You Could Be Mine

Birthday

— Você é uma... cretina! Como teve coragem de fazer isso comigo? Meu empresário me ligou, ele quer me matar. Tem noção do que fez? Você acabou com a minha reputação, disse coisas horríveis sobre mim para todo mundo ver! Eu posso perder patrocinadores por isso!

— Já terminou? — Perguntei, com os braços cruzados e o sorriso implicante no rosto. — Primeiramente, lembre-se que você começou com tudo isso. Resolveu fazer aquela entrevista mentirosa. Achava mesmo que eu fosse ficar calada?

— O que? — Ele estava vermelho de raiva. — Eu apenas disse a verdade sobre a nossa relação.

— Você acha que eu sou idiota? — Aumentei meu tom de voz, cansada de ser educada com aquele imbecil. — Você fez aquela entrevista apenas para aparecer na mídia! Nós não tínhamos nada, muito menos naquela época, nós já estávamos brigados. E você resolveu dizer que conseguiu me conquistar e que estávamos juntos!

— Qual o problema?

— O problema Erick, é que você me usou para ganhar seus quinze minutos de fama. Se envolveu comigo apenas para isso. Não se aproximou para conhecer a pessoa que eu sou, para saber sobre mim, foi tudo parte de um plano. Estou mentindo? — Arquei a sobrancelha, desafiando-o com o olhar. Ele engoliu em seco e não conseguiu me responder, na verdade, deixando a resposta bem explícita na sua cara. Eu senti uma pontada dentro de mim ao ver bem na minha frente a confirmação de que tudo que tivemos foi apenas por interesse.

— Nada justifica o que você fez. Acabou com a minha vida.

— Não justifica? Você queria que eu aceitasse calada o fato de você estar usando o meu nome para promover a sua carreira? Queria que eu não reagisse ao fato de você estar ganhando fama às minhas custas, dizendo mentiras para programas sensacionalistas? — Eu ri ironicamente. — Deve achar que eu sou muito idiota mesmo.

— E ainda me mandou ir a merda! — Ele riu, ignorando tudo que eu dizia. Em seguida, olhou-me com tanto desprezo que eu arregalei levemente os olhos. — Sabe o que você realmente é, Débora? Uma... uma vadia. — Eu abri a minha boca, chocada com o que havia ouvido. — Deu aquela entrevista e disse todas aquelas coisas simplesmente porque não conseguiu suportar o fato de nós dois não termos dado certo. Foi demais para você quando percebeu que eu não ia correr mais atrás, não é? Você é mesmo uma vadia. — Tudo que ele dizia me deixava cada vez mais ofendida. Eu até tentei abrir a boca para responder, ainda meio surpresa, mas não foi necessário que eu dissesse nada. Como em um verdadeiro passe de mágica, Erick estava cambaleando para trás depois de levar um belo murro de Axl.

Eu fiquei sem ar, percebendo que o ruivo havia passado por mim e agora estava batendo em Erick, extremamente nervoso. O modelo arregalou os olhos, massageando o local do murro e até tentou sair dali correndo, mas o outro foi mais rápido e deu um chute em seu abdômen. Depois, deu-lhe um murro no supercílio, o que provocou um corte sangrento, e partiu para as suas costas.

Eu fiquei imóvel, ainda tentando assimilar que aquilo estava acontecendo. Senti alguém esbarrando no meu ombro e indo na direção dos dois. Era Slash, totalmente incrédulo.

Axl estava completamente fora de si. Socava a cara do modelo sem dó, dava-lhe chutes em lugares estratégicos e fazia questão de joga-lo no chão toda vez que Erick tentava revidar a agressão, falhando miseravelmente. O ruivo é visivelmente muito mais forte e acostumado com esse tipo de coisa. Foi quando eu percebi que Erick estava a ponto de desmaiar que acordei para a realidade e me aproximei deles.

— Axl, para! Já chega! — Gritei, atraindo a atenção de pessoas que passavam na rua. Slash e Duff surgiram ao meu lado, tentando aproveitar algum momento de distração de Rose para segura-lo. Mas isso não estava acontecendo. — Axl, você vai mata-lo! Para! — Me aproximei da briga com receio, tentando parar o ruivo. Mas por puro impulso da parte dele, quando percebeu que eu estava me aproximando, empurrou-me para longe. O problema é que o empurrão havia sido tão forte que eu tropecei nos meus próprios pés e bati os joelhos no chão, grunhindo com a pancada.