Apenas Meu

Capítulo 7:

And all the roads we have to walk are winding and all the lights that lead us there are blinding. There are many things that I would like to say to you, nut I don't know how.
E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas e todas as luzes que nos levam até lá nos cegam. Existem muitas coisas que eu gostaria de te dizer, mas não sei como. (Wonderwall – Oasis).

Bem que Dr. Franco disse que uma dose de Bruno me faria bem. Ele passou os últimos dias mais comigo do que em seu apartamento. Conversamos sobre os últimos acontecimentos. Sobre como Henrique agira comigo e sobre as opiniões de Franco. Bruno apoiou o Dr., dizendo que o mesmo estava correto com suas palavras e com as atitudes que eu tinha de tomar, ele também me disse que eu deveria ir com calma, mas que havia dado um passo e tanto para longe do passado.

Mas acreditava que o meu maior incentivo fora as emoções que vi retratadas em seu rosto a cada palavra que saia de minha boca. Bruno não disse nada. Apenas deixou que eu terminasse e só deu sua total opinião quando o fiz. Sei que ele viu as lágrimas presas em meus olhos, pois eu também vi as dele.

Dr. Franco também dera a dica de parar com o café, o que diminuiu a adrenalina percorrendo minhas veias e também a insônia. Os calmantes me ajudaram a tirar o estresse do corpo e mente, e me ajudaram com o sono, me levando rapidamente a um local só meu.

Eliot voltou a ser o mesmo ou fora tudo impressão minha. Ele brincava comigo e me provocava como sempre fizera. A relação dele com Cate estava oscilando, mas sentia um clima romântico no ar.

Melissa continuava pela casa, andando para lá e para cá, quase nua.
E Henrique continuava com sua nova personalidade. Um ‘oi’ aqui e um ‘tchau’ ali. Estava magoada e com um resquício de raiva por existir mais do que o Henrique que eu sempre gostei que existisse, mas, em atenção ao pedido de Franco, Cate e principalmente do meu coração, estava dando uma chance para ele, puxando assuntos em momentos seguros, ao menos para tentar retomar com a amizade que havíamos construído.

Cate e eu estávamos sozinhas em casa, acordamos assim e senti a tensão ao redor, estávamos tomando o café em silêncio, presa em nossos pensamentos.

- Henrique me decepcionou. – Murmurei suspirando, enquanto Cate comia seu pão integral com um copo de suco de soja.

Ela levantou os olhos em minha direção, incentivando-me a continuar.

- Criei expectativa, sabe. – Não consegui evitar meu tom de voz embargado e deixei as emoções dominarem tudo. – Não gostei dele no início, com toda aquela fama. E depois ele mudou a imagem dele, se tornando um alguém muito melhor. – Suspirei e prensei os olhos ao me lembrar de nossas manhãs de sábado – como aquela – vendo seriados, mas naquele sábado não tinha Henrique, nem seriado e muito menos uma relação. – De repente ele piora com a chegada dessa garota. Nada contra ela, fico feliz que a mesma faça bem para ele. Mas, de uma forma muito estranha, essa chegada abalou o que tínhamos até aquela noite.

- Ele mudou você. – Ela soltou um sorriso torto. – Para melhor e acredite Gata, você o mudou. Muitas garotas tentaram amizades, como a de você com ele, mas nenhuma suportou. Ele viu diferença em você, por isso gostou de você logo de cara. Vocês fazem um casal muito lindo.

 Arqueei as sobrancelhas, indignada. – Não somos um casal, Catherine. Somos amigos e sempre seremos. Quero tudo do bom e do melhor para ele.

A porta de entrada bateu interrompendo nossas falas. Henrique passou pisando duro e bateu a porta de seu quarto.

- Mas darei uma chance para retomarmos do ponto em que paramos. – Suspirei decidida.

- É isso aí, baby!