Frente a frente com o inimigo

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O horizonte vermelho parecia familiar para o líder dos Desordeiros; presenciava aquela paisagem todas as noites em seus pesadelos.

Enquanto voava por aquela imensidão de mesma cor, seus olhos vagavam de um lado para o outro em busca de algo. Não demorou a avistar uma figura a alguns metros de distância dele, flutuando. Segurou a alça de sua mochila e aumentou a velocidade.

Percebeu que se tratava de um gárgula. No mesmo instante a fera também o reconheceu, grunhindo alto e se preparando para atacar. O ruivo não precisou de muito, golpeou a fera uma única vez e conseguiu abatê-la. Ela se desfez como pó.

Era a terceira fera que via em um período de tempo relativamente curto. Aquilo só podia significar uma coisa: estava perto! Tomou fôlego e prosseguiu no mesmo caminho em que estava.

O Ele lhe esperava!


[...]


— Como assim vocês não sabem onde o Brick está? — Gritou a Superpoderosa.

Os dois Desordeiros se comprimiram como duas crianças que acabaram de levar um sermão de seu responsável. As duas irmãs da garota, logo atrás, ficaram espantadas com sua reação e se entreolharam.

Estavam os cinco heróis no corredor já vazio do colégio. Havia alguns minutos que o último sinal havia soado e os alunos já tinham se retirado.

— Blossom, você não acha que está se desesperando demais? — Perguntou Bubbles, pela quarta vez naquela tarde.

— É, Blossom… se acalma, ok?! — Falou Boomer de maneira macia, temendo qualquer reação mais assustadora da ruiva. — O-Olha, o Brick sempre some desse jeito as vezes. É normal!

— Sim, ele faz isso o tempo todo, na verdade. — Completou Butch, usando do mesmo tom amenizador do irmão. — Logo, logo ele aparece. Relaxa.

A afirmação dos dois irmãos não serviu para tranquilizar a garota, nem um pouco. Apesar de ser cotidiano essas “escapadas” do garoto, era algo para se preocupar. Além disso, aquele sentimento desconfortável, a sensação de que algo estava errado… apenas ver o garoto, com os próprios olhos, diminuiria sua apreensão.

Blossom abaixou o rosto, sua expressão era ainda de apreensão e tristeza. Sentiu uma mão acolhedora ser colocada em seu ombro. Era Bubbles.

— Você está bem, Blossy?

Bubbles viu os olhos da irmã se firmarem ao seu, como se gritassem em silêncio por alguma ajuda. A ruiva desviou o olhar ao perceber que estava prestes a chorar. Limpou os vestígios de suas lágrimas e voltou a sua feição firme e séria de sempre.

— Precisamos ir atrás do Brick. Aconteceu alguma coisa com ele… — Ela murmurou essa última parte. Por pouco todos não entenderam o que ela havia dito.

— Por que acha que alguma coisa aconteceu? — Perguntou Boomer.

Blossom não soube responder. Como iria explicar aquelas estranhas sensações de desespero? Era ilógico demais até para ela entender. Apenas sentia e pronto!

Buttercup soltou um suspiro e tomou a frente de todos para dizer:

— Tá legal, vamos atrás do Brick!

Todos foram pegos de surpresa com a ação da Superpoderosa. Até ela mesma estranhava aquilo. Mas ela compreendia, de certa forma. Blossom estava agitada, confusa e transmitia uma espécie de desespero que ela tentava de todas as formas suprir. Ela dizia sempre que algo havia acontecido com Brick; isso poderia ser dito pela própria Buttercup como paranóia, ou exagero, mas não era.

Mundos OpostosWhere stories live. Discover now