Revelations

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A sensação era como se eu estivesse nas nuvens.

Meu corpo já não estava mais tão suado como antes e minha respiração já estava normalizada. Eu encarava o teto daquele estúdio com um sorriso pertinente no canto dos meus lábios. Podia sentir os seus dedos fazerem um movimento circular gostoso na minha cintura, enquanto eu podia ouvir sua respiração calma. Minha cabeça não parava de trabalhar em pensamentos sobre o que havia acabado de acontecer.

Eu não sentia raiva. Arrependimento. Tristeza. Ódio. Era muito, muito pelo contrário. Eu me sentia livre, viva, capaz de decidir as minhas próprias escolhas. Eu me sentia realizada, como se o que havia acabado de acontecer fosse um desejo que eu queria realizar a muito tempo, mas havia enterrado isso dentro de mim por medo ou receio. Até o meu corpo estava agradecido pelo o que eu tinha feito, estava muito mais leve — mesmo que eu estivesse sentindo um pouquinho de dor entre minhas pernas, mas na realidade, uma dor que para mim era até agradável, por mais estranho que possa parecer.

Aquilo era muito bom. E para mim, significava mais do que o ato do sexo, significava que eu havia escolhido aquilo por mim mesma, sem pensar nos outros ou nas consequências. E havia sido maravilhoso, com um cara que soube dar conta do recado.

Com um cara que eu sentia muita atração.

Virei-me para o lado, encarando Axl. O homem tinha os olhos fechados e a expressão facial serena. Seu braço agora estava rodeado por volta da minha cintura, me trazendo para mais perto dele. Todo o ódio que eu sentia por ele — devido as suas implicâncias — não estavam presentes. Eu estava feliz por estar ali com ele, e não, eu não estava nem um pouco bêbada. Nunca achei que iria sentir algo assim pelo ruivo, mas claro, a vida resolveu me surpreender mais uma vez.

Não, eu não estou apaixonada. Tsc, tsc, tsc.

São coisas extremamente diferentes. Era o sentimento de realização por tudo que estava acontecendo entre nós, por descobrir outros lados de Axl, por estar ali com ele e por tudo que havia acontecido minutos atrás. Espero que as coisas continuem caminhando dessa forma.

O meu coração acelerou um pouco quando ele abriu os olhos verdes e me encarou. Em seguida, abriu um sorriso leve que logo iluminou o meu rosto também. Levantou-se lentamente e vestiu sua cueca. Eu fiquei observando-o, nem um pouco preocupada com o fato de estar jogada no sofá completamente nua. Axl abriu a porta apenas para ver se havia alguém por perto, e quando concluiu que não, trancou-a com um sorriso. Ele parou a música que tocava, pegou um violão perdido por ali e sentou-se perto de mim.

— Vai fazer uma declaração agora? — Perguntei com ironia, vendo-o revirar os olhos.

— Talvez nos seus sonhos. — Respondeu e eu ri. Peguei sua blusa e vesti, apenas para não ficar muito exposta. Nada poderia tirar o meu bom humor naquele momento.

— I should have known better, than to let you go alone... — Ele começou a cantar alguma música que eu não conhecia, mas prestei muita atenção, encantada com a sua voz e em como ele tocava de forma precisa. Não sei porque Axl resolveu começar a tocar músicas depois de ter transado comigo, mas não questionaria. Poderia ter acontecido coisas ruins, como ele indo embora e me largando ali ou rido da minha cara pelo o que havia acontecido.

Quando a música chegou ao seu fim, Rose encarou-me de uma forma extremamente intensa. Tão intensa que eu até decidi dizer em voz alta o que se passava pela minha cabeça.

— Você gostou? — Murmurei. Ele largou o violão de lado.

— Você gostou? — Rebateu com a mesma pergunta, arqueando as sobrancelhas. Eu pensei em pedi-lo para dizer primeiro, já que eu havia perguntado primeiro, mas desisti. Sabia que ele era teimoso.

You Could Be MineWhere stories live. Discover now