Epílogo:

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I'm calling out, can you hear my voice? I'm gonna find you through all the noise. You know there's nothing that I wouldn't do, shine your light as I reach for you

Eu estou te chamando, você pode ouvir minha voz? Vou te encontrar através de todo o barulho. Você sabe que não há nada que eu não faria, então faça sua luz brilhar para que eu te alcance. (My Heart Beats for Love – Miley Cyrus).

- Eu tenho certeza absoluta. – Dei de ombros, olhando o cabeleireiro pelo reflexo do espelho. Ele me encarava em retorno, fitando meus olhos verdes.

Estava usando aquelas peças de roupas grandes por sobre a minha roupa atual. Ainda estava sem maquiagem e mais ansiosa do que nunca. Havia se passado cinco meses após o dia em que Henrique me pediu, divinamente, em casamento. Ele também deveria estar ansioso, com todos aqueles homens lhe dizendo o que fazer. Eu, a noiva, não sabia nem onde a cerimônia ocorreria.

Henrique fechou um salão de beleza para mim, Júlia, as madrinhas e nossas mães. As atrações especiais e essenciais da cerimônia. Minha barriga estava cheia de borboletas voando, ansiosa. Minhas mãos estavam frias e minhas pernas estavam trêmulas.

Cate, sentada em outra cadeira com outro cabeleireiro, me espiou por sobre a revista que lia. Ela tocou o pé no meu cabeleireiro que se virou para ela.

- Imagina só. Cabelos negros contra o belo vestido branco que escolhemos, vai ficar perfeito Silvio. – Como ela sabia o nome dele e eu não? Ah, sim. Ela e Henrique tornaram-se muito próximos com os dias em que fiquei dormindo. Planejaram tantas coisas escondidos que ela com certeza sabia mais das coisas do que eu.

Não estava reclamando, estava admirada. Segurei meu rosto com os dedos e o cotovelo apoiado no braço da cadeira.

- Você sabe mais das coisas que eu. – Murmurei, olhando-a.

Ela deu de ombros. – Coisas da vida, baby.

Ela jogou a revista sobre o balcão diante de si, e pude ver sua barriga já saliente. Ela ficava linda grávida. Colocava roupas para destacar a barriga e mostrar a todas que esperava uma linda menininha de Eliot. Estava com sete meses de gestação. E eu seria a madrinha de Bruna.

- Henrique vai amar seus cabelos pretos de novo. – Ela murmurou, arregalando um pouco os olhos.

Acenei em positivo, pois sabia que ele teria ótimas lembranças quando eu surgisse assim diante de seus olhos.

Emily se esticou em outra cadeira ao meu lado. – Eu concordo.

Seus cabelos castanho-escuros estavam meramente mais longos, quase nos cotovelos.

Acreditava que nada poderia destruir minha felicidade. Só acreditava mesmo que conseguiria ser ainda mais feliz. E que naquele dia, meu rosto não iria doer por estar chorando, iria estar dolorido de tanto sorrir. E, pela primeira vez em minha vida, eu estava certa.

*

Muitas horas depois, eu estava diante de um espelho com Cate atrás de mim. Conseguia ver um sorriso escondido em seus lábios pelo reflexo do mesmo. Seus curtos cabelos loiro-claros estavam atados em um coque bagunçado, que revelava mais do seu rosto.

Ela usava um vestido azul-petróleo que deixava sua barriga ainda mais delineada. As costas estavam à mostra e tinha um decote que mostrava o quanto a gravidez estava ajudando no tamanho de seus seios. Meus ombros tremeram com a minha risada.

Sei que muitas pessoas ficaram preocupadas com a minha relação com Cate. Pelo simples fato de que eu não podia engravidar e de que ela estava esperando um bebê. Achava aquilo um absurdo, mas meu psicólogo mencionou que as pessoas tinham razão e perguntou minha verdadeira opinião.

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