Capítulo 33:

3.4K 335 19
                                    

NI: Link da minha nova história!!! Espero vocês por lá também <3 http://www.wattpad.com/story/34015677-dono-do-meu-cora%C3%A7%C3%A3o

**

Henrique.

 I love this place, But it's haunted without you. My tired heart, Is beating so slow.
Eu amo esse lugar, mas ele é assombrado sem você. Meu cansado coração está batendo tão devagar. (Little House – Amanda Seyfried.)

- Tá bom, vou manter os olhos fechados. – Agatha jurou entre meus braços, mas ainda assim pressionei a palma da mão contra seus olhos.

Um sorriso animado banhava seu rosto, enquanto eu a ajudava a andar pela grama podada. As árvores com as folhas cortadas, os arbustos com flores coloridas salpicando o verde e a fachada da nova casa pintada de branco.

Calmamente auxiliei Agatha, enquanto ela subia os pequenos degraus da escadaria da frente. Antes de abrir a porta, retirei uma venda do bolso de trás do jeans e pousei sobre seus olhos.

- Prometa que não está olhando. – Pedi, segurando um sorriso com os lábios.

Ela acenou em positivo. – Nunca quebro minhas promessas.

E eu sabia daquilo. E sabia que ela nunca quebraria. Deixei-a parada, inquieta em um vestido preto e abri a porta de entrada, dando de cara com a nova casa mobiliada e decorada da forma que solicitei. Os móveis bem dispostos, os quadros nos locais em que marquei um X na parede e as mesmas pintadas em tons frescos, exatamente como pedi e paguei. Puxei Agatha pela mão, ouvindo os passos dos saltos dela abafados pelo carpete grafite sobre o chão, só então puxei a venda de seus olhos.

Os olhos verdes percorreram o ambiente ao redor, gravando cada detalhe, sorrindo em alguns que conhecia.

- Poderia dizer que está idêntica a minha sala. – Ela sorriu, olhando diretamente para os meus olhos. Era aquilo que me derretia, ninguém tinha a audácia de encarar-me daquela forma... tão diretamente.

Só então ela notou um caminho de velas pelo chão da casa, seus olhos se arregalaram em surpresa contida, o queixo levemente caído. Sem que eu dissesse nada, ela seguiu o trajeto e eu fui atrás, olhando enquanto a mesma abaixava o rosto e fitava as velas.

Subimos as escadas em um puro silêncio e percorremos o corredor. A última e maior vela estava disposta diante da porta do meu quarto ou pelo menos era naquilo que Agatha acreditava. Naquele local da casa o som dos passos de Agatha não foi cessado, eu os ouvi, toque por toque contra o assoalho laminado.

Ela parou, fitando a porta pintada de um dourado vivo, encarando-a com dificuldade.

- Eu tenho que abrir agora? – Agatha indagou, virando-se na minha direção, eu não conseguia mais conter a felicidade, acenei em positivo e lentamente, quase com medo, Agatha pousou os dedos na maçaneta, empurrando a porta para trás.

Lá dentro, Júlia segurava uma rosa enquanto ao chão, com pétalas de rosa vermelha, estava escrito: “Aceita morar conosco, mamãe?”.

As mãos de Agatha cobriram os lábios, o quarto estava salpicado pelas pequenas chamas de velas espalhadas, com a qual tive cuidado ao dispor em um pequeno suporte, quase invisível aos olhos. Júlia caminhou até Agatha, assim como ensaiara comigo. Agatha ficou de joelhos, quase da altura da menina e tomou a rosa de seus dedos.

- Você aceita? – A pequena indagou, fitei a cena ao longe, minhas mãos frias enfiadas nos bolsos da frente do jeans, a ansiedade no semblante.

Júlia levantou o rosto para mim, como que para se certificar de que estivesse prestando atenção. Sorri e ela sorriu de volta.

- Não tem como recusar, meu anjo. – Agatha respondeu, passando o indicador da ponte do nariz de Júlia até a ponta.

Júlia sorria durante o gesto. E ambas se abraçaram. As mãos da pequena afundadas nos cabelos louros de Agatha, na direção da nuca.

- Viu, papai? – Júlia indagou, sorrindo entre os cabelos de Agatha, que se levantou e seguiu o caminho até mim.

Nós três sorríamos agora e nos abraçamos por fim. No meio de velas, a cena era como de filmes.

- Eu aceito morar com vocês. – Agatha respondeu por fim, diminuindo a ansiedade que eu vinha resguardando no peito.

Apenas MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora