Capítulo 40:

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I love lying next to you I could do this for eternity. You and me. We’re meant to be and only naturally go to know exactly what we was doing when you let me to you. 
Eu amo deitar ao seu lado e eu poderia fazer isso durante toda a eternidade. Você e eu. Nós fomos feitos assim e naturalmente eu não sei o que fazer quando você vai embora. (Adore You – Miley Cyrus).

Agora, mais do que nunca, eu estava extremamente quente… Henrique estava andando do quarto para o closet, recolhendo peças de roupas que usaria dali a algumas horas. E eu estava fitando o vestido branco dentro da caixa. Assim que saímos do banheiro, ele a estendeu diante do meu rosto, e disse que era para eu não me parecer com uma mendiga.

A cor entraria em contraste com seu terno escuro. Puxei a peça de dentro da caixa e fitei a renda – provavelmente feita à mão – que se estendia pelo longo vestido.

- Precisa de ajuda para colocá-lo? – Henrique indagou de algum ponto do quarto.

Meus olhos e minha atenção estavam todos voltados para a peça em minhas mãos. Mangas longas e transparentes, costas completamente as mostras. E longo, rodopiando com uma saia de seda reluzente, porém delicada com um toque de romantismo.

- Eu vou precisar de ajuda para tirá-lo mais tarde. – Respondi com o desejo ainda percorrendo cada centímetro de mim.

Henrique não respondeu, talvez para me deixar ainda mais... sedenta. Mal sabia ele que eu já estava suficientemente de tal forma, talvez não aguentasse todo o jantar com Henrique sentado ao meu lado, conversando com sua voz rouca e com sua mão – provavelmente – colocada sobre a minha coxa. Não. Eu não aguentaria. Seria demais.

Mas, ainda assim, ainda com esses pensamentos tenebrosos, eu subi o vestido pelas pernas, enquanto os seios estavam aparados pelo sutiã de frente única.

Havia um botão que eu tinha deixado passar na parte de trás, em um ponto estratégico que meus punhos não tinham habilidade suficiente para prendê-lo. Eu não precisei chamar Henrique para que ele caminhasse pelo quarto e prendesse o botão. Durante o trajeto, ele roçou as pontas de seus dedos nas minhas costas, e até aquele roçar fez meu coração dar um salto em câmera lenta e voltar a bater com estranha velocidade. Engoli em seco, tentando reprimir aquilo por um tempo.

Fiz os últimos retoques enquanto Henrique amarrava os fios do seu sapato. Ele estava com a barba feita e com os fios meramente mais longos já controlados por gel.

- Pronto. – Murmurei, fitando-me diante do espelho.

Repentinamente, a imagem da porta veio aos meus pensamentos. Os dedos de Henrique tocaram meus ombros e, ao olhar novamente em direção ao espelho, seu reflexo sorria para mim e foi impossível não retribuir. Mas a pergunta insistiu em escapar dos meus lábios.

- Posso te perguntar uma coisa antes de irmos? – Indaguei, olhando-o pelo reflexo.

Vi quando ele engoliu lentamente em seco, o sorriso sumiu aos poucos, contudo seus olhos não me abandonaram, mesmo parecendo distantes.

Ele acenou em positivo e prossegui: - O que há atrás daquela porta, amor?

Tentei soar o mais doce possível com ele, percebendo que o assunto lhe trazia lembranças e pensamentos desconfortáveis.

- Você vai descobrir um dia. Mas não com as minhas palavras. Com seus olhos, princesa. – Ele sorriu quando respondeu e senti tanta sinceridade em suas palavras que não vi necessidade de cutucá-lo novamente com o assunto. Deixaria que a maré do novo momento e tempo nos levasse adiante. E sentia a química, não renascer, mas continuar a florescer entre nós. Éramos e sempre seríamos um casal. Isso estava tão exposto. Durante tanto tempo. Me senti tola por reconhecer tal fato com tanto atraso.

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