Capítulo 12 (parte 2/3)

Start from the beginning
                                    

Na verdade, eu queria arrasta-lo para o centro, Cate nos esperaria lá para fazermos coisas durante a tarde, para ocupar Henrique durante um tempo.

Henrique me colocou no chão e puxou o capacete do compartimento, deixando o papelzinho ao lado do meu. Subimos na moto e ele buzinou para os rapazes, enquanto eu agradecia, mentalmente, pela minha louca ideia de chamar sua atenção.

*

Cate nos esperava em um bistrô na área downtown de Alphaville. Nos sentamos nas cadeiras separadas para nós, mesmo com a cobertinha improvisada dava para sentir o ar denso provocado pelo sol que se estendia das pontas finais dos altos prédios.

Cate me olhou de soslaio, olhos repuxados, aquilo significava encrenca.

- Vocês demoraram. – Ela comentou, subindo o óculos escuros pelo nariz até o topo da cabeça.

Henrique pareceu notá-la pela primeira vez, deixando de me olhar.

- Pensei que seria Bruno aí no seu lugar. – Provocou-a.

Ela sorriu amarelo.

- Desculpe te incomodar. Mas acho que não gostaria muito se fosse Bruno, realmente. – Ela disse, tamborilando os dedos sobre o tampo da mesa.

Um rapaz colocou três copos de sucos naturais em nossas mesas. Cate estava aprontando, dava para ver no modo como movia o canudo dentro do copo.

Tudo bem. Ela tinha de entender que não fora culpa minha, mas como eu explicaria agora?! O que ela faria?

Henrique estreitou os olhos, bebericando o suco.

- Não entendi. – Deu de ombros.

- Não iria gostar de Bruno escolhendo roupas íntimas para sua namorada. Ou gostaria? – Indagou, mexendo no lábio com o dedo indicador, fingindo estar pensativa.

Arregalei os olhos. Suei frio. Todas essas coisas que ocorrem quando a ficha de algo estritamente desnecessário lhe cai. Olhei para Cate e ela sorriu para mim.

Ah, aquele era o castigo.

- Roupas íntimas, é? – Henrique indagou, me olhando de soslaio.

Enrubesci, se é que era possível ficar ainda mais vermelha.

– O que estamos fazendo aqui então, Cate? Vamos comprar essas peças! – Ele bateu uma mão sobre a mesa.

Cate sorriu abertamente, ainda mais feliz pela provocação causada. Ela aprontaria mais alguma coisa, tinha certeza disso.

*

Chegamos a uma loja da Victoria’s Secret no centro histórico. Entramos na área refrescante por ar condicionado da loja e uma vendedora pareceu emergir do chão, jogando todo charme possível para cima de Henrique, atrás de mim.

Ele olhava encantado para todas as peças e arqueava as sobrancelhas para os valores.

- Boa tarde! – A vendedora estava animada. – O que vai ser hoje?

Tudo bem, ela não estava perguntando nem para mim e muito menos para Cate, mas sim para Henrique.

Com certeza aqueles músculos delineados escondidos por sua blusa chamaram atenção e ouvi um leve suspirar quando ele levantou os olhos em sua direção. Então aquele tom de verde dificilmente visto também a abalava.

- Vai comprar algo para a mamãe? – Ela indagou.

Entendi o tom de sua pergunta. Ela, na verdade, queria perguntar: “Tem namorada, garanhão?”

Apenas MeuWhere stories live. Discover now