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Ela ficou em silêncio, dei uma espiada do banheiro, ela estava com a mão na boca para não gritar, desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, ela pulava e ria como uma doida, ela me abraçou e me fez pular com ela depois com sarcasmo e uma péssima imitação da minha voz, colocou a mão na cintura;

-Sério Lóla, eu não quero mais saber de garotos, só quero me divertir e bláblábla à é não existem príncipes encantados, nem vampiros apaixonados kkkkkkk sei, só bruxos apaixonados! Kkkkkk

-Nossa, que memória!

-Essa quardei justamente para este dia!

-Mas você não sabe minha resposta!

-Sei sim, só pelo jeito que você entrou flutuando eu sei que foi um sim!

-Não tem como esconder nada de você não é mesmo?!

-Não, sou neta da Sol!

Kkkkkk

Fomos almoçar, tia Sol cantarolava na cozinha, radiante como seu nome, Hunther não estava na cozinha, Ben entrou assim que sentamos.

-Bom Dia meus amores!

-Bom Dia Ben!

-Onde está o Hunther ? – Perguntei.

-Ele deu uma saidinha, mas já deve estar chegando! –Respondeu tia Sol.

A tia começou a pôr o almoço na mesa quando ouvi o som do jeep parando na frente de casa, Hunther radiante na cozinha, eu não consigo evitar sorrir quando ele sorri pra mim, mas ele estava com cara de quem está aprontando, mas eu sei de onde vem tanta alegria, será que ele contou a tia, por isso ela está assim, ai céus que vergonha eu sei que uma hora nós íamos ter que contar, mas não estava preparada, sem pensar coloquei as mãos no rosto, Ben se sentou do meu lado e tirou uma das mãos do meu rosto e a beijou.

-Você está bem?

-Sim, sim estou, só estou cansada ... –Menti.

Almoçamos em paz, Hunther não escondia o sorriso e Lóla também não, quando terminamos a tia nos convidou para uma história e como sempre aceitamos, fomos até a figueira tia Sol pegou o banquinho e em vez de se sentar na nossa frente se sentou junto a nós, fiquei sem entender, olhei confusa pra tia.

-Hoje quem vai contar uma história é o Hunther!

-Benjamin ?

Hunther o chamou e ele foi pra frete de Hunther que estava de pé na nossa frente!

-Bom eu sei que somos muito jovens e tudo mais, mas vocês sabem o quanto amo a Luna, então Benjamin você me concede a mão da sua irmã em casamento? –ele colocou a mão do lado da boca e falou baixinho, mas nós ouvimos igual – Ela já disse sim, mas eu queria fazer isso direitinho!

Eu estava com as bochechas pegando fogo de tanta vergonha, Ben pôs a mão no queixo fingindo pensar então falou;

-Bom, se você prometer respeita-la e protegê-la...

-Para sempre!

Prometeu Hunther, então Ben pegou minha mão e me puxou, me levou até Hunther, me colocando de frente para ele que se abaixou ajoelhando-se em minha frente, eu comecei a respirar pesadamente, acho que fiquei meio tonta.

-Não se esqueça de respirar! Falou Ben em meu ouvido passando as mãos nos meus braços.

-Eu não vou arriscar que você diga não, então não vou perguntar de novo, só quero te dar isto!

Ele abriu a mão e usando magia fez duas alianças dançarem no ar bem à minha frente, os olhos cor de fogo estavam brilhando, eu deixei que lágrimas traiçoeiras caíssem, mas sorri, e quase sem voz falei;

-Eu jamais diria que não!

Ele se levantou apertou as alianças na mão, pegou minha mão e colocou uma aliança em meu dedo e a beijou, depois ele ofereceu a outra aliança para que eu pegasse, eu a coloquei no dedo dele, uma lagrima de alegria correu por seu rosto, passei a mão limpando a lagrima e com carinho o beijei e nossa pequena plateia aplaudiu, eu voltei a ficar vermelha, Tia Sol nos abraçou e nos beijou.

-Que os Deuses os abençoem sempre!

-Obrigada Tia!

Ben e Lóla nos abraçaram juntos, o dia passou com nossos afazeres na fazenda que foram esquecidos no dia de ontem, Lóla e eu fomos fazer umas compras pra tia Sol, ela só falava de casamentos e festa, pra falar à verdade eu não queria festa, só queria ficar junto dele para sempre, eu estava meio aérea, era como se nós tivéssemos nos esquecido do que aconteceu, a conversa com as fadas, nosso destino o que seria de nós, será que teríamos um futuro, só sei que precisamos treinar, amanhã sem falta vamos abrir o baú da minha mãe, hoje temos muito a fazer.

Voltamos pra casa descarregamos as compras, Ben e Hunther pareciam irmãos, fico feliz de Hunther não ter mais aquele ciúme tolo, eles estavam separando alguns potros, fazendo o desmame, e preparando outros pra venda, Lóla me ajudou a limpar o celeiro, a garagem e depois foi ajudar a tia, senti um aperto no peito, mas sem saber o que era, eu precisava ficar só, sai para caminhar, já estava entardecendo caminhei sozinha com meus pensamentos vagos sobre o que faríamos, de onde vinha essa luta, como iríamos saber a hora certa e quem procuramos ... Cheguei ao campo de flores e me joguei no nosso ninho que ele tinha feito, deixei minha mente vagar um pouco e comecei a perceber que a magia podia causar destruição, era uma coisa tão perigosa e ao mesmo tempo magnífica, sabe eu sempre pensei que se um dia eu tivesse um super poder, esse poder seria poder fazer florescer tudo que eu tocasse, coisa de criança, mas ao mesmo tempo me perguntei se eu conseguiria girei na parte seca das flores e coloquei minha mão numa parte da terra que estava seca, fechei meus olhos e imaginei uma flor surgindo e lá estava uma pequena plantinha saindo da terra, nesse momento senti uma ondulação no ar, meu pentagrama ardeu um pouco, coloquei a outra mão no solo senti algo pesado correndo e imediatamente senti a magia correndo nas minhas veias, aquilo corria na minha direção, não era nada parecido com os movimentos que eu conhecia, o peso saiu do chão e eu imediatamente me virei de barriga para cima, eu vi praticamente em câmera lenta um ser muito feio uma mistura de javali demoníaco com uma estrutura humana, ele estava no ar caindo em minha direção, recolhi minhas pernas e assim que o corpo dele atingiu meus pés o empurrei com toda a minha força, ele voou para longe com um grito estranho, me levantei no mesmo segundo, assim como ele atingiu o solo já estava se levantando e correndo em minha direção, ele tinha dois destes enormes como de um javali mesmo, e espumava pela boca, eu corri na direção dele e assim que ele pulou eu fiz o mesmo, nos encontramos no ar eu agarrei os braços dele que eram enormes e musculosos por debaixo daquele pelo duro e fedorento, enfiei os pés na barriga dele, e o empurrei enquanto puxei os braços dele, arrancando-os do corpo, nesse mesmo segundo vi uma flecha atravessar a cabeça dele, cai de pé uns centímetros do lado dele, Hunther estava pulando de Fúria que ainda voava, ele caiu de pé ao meu lado, eu joguei aqueles braços em cima do corpo e ele me pegou da cintura.

-Você está bem?

Assenti e vi que o corpo começou a se desintegrar parecia virar uma espécie de piche queimando as flores ao redor.  

Os Descendentes 1 - revelaçõesWhere stories live. Discover now