— Alô?
— Débora?
— Erick? — Reconheci sua voz imediatamente. Sentei-me melhor no sofá e aguardei que ele prosseguisse.
— Sim, sou eu. Como você está?
— Ahn, eu estou bem. E você?
— Melhor ainda ouvindo sua voz. — Fiquei sem saber o que dizer. — O que vai fazer hoje à tarde?
— Bom, vou arrumar minhas unhas e fazer uma bela hidratação no meu cabelo. Está precisando.
— Eu não acho. Já está lindo assim. — Erick fez uma pausa. — Mas enfim, pensei que estaria livre. Ia te chamar para fazer algo.
— Me desculpe, deixa para a próxima. — Murmurei, meio sem jeito.
— Tudo bem. O que vai fazer no sábado de noite? Podemos ir em algum restaurante. Da sua preferência, claro. Não quero que você saía correndo igual da última vez. — Ele gargalhou.
— Bom, seria ótimo mas... Sábado é o dia que os meninos vão fazer show. — Lembrei-me, dizendo até para mim mesma.
— Meninos?
— Os que moram comigo.
— Ah, a banda de rock? — Ele perguntou com desdém e eu confirmei. — Você quer mesmo ir nisso?
— Eu preciso ir, não tenho outras opções. — Disse, querendo continuar a frase dizendo que eu não estava achando ruim de ir, mas preferi ficar calada. Aquilo podia ficar guardado só para mim.
— Entendi...
— Você... Não quer ir comigo? — Perguntei por impulso, mordendo os lábios. Talvez dessa forma, Erick poderia me controlar e não deixar eu beber e passar vergonha como da última vez. Um longo silêncio se instalou do outro lado da linha e por um momento eu pensei que ele havia desligado.
— Você está me chamando pra ir em um show de rock com você?
— Sim, estou. Acredite, não é tão ruim quanto parece. E podemos ir embora cedo...
— Débora, esse não é o tipo de lugar que eu costumo frequentar.
— E nem eu, mas preciso de uma companhia. Por favor, vamos comigo. Por mim... — Fiz uma voz manhosa e pude ouvi-lo suspirar profundamente.
— Ahn... Tudo bem. Mas preciso ir embora cedo.
— Tudo bem. — Sorri, um pouquinho aliviada. — Então nos vemos no sábado. Me ligue depois para combinarmos direito.
— Tudo bem, Deb. Preciso desligar, tenha um bom dia. Beijos.
— Beijos. — Desliguei o telefone, suspirando. Estava feliz por Erick ter aceito ir comigo ao show. Era isso, com ele ao meu lado eu não ia beber, não ia dançar, passar vergonha e principalmente...
Não ia beijar Axl Rose.
Estava aliviada. Se fosse nesse show sozinha ia acompanhar Kimberly e talvez iria me arrepender mais tarde. Não que eu tenha me arrependido totalmente da última vez mas, melhor se prevenir do que se remediar.
— Com quem estava falando? — Izzy perguntou e eu levei um susto ao ouvir sua voz. Ele riu. — Desculpe, não queria assustá-la.
— Você anda me espionando?
— Como assim?
— Perguntou com quem eu estava falando, significa que estava ouvindo a minha conversa. — Levantei-me do sofá, cruzando os braços.
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You Could Be Mine
RomanceEla era a típica patricinha de Nova York. Ele era o típico cara que vivia no padrão de sexo, drogas e rock n' roll. Eram mundos diferentes; manias, condições financeiras e realidades distintas. Assim que os pais de Débora Campbell morreram em um...