Episódio Vinte: Galinhas e Celeiros

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— Ele vai refazer a cena na fanfic dele.

"E não acredito que vou ter que ler a fanfic do Jin-hyung... mas voltando ao Taehyung, vocês vão viajar amanhã, quatro dias longe de tudo, com o sinal horrível do 4G, vai ser o melhor momento pra você... talvez dar uma chance de verdade ao Kim?"

— Não dá pra acreditar que logo você tá me empurrando pro Taehyung.

"A vida tem dessas reviravoltas. Se você não se sentir seguro em seguir em frente com isso, vocês mantém a relação igual agora. Namorado falso pro universo".

— Namorar o Jimin-shi te fez um pseudo-analista também?

"Não debocha de mim, garoto. Mais respeito pelos seus hyung".

— Hum... Ok, vou pensar sobre isso. Eu preciso dormir, já passou muito da hora.

"Tente ligar pra Soyeon, ela vai adorar saber do Seokjin dando um esporro em vocês dois. Comunicação é importante".

— Disse a pessoa que escondeu por anos que era bissexual pro melhor amigo gay.

"Faça o que eu digo não o que eu faço" ele pegou Shawn no colo e fez o filhote acenar com a patinha pra mim "Jiminnie disse que os olhos dele parecem com os meus, você acha?".

— Sim — o gatinho tinha os mesmo olhinhos estreitos do hyung — Você é um gato mágico, hyung?

"Talvez..." estreitou os olhos igual ao gato "Boa noite, pirralho" e encerrou a chamada. Olhei para a tela do celular por um bom tempo, o brilho diminuiu, o celular travou, e pude ver meu reflexo na tela. O que o hyung disse estava se repetindo na minha cabeça ao mesmo tempo em que as palavras de Jaejoong soavam junto e era quase impossível pensar de forma coerente no momento.

Voltei para a cama, largando o celular na cabeceira e quase de imediato, Taehyung soltou o travesseiro e rolou pra cima de mim, deitando em meu peito, sua mão sobre o lado direito e mesmo que ele estivesse realmente apagado, me perguntei se ele conseguia sentir meu coração batendo forte demais por um contato que já estávamos acostumados. Talvez esses dias com o vovô, apenas nós sem equipe por perto, me desse o que precisava para pensar com clareza.

Taehyung e eu estávamos bem, éramos amigos agora, apesar de que sem dúvidas, eu o desejava como homem. Não tinha nada de irmandade na relação. Mas o que tínhamos era mais que o suficiente, um namoro de verdade podia sim estragar tudo. Talvez ele não quisesse. Talvez não houvesse afeto o bastante. Talvez... Talvez ele me deixasse logo que a maldição acabasse, como Jaejoong falou que faria. Eu queria acreditar que Taehyung era diferente, mas eu era feito de idiota todas as vezes que dava chances aos meus sentimentos.

Talvez fosse o preço da sorte. Manipular todas as probabilidades possíveis, mas sempre falhar no amor.

— Ggukie-ah? — Taehyung murmurou durante o sono — Eu... eu não-... Sinto muito.

— Pelo que?

Quis saber o que o ele quis falar, mas Taehyung apenas voltou a dormir. Talvez não fosse bom saber.


(...)


— Eu me sinto como num filme — Jin-hyung desceu as escadas do jato particular como se estivesse indo para a cerimônia do Oscar, acenando como se houvesse alguém esperando por nós, mas era só a pista vazia. JiSoo e Taehyung dormiram a viagem toda, então ainda não estavam despertos o suficiente pra qualquer coisa além de se apoiarem no carro que nos levaria a fazenda, enquanto Jiji e Tannie resmungavam pros insetos voando em volta deles — Tem Wi-Fi na caso do seu avô?

Lucky: e o Coelho da SorteWhere stories live. Discover now