O rosto angelical estava sério, mais maduro, diria. Com certeza não era uma aparência que combinava muito com ele.

— Eu sei que o Brick se preocupa com a gente, apesar de tudo… Ele não tomaria uma decisão precipitada dessas se não fosse por isso. Além disso, ele não se permitiria perder para o Ele. Sei que quando chegarmos iremos encontrá-lo. Tudo vai ficar bem no final! Ok?

Blossom engoliu a seco. Fez que sim com a cabeça e voltou sua visão para frente.

Ela se sentiu mais leve após a fala de Boomer. Estava tão assustada, precisava mesmo de palavras de força para não despencar.

Bubbles tinha mesmo sorte, Blossom pensava. Boomer era, sem dúvida, a melhor pessoa que já havia conhecido.


[...]


Mundos OpostosWhere stories live. Discover now