Confusões Amorosas

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E lá estava ele, em frente a uma fervorosa platéia. As mãos que seguravam a guitarra tremiam desenfreadamente. Seu rosto suava ao ponto de pingar.

Os dois rapazes ao seu lado, Joe na bateria e Bob no baixo, o observavam com uma expressão preocupada. Talvez não tivesse sido uma boa ideia chamar um novato, afinal; os dois pensavam.

— Ei, Boomer… — Bob o chamou baixo. — Você está bem?

O loiro engoliu a seco, virando o rosto pálido em sua direção e cochichando:

— Dá tempo de mudar de ideia?


Alguns minutos antes:


“— Acha que ele pode dar conta? — Perguntava Joe para a garota.

— Talvez… — Ela responde balançando os ombros.

— Não temos outra saída, vamos ter que fazer isso. — Bob dizia.

Os três jovens voltam seu olhar para o loiro, que até então apenas assistia em silêncio a conversa deles. Boomer sentiu o corpo se arrepiar por completo quando os olhares se direcionaram para si.

— O-O que você querem? — Perguntou nervoso.

— É… não tem jeito. — Joe falou, agarrando o Desordeiro de maneira rude e o jogando sobre uma cadeira próxima o assustando. Pegou a guitarra, empurrando para ele. — Solta alguma coisa aí!

Boomer intercalou seus olhos entre o instrumento e o rapaz na sua frente ainda confuso. Sentiu seu rosto corar, berrando desesperado:

— Você quer que eu toque?

— Claro. Eu preciso ter certeza de que sabe, não é?! — Disse cruzando os braços. — Agora vai logo, estamos sem tempo.

O loiro respirou fundo, tirando coragem para tocar os primeiros acordes. Era complicado se concentrar com aqueles olhares atentos em si; ele pensava. Sempre odiou ser o centro da atenção, mesmo sendo uma pessoa potencialmente chamativa. Ele era popular sim, mas não era amigável para essa finalidade; apenas gostava de conversar com as pessoas. A popularidade era resultado disso.

O loiro fechou os olhos, deixando então que a voz se soltasse enquanto tocava, impressionando Vicky e Bob. Os dois se entreolharam sorrindo, voltando seu olhar para o loiro, animados.

Já Joe não demonstrava tanto entusiasmo quanto os outros dois. Permanecia com uma expressão fria, o que deixava o rapaz ainda mais nervoso por pensar não estar agradando.

Não terminou a música, parou de tocar e encarou os três, esperando ansioso a resposta deles.

— E aí? O que acharam?

Joe descruzou os braços, dando as costas para ele e indo em direção à saída dos bastidores. Antes de sair ele olhou o garoto, respondendo-o:

— Apresentamos daqui 1 hora.”




Conclusão: estava agora em frente há uma plateia, travado. Era ainda mais assustador do que pensava. Dezenas de olhares, todos em sua direção.

O garoto que estava acostumado a cantar para si mesmo no chuveiro agora iria pela primeira vez deixar que os outros escutassem a sua voz.

Havia tido pouco tempo para ler a partitura das músicas, e mesmo que já soubesse tocá-las muito bem, ele sempre havia feito isso sozinho. Tinha medo de durante a música esquecer tal nota, ou desafinar na frente de todos.

Da plateia, Vicky observa o garoto enquanto entregava os pedidos. Estava apreensiva. Pensava que talvez tivesse agido errado colocando-o para fazer algo assim na frente de todos. Mas quando o escutou ficou tão impressionada. Ele era bom no que fazia, era impossível negar após escutar aquilo.

Mundos OpostosWhere stories live. Discover now