Capítulo 7 - O Caos

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Tradução: Dora_Meira
Revisão: _donaleticia
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14 de março de 2009.

"Em uma cama grande, macia, branca como o leite, os cílios do médico faziam uma sobra suave. Em seus braços cruzados estava um clone seu em uma versão menor, usando um pijama de apenas uma peça, seu cabelo liso caído em sua pequena cabeça. Os dois respiravam juntos, o sol brilhava sobre eles. Quando a câmera vira para a porta, uma mulher estranha entra..."

Eu abri os olhos e o Professor Lin roncava. Olhei o meu relógio de pulso; eram duas horas da manhã. Eu sorri zombeteiramente para mim mesma, fechei os olhos e voltei para o meu sono. Eu não sabia há quanto tempo estava deitada. De repente, ouvi passos apressados do lado oposto a Unidade de Terapia Intensiva. Meio minuto depois, um barulho de choro fazia o chão tremer.

Em seguida, ouvi frascos de vidros quebrando, alguma coisa caindo no chão, o som das rodas de uma maca e a voz estridente de uma mulher: "Ele estava bem antes, por que ele morreu depois de ser entregue a você?!"

Eu ouvi vagamente uma voz familiar, coloquei meu casaco, abri a porta e saí. Havia apenas uma fileira de luzes acesas no corredor. O Dr. Gu estava encostado na parede segurando a pasta de registros médicos, cacos de vidros pelo chão e a família do falecido ao redor dele. As vozes alteradas o culpavam. Havia luz e sombra no rosto dele por casa das poucas luzes. Ele olhava para baixo, então não pude ver a expressão em seu rosto.

O faxineiro, Xiao Du, pegou uma vassoura para varrer os cacos no chão. "Saiam do caminho," ele disse para a família abatida do falecido.

O pequeno faxineiro estava completamente desprotegido quando ficou ao lado do médico. O Doutor segurou o braço dele e disse: "Limpe isso depois."

Então, o pequeno faxineiro caminhou até o posto de enfermagem e ficou parado na porta.

"É o professor aposentado?" essa pessoa que saiu da mesa de cirurgia ainda ontem.

Xiao Du contraiu os lábios: "Quando eles assinaram a autorização para a cirurgia, eles já sabiam. O pai deles tinha mais de 80 anos de idade, tinha problemas cardíacos, diabetes, passado por uma craniotomia, colocado estentes. O organismo dele não estava bem. Seria muito difícil ele sair vivo da mesa de cirurgia. Ele já estava em estágio terminal. Teria sido melhor se ele tivesse ido para casa e aproveitado mais 2 dias de vida. Seus filhos estavam mais interessados na aposentadoria gorda do pai do que na cirurgia. Se ele pudesse sobreviver por mais um dia, eles ganhariam um dinheiro extra por isso. Quando eles tiveram a chance de serem bons filhos, eu não vi ninguém aqui. Então, por que estão quebrando as coisas? Ainda bem que o Doutor Gu é uma pessoa calma." O filho de 19 anos sentia-se insatisfeito com a situação e começou a levantar a voz, fazendo a família olhar para ele. Eu rapidamente coloquei a mão no ombro dele e disse, "Por que você não tenta dormir um pouco?"

Xiao Du franziu as sobrancelhas e virou-se. Foi quando o filho caçula do falecido agarrou o Dr. Gu pela gola da camisa e o empurrou contra a parede: "Como uma pessoa que estava perfeitamente bem, morre depois de ser entregue aos seus cuidados? Me diga!"

Eu fiquei completamente chocada. Pela primeira vez, nos meus 20 anos de vida, eu vi a família de um paciente atacar um médico. Eu reagi na hora e corri juntamente com o Xiao Du. Quando alguns membros da família viram que os outros iam partir para as vias de fato, também se apressaram em separar.

"Não briguem!" Xiao Du ficou bravo e gritava.

"Meu pai se foi!" Uma mulher gritou e correu, mas já era tarde demais para eu reagir. Quando eu tentei me afastar, ela me empurrou. O Doutor me puxou pelo braço, me escondendo atrás dele: "Aqui é um hospital! Pare de criar confusão!"

Em seguida, houve um breve caos. Tudo o que eu via era o jaleco branco na minha frente até os seguranças chegarem e controlarem a situação. Depois, como nos filmes, a polícia chegou.

"Eles não só mataram alguém, como bateram nas pessoas!" O filho mais velho do falecido pegou no braço do policial.

"Foram eles que fizeram isso!" Xiao Du esfregou seu braço e seu rosto estava vermelho de raiva.

"Há câmeras de vigilância no corredor, o senhor pode checar os vídeos." Doutor Gu virou-se e olhou pra mim. De repente ele ergueu a mão e tocou no meu queixo.

"Ss!" Percebi que havia um corte no meu queixo e estava sangrando. Foi um desastre.

Os médicos e a família do falecido, juntamente com os policiais entraram na sala do médico. A multidão se dispersou. Eu voltei para o quarto para acalmar o Prof° Lin, sentei na cama e ajeitei a manta dele. Meia hora depois, eu abri a porta do quarto devagar.

"O seu queixo." Doutor Gu tinha um band-aid na mão.

"Obrigada." Eu rasguei a embalagem para abri-lo, mas percebi que não havia espelhos no corredor.

O Doutor suspirou e pegou o band-aid. "Levanta a cabeça."

Eu fiquei com o corpo rígido. Um homem e uma mulher, ambos solteiros, no meio da noite...
Ele colocou o band-aid na minha ferida, eu limpei a garganta: "Tudo já foi resolvido?"

"Hmm." Ele ligeiramente franziu a testa e olhou intensamente para a porta da UTI com um olhar vazio. Sussurrando, ele falou: "É o primeiro paciente que morre nas minhas mãos."

Muita gente pensa que os médicos já estão acostumados a verem as pessoas morrerem, mas esquecem que, quando nós vemos uma pessoa sofrer de uma doença que não há esperanças, nossa primeira reação é ter pena, porém a primeira reação dos médicos é salvar a vida dela.

Ninguém é indiferente a morte, pelo contrário, nós esperamos que os médicos possam salvar as pessoas.

Eu olhei para a UTI, que já havia sido limpa: "Meu tio que era praticante da medicina tradicional chinesa, disse uma vez que quando ele consegue salvar uma vida, ele deu o seu melhor. E quando ele não consegue, ele também deu o seu melhor."

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Diálogo Especial:

Doutor: Ah, aquela noite caótica... pelo menos, me fez entender uma coisa.

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Bjs e até a próxima!

The Oath Of Love...Entrust My Life To You PT-BRWhere stories live. Discover now