Capítulo 3 - Os Olhos Dele

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Tradução: Dora_Meira
Revisão: _donaleticia

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No quarto dia após a cirurgia, a consciência do Professor Lin havia despertado plenamente. De manhã cedo, um grupo de médicos veio fazer a ronda.

Médico A: "Como o senhor está se sentindo hoje?"

Eu: "Apesar da flatulência que o fez sentir dor, de resto está tudo bem."

O diretor examinou o abdômen e a ferida da incisão: "A flatulência é normal. Depois que os gazes saírem ele vai poder beber água."Minha mãe e eu rimos juntas. "A recuperação está indo bem; vocês duas realmente trabalharam duro."

Ao ouvir esta frase, o médico alto e magro - que estava de cabeça baixa escrevendo no portuário ao lado do outro médico - ergueu a cabeça e sorriu para mim.

Eu não sabia como descrever aqueles olhos. Eles eram claros, brilhantes e gentis. Me fizeram lembrar de um poema que eu li há muito tempo atrás, 'Ela caminha entre a bela luz e a sombra, como o céu de uma noite sem nuvens, as estrelas cintilando.'
Havia um mundo vazio e tranquilo neles, que fazia com que as pessoas desejassem cair e ficar.

Eu perdi a cabeça por um segundo e olhei para o crachá em seu peito - Gu Wei, médico profissional. O médico responsável pelo Professor Lin.

Eu nunca acreditei no que as pessoas chamam de amor à primeira vista e também achava que eu tinha uma certa resistência a homens bonitos. Mesmo assim, não pude deixar de suspirar, aqueles olhos eram muito extravagantes.

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5 de março de 2009.

No quinto dia após a cirurgia, depois de terminar o café da manhã, minha mãe trocou de lugar comigo, então eu pude descansar. Eu peguei uma maçã e uma faca para cortá-la fora da ala da enfermaria, e apoiada no corrimão do corredor comecei a descascá-la lentamente.

Entre comer a fruta ou descascá-la com a faca, eu gostei mais de descascá-la. Ajustar continuamente o ângulo do corte e observar a casca fina formando um círculo completo foi uma forma maravilhosa de acalmar minhas emoções.

Bem no meio da minha atividade, fui abençoada ao erguer a cabeça rapidamente e ver o Doutor Gu a cinco metros de distância, caminhando em minha direção. Com seus ombros esguios, ele caminhou silenciosamente como um gato sem fazer nenhum barulho.

Eu firmei o pulso e tentei finalizar o serviço rapidamente, mas, na pressa, a longa casca quebrou... Só Deus sabia o tipo de expressão aborrecida que estava na minha cara naquele momento. Ele parou na minha frente, seu olhar vagava entre mim e a casca no chão, e abriu um sorriso educado: "Descascando maçã, hein."
Doutor, o senhor é muito gentil.

Mais uma vez, eu me lembrei de seus lindos olhos. Minha cabeça estava quente, eu ofereci a maçã na minha mão para ele. "O senhor quer comer maçã?"

Ele riu: "Não, obrigada. Eu estou fazendo a minha ronda."

Quando aquele avental branco desapareceu na porta da enfermaria ao lado, eu percebi que a maçã ainda não estava completamente descascada.

Às 9:30 da manhã, alguém abriu a porta, era um homem vestindo um traje cirúrgico verde, bem coberto com uma toca e uma máscara. Eu coloquei a mão na testa e pensei que dessa distância, eu poderia reconhecer facilmente, só de ver suas costas e ouvir seus passos, um homem que eu apenas tive contato por menos de dois dias. O sexto sentido era mesmo incomparável. O que isso significa? Como disse Eduardo VIII: 'Já estou indo para o inferno...'

O Doutor Gu viu que o Professor Lin tinha dormido e veio para o meu lado e me entregou uma pasta enquanto sussurrava: "Foram feitos alguns ajustes na infusão do seu pai hoje, dê uma olhada."

Os medicamentos eram mencionados claramente no plano de tratamento. Eu abaixei a cabeça para analisar e assinar e olhei de volta para ele. O médico estava olhando para a minha assinatura, seu rosto inteiro exibia apenas seu par de olhos. Aconteceu sem eu perceber; um sentimento que parecia que o meu cérebro tinha, repentinamente, se esvaziavado e eu tivesse caído em uma grande bolha suspensa.

Seus olhos piscaram duas vezes.
Eu rapidamente recuperei a consciência e disse:

"Obrigada."

"De nada." Ele pegou a pasta e saiu. Depois de dois passos, ele virou-se: "Você pode descansar um pouco enquanto ele dorme."

Depois que o Doutor Gu saiu, eu olhei para o Professor Lin dormindo com dificuldade. As pessoas achariam que eu não sei me controlar?

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6 de março de 2009.

No sexto dia após a cirurgia, o Professor Lin já conseguia tomar sopa de arroz. Depois de suportar os dias mais sofridos, o espírito dele estava bem agora.

Quando o Doutor Gu veio para a ala de enfermaria eu estava sentada no pé da cama fazendo uma massagem Zusanli* no Professor Lin.

N.T: Massagem realizada aproximadamente a 3 dedos abaixo do olho do joelho, na face lateral direita para regular o estômago.

Doutor Gu: "Que tal suplementar a alimentação hoje? O senhor está sentindo algum desconforto gastrointestinal?"

Professor Lin: "Inchaço."

Doutor Gu: "Isso é normal, caso não haja vômito, náusea ou outros sintomas, acrescente um pouco de sopa de arroz amanhã. Não deixe muito densa e ele não pode repetir o prato; aumente a frequência ao longo do tempo."

Ele estava a menos de 30 centímetros de distância de mim. Eu me sentia dividida, querendo que ele fosse embora, mas ao mesmo tempo, querendo que ele ficasse mais um pouco, e enquanto isso, minhas costas e pescoço estavam ficando quentes. O Doutor Gu sorria o tempo todo e olhava para o professor Lin. "Deixa eu te perguntar uma coisa, o senhor não faz as tarefas domésticas normalmente?"

Minha mãe e eu, inconscientemente, fizemos um som sério de "hmm."

O Professor Lin ficou com a face baixa* e repetia: "Eu faço. Eu faço."

N.T: Ficar envergonhado

Minha mãe: "Às vezes ele cozinha."

O sorriso largo do doutor revelou seus dentes brancos: "A sua esposa lava e corta os legumes e o senhor só fica encarregado de refogar na panela?"

Eu já tinha adoração por ele. Só o operou uma vez e conseguiu descobrir isso, mesmo com não mais de cinco minutos por dia, em média, com ele. No entanto, o meu cérebro gritou uma frase corajosa: "Então agora todo mundo que se forma em medicina faz curso de investigação criminal e raciocínio dedutivo..."

Depois de terminar a frase, o Doutor sorriu e a minha mãe também. Eu olhei pra ele meio sem jeito. A linha de seu queixo era bonito e a sua pele era boa.

O doutor se despediu e se retirou. Depois de um tempo...

Minha mãe: "Por que você está rindo?"

Eu: "Ah? A... ayia! Até o médico percebeu que nós mimamos demais o Professor Lin, hahaha."

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Diálogo Especial:

Doutor: Eu acho que você o mima demais. Porém, um dia, ao me sentar na minha sala, me sentindo cansado por ter operado em quatro cirurgias, ao checar as informações de um paciente, pensei que seria ótimo ter alguém para me mimar também.

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Beijos e até a próxima!

The Oath Of Love...Entrust My Life To You PT-BRDonde viven las historias. Descúbrelo ahora