Capítulo 17 - A corrida noturna

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Mais um capítulo pra vocês, dessa vez, um pouco mais longo, mas super fofo. Desfrutem! Votem no capítulo, por favor.

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Tradução: Dora_Meira
Revisão: _donaleticia
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18 de setembro de 2009.

Após o ensaio da orquestra, abaixei a cabeça e lentamente limpei meu clarinete. Uma melancolia indescritível me abateu, de repente. Eu finalmente passei a acreditar na frase: "Quando uma mulher se apaixona o QI dela diminui." Não, a verdade é que nem cérebro elas têm.

A moça que tocava flauta ao meu lado estava se queixando para a moça do violino, "Olha, eu estou com mais uma linha de expressão no meu olho! Ai, não! Eu estou ficando velha."

Eu bem que queria ser três ou quatro anos mais velha agora. Pelo menos, eu não teria que ouvir, "Eu sou muito mais velho que você." Eu achei que essa frase tivesse mexido com os meus neurônios.

Afinal, qual é o problema de ser seis anos mais velho que eu? Meu histórico é terrível e eu nem consigo listar os nomes nessa orquestra. Mas eu sei que deve existir muita gente no mundo com seis anos ou mais de diferença da pessoa amada.

"Se a situação é particularmente confusa, então simplesmente diga a verdade."

Eu olhei para o relógio no meu pulso, hoje é sexta-feira e o Doutor deve estar de plantão. Não sei de onde tirei coragem, mas terminei de guardar minhas coisas e saí.

Mais de meia hora depois, eu estava esperando o elevador na ala da enfermaria, parada em frente à porta de vidro. O que eu devo dizer? O que eu devo fazer? A minha mente parecia cheia de peças de um quebra-cabeça e sem nenhuma resposta ou pensamento lógico. Eu estava confusa e me perguntava o porquê da universidade não oferecer um curso de psicologia do amor.

Ao virar o corredor, eu me perguntei: E se eu colocar o meu estojo para clarinete no chão para acharem que eu sou uma artista errante do metrô? Eu posso dizer que eu vim para cá depois de uma performance artística.

Eu respirei fundo, olhei para cima e vi que o Doutor tinha terminado uma conversa com um paciente e estava prestes a entrar na sua sala. Ele olhou para mim e parou na porta do escritório.

A dez passos de distância, minha adrenalina subiu de uma só vez.

As mãos dele estavam paralelas ao seu corpo reto. Ele se inclinou abriu a porta de sua sala.

A porta se fechou após eu entrar. Na sala, havia somente nós dois e não dizíamos nenhuma palavra.

Ele ficou na porta, seu olhar estava no meu rosto, sem expressão. Meus batimentos cardíacos foram gradualmente desacelerando, e eu não sabia se ria ou se chorava. Pelo menos, ele não fez nenhuma pergunta do tipo, "Como vai o seu pai?"

Eu não sei por quanto tempo ficamos ali parados, mas ele curvou ligeiramente a cabeça e andou em direção à sua mesa, de costas pra mim.

Eu me controlei por muito tempo, mas meus olhos começaram a ficar vermelhos. Eu respirei fundo e engoli saliva. Eu me esforcei bastante para conter a acidez nos meus olhos. Se eu derramasse lágrimas seria difícil de explicar.

Antes que eu pudesse controlar minhas emoções, o Doutor se virou e me entregou uma maçã lavada e um papel toalha. "Coma esta maçã."

Isso me deixou atordoada. Olhando obedientemente para o papel toalha que ele me deu, limpei as mãos, peguei a maçã e comecei a morder.

The Oath Of Love...Entrust My Life To You PT-BRWhere stories live. Discover now