Rendição

901 64 52
                                    

Minhas pernas estavam me matando. Meu corpo estava dolorido, assim como os meus pés, e eu havia constatado que deveria achar um hotel que tivesse um massagista. Mas eu não achava era hotel nenhum, nada! Não é possível que uma cidade como Los Angeles não tinha um lugar pra dormir em toda esquina! Comecei a ficar frustrada, irritada, nervosa. Provavelmente já dava duas horas da manhã e eu aqui, correndo o risco de ser abordada por mais um nojento, porque isso era o que não faltava.

Pensei em perguntar alguém onde ficava. Mas, para minha pura sorte, as ruas também estavam desertas de pessoas sensatas. Tudo que se via passando era bêbados, mendigos e mais bêbados. Eu não perguntaria onde fica um hotel para uma pessoa que mal se lembra do próprio nome. Aquilo estava sendo um verdadeiro pesadelo. Eu já devia desconfiar mesmo, logo na minha primeira noite e eu perdida nesse lugar. Nem sabia na onde estava.

— Débora, sua maluca! — Ouvi alguém gritar atrás de mim, começando a rir sem parar logo em seguida. Paralisei. Quem poderia saber meu nome e quem teria a audácia de me chamar de maluca? Virei-me e vi Slash, Axl e aquele loiro, acho que se chama Steven, sei lá.

— O que você tem na cabeça?

— Como conseguiram me achar? Por que vieram aqui? — Cruzei os braços, quase gritando de raiva. Quando será que esses idiotas iam me deixar em paz?

— Você não está muito longe da onde estávamos. — Slash respondeu, se aproximando. — E por que viemos? Bem, a resposta é bem obvia. É de madrugada e você está perdida pela cidade, sem rumo.

— Mentira. Eu sei muito bem pra onde estou indo.

— Uhum, então me fala. Que rua é essa e em qual rua fica o hotel que você está indo? — O cabeludo perguntou e eu odiei o fato de ter ficado calada porque simplesmente não sabia o que responder. Axl deu uma risada com desgosto, rolando os olhos. Ele parecia estar nervoso.

— Você parece uma criança. Ou melhor, você é pior que uma. — Axl disse e eu olhei-o com raiva.

— Vai cuidar da sua vida. Parem de querer me dizer o que fazer.

— Ah, de verdade, não tô a fim de ficar aqui tentando convencê-la de aceitar que está agindo igual uma idiota. Deixa essa mimada ser pega por algum cara mal intencionado, eu não tô nem aí.

— Axl, por favor, não começa. — Slash disse e eu aproveitei esse momento pra sair andando. — Débora, vamos voltar pra casa.

— Cabeludo, me deixa! — Gritei.

— Cabeludo? — Steven começou a gargalhar sem parar. — Gostei desse apelido, que fofo.

— Vai tomar no cu, Ste. Mas antes, me ajuda a levar ela pra casa.

— Me levar pra casa? Você, por acaso, pensa que vai sair me carregando até lá? — Coloquei as mãos na cintura, rindo maldosamente.

— Não, vou fazer você vim com seus próprios pés.

— Vai nessa! — Gargalhei. — Você não vai conseguir.

Slash rolou os olhos e o ruivo ficou me encarando por um tempo, sem expressar qualquer tipo de reação. Eu fiz o mesmo, mostrando que estava confusa pelo seu olhar tão intenso. O que foi dessa vez? Fiquei esperando algum tipo de reação, e assim que Axl foi se aproximando de mim lentamente, eu suspirei. Reparei que ele tinha os olhos verdes... Era um belo contraste com seus cabelos. Pena que Deus deu essa beleza para um cara nojento, idiota e sem educação.

Ele ficou frente a frente comigo, e eu não desviei o olhar. Foi então, que senti algo sendo puxado da minha mão, e só reparei depois de um tempo que ele havia pegado minha bolsa que tinha o dinheiro.

You Could Be MineWhere stories live. Discover now