Capítulo 13:

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- Sei que fiz, Bruno. – Henrique respondeu, suspirando, frustrado.

Ah, ainda bem que ele sabe. Pelo menos isso.

- Ontem ela não me viu, claro. – Bruno iniciou. – Eu cheguei ao apê e ouvi os berros dela. Sabia que ela estaria lá chorando, sozinha. Eu a conheço, Henrique. E quero vê-la feliz. Não importa as merdas dos seus sentimentos por ela. Se você a ama como diz tem que demonstrar. – Bruno suspirou, exasperado.

Um ponto de interrogação estava aceso em minha mente.

A voz de Bruno se fez ouvir novamente, alta: - Eu a amo. – Ele suspirou. – E sei que certas coisas dependem dela. Sei que ela depende de mim em certos pontos. Ontem, quando cheguei ao apê, minha maior vontade era de vir até aqui e acabar com a sua raça, mas a minha maior vontade também era de sentar no chão e ouvir o choro dela, não para me vangloriar, mas para chorar sozinho. Porque eu não sei mais o que fazer. – A voz de Bruno estava embargada e minha garganta estava sufocando um choro.

Eu causava tudo isso.

- Desculpe. – Foi a única coisa que Henrique conseguiu dizer.

- Não peça desculpas para mim; peça para Agatha. É ela quem merece ouvir isso. Tenho de admitir que você a mudou muito. Antes, ela não fazia brincadeiras com ninguém. Nunca vi Agatha se dar tão bem com uma pessoa em tão pouco tempo como se deu com você. Sei que você a mudou e vice-e-versa. E seja lá o que for que você faz com ela, continue. Só repare essa merda das grandes.

- Entendo. – Henrique concluiu e mesmo sem vê-lo, sabia que estava coçando o queixo, prensei os olhos. – Vou fazer o impossível para tê-la de volta. Para conseguir retomar nossa história... não sou nada sem ela. – Sua voz oscilou.

- Faça por onde. – Bruno terminou e como o conhecia, sabia que estava utilizando aquele tom de voz como ponto final da conversa.

A porta se fechou, dando razão aos meus pensamentos.

*

Não saí do apartamento de Henrique.

O ouvi tomar banho. Escutei o mesmo entrando no quarto e depois saindo, mexendo em talheres na cozinha. Depois escutei a porta se fechar; ele havia saído.

Mesmo depois disso eu não quis sair. Quis continuar lá, pois sentia seu cheiro em todos os lugares e aquilo me reconfortava. Quando fechava os olhos, via seu sorriso e sorria junto, com as lágrimas molhando minha face.

Pela parede de vidro, vi quando a noite caiu e escutei quando os três residentes chegaram, mas dessa vez, uma voz distinta os acompanhava e quase sai, para ver, com meus próprios olhos, se aquilo era realidade.

- Quero pipoca! – A voz de Emily pediu.

Mesmo tendo a visto antes, aquela voz me soou tão frágil que fez com que meu passado retornasse como uma avalanche.

Vi as lágrimas de Bruno e escutei suas palavras novamente. “Eu sinto tanto.” Ele dissera.

Aquela voz se parecia com a minha quando gritava dentro do banheiro pedindo por piedade.

Lembrei-me do momento em que Cate entrara no banheiro e me pegara com um estilete em mãos. “O que pensa que está fazendo?” Sua voz embargada indagara. “Quero acabar com todo esse sofrimento.” Conclui.

E, naquele momento, sentada naquele quarto sozinha e ouvindo todas aquelas gargalhadas contagiantes, quis acabar com todo aquele sofrimento que retornara.

Natan estava de volta de certa forma. Meu novo ponto de apoio me abandonara de certa forma. E o próprio Bruno concluiu que não sabia mais o que fazer.

Apenas MeuWo Geschichten leben. Entdecke jetzt