You Could Be Mine

Show

Tá legal, talvez eu tenha pegado um pouco pesado com Kimberly... Mas ela tinha que me entender! Eu não gostava dos garotos, por que ela queria que eu fizesse amizade com eles do jeito que ela fez? Mas que droga!

Nos fundos da casa do meu tio, enquanto fitava distraidamente as minhas unhas recém pintadas de azul bebê, fiquei pensando sobre as minhas atitudes. Não queria ficar naquele clima desconfortável com a minha melhor amiga mas é obvio que eu não iria atrás dela pedir desculpa.

— Deb? Podemos conversar? — Como se tivesse lendo os meus pensamentos, a garota apareceu perto de mim, receosa. O bom é que ela não era orgulhosa como eu.

— Tanto faz. — Claro, me fiz de indiferente. Kimberly suspirou e sentou ao meu lado, ficando alguns bons segundos em silêncio. Eu sentia que ela estava nervosa.

— Primeiro quero te pedir desculpas. Eu realmente... Estou ficando bastante tempo com os meninos, me desculpe. É que... Eles são realmente muito legais e me tratam muito bem... — Eu fitei-a e rolei os olhos, demonstrando meu descontentamento com aquela conversa. — Tudo bem, não vou falar deles mais.

— Kimberly, eu só preciso que você entenda que eu não vou virar melhor amiga deles desse jeito. Não força nada.

— Tudo bem, tudo bem. — Ela assentiu rapidamente. — Eu... Quero passar esse tempo com você amiga, estava com tanta saudades... Nossos caminhos foram diferentes.

— Sim. — Concordei tristemente. — Eu... Acho que talvez eu tenha sido um pouco chata demais com você. Mas assim, talvez.

— Claro. — Ela riu do meu orgulho e me abraçou de lado. Demorei um pouco para retribuir, mas fiz. — Eu te amo, Deb.

— Eu também te amo, Kim.

[...]

— O que vocês estão fazendo? — Aquela voz rouca tirou-me a concentração. Ajeitei minha postura no sofá da sala.

— Estamos desenhando. — Kimberly respondeu distraidamente enquanto continuava a desenhar a rosa na sua folha branca. Já eu, desenhava uma boneca. Axl assentiu e sentou-se no outro sofá, nos observando.

— Isso é uma boneca, Débora?

— Sim. — Murmurei.

— Uau. Parece que acabou de sair de um filme de terror. — O ruivo disse e minha amiga riu alto.

— Não precisa ficar jogando na minha cara que eu não sou a melhor desenhista de todas. — Rolei os olhos.

— O que? Débora Campbell admitindo que não é boa em alguma coisa?

— Qual o problema, Axl? Eu posso fazer um curso de desenho, se eu quiser. — Encarei-o, já começando a ficar nervosa. Seus olhos estavam mais verdes hoje...

— Oh, claro. Me desculpe por insinuar alguma coisa! — Ele rebateu ironicamente, levantando as mãos em rendição. Eu optei por ignorar e continuei com minha obra de arte.

— E aí Axl, animado para o show nesse final de semana? — Kim puxou assunto.

— Completamente. Acho que vai ser um bom show. — Respondeu, acendendo um cigarro. Eu me segurei para não bufar.

— Será que dá pra você fumar isso em outro lugar? — pedi, incomodada.

— Achei que todo esse tempo morando aqui você já tinha se acostumado. — Rose respondeu, tragando aquela merda e soltando a fumaça lentamente, como se estivesse me desafiando. Calma Débora, não precisa se estressar.

— Eu nunca vou me acostumar com isso.

— Eu nunca fumei. Como é? — Kimberly perguntou interessada, fitando o ruivo.