Os Descendentes 1 - revelações

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-Acho seu trabalho magnífico Luna, você devia dar aulas!

-Não sei se conseguiria, minha mãe me disse que é um dom da nossa família, mas se você quiser tentar posso te ensinar!

-Gostaria muito!

-Vem!

Ele desceu e veio devagar eu desci do primeiro potro e pedi para Ben se aproximar de mim devagar, o potro levantou a cabeça desconfiado.

-Espere um pouco atrás de mim, depois estenda a mão.

Ben fez tudo direitinho como eu mandei, o cavalo foi até a mão dele e a cheirou.

-Agora passe a mão da cabeça ao final do corpo dele, tente me acompanhar ok?

-Está bem!

Ben imitou tudo que eu fiz, o potro já estava entregue a doma então foi mais fácil para passarmos ao segundo potro, levei o primeiro para um cercado menor e trouxe o outro potro pro cercado maior, eu faço sons como, shiii, para acalma-los e falo com eles também, Ben repetiu tudo que eu tinha feito, ele se sairá muito bem e ficou super entusiasmado com a aula.

-Está semana toda vou trabalhar com eles, amanhã vou trabalhar com a corda, no próximo dia com as rédeas e depois a cela, você pode vir.

-Foi demais, amanhã venho mais cedo, mas e a sua aula?

-Vou desistir, não tenho condições psicológicas de continuar e preciso me dedicar mais a fazenda, não tenho nada que eu queira seguir carreira a não ser aqui na fazenda.

-Isso vai ser bom pra você mesmo, assim também podemos passar mais tempo juntos, vejo que tem um brilho diferente no seu olho.

-Tenho é?

-Pelo visto você domou o seu coração ou foi ele?

Ele me cutucou e correu, corri atrás dele e pulei nas costas dele!

-Consigo domar você também! Hahahahaha...

Ele segurou minhas pernas e saiu correndo relinchando de brincadeira, Ben e eu virávamos crianças quando ficávamos muito tempo juntos.

-Vamos fechar aquele portão cavalinho!

Ben relinchou de novo e me levou aos pulinhos até o portão, empurrei o portão sem sair de cima dele, Ben era bem forte, joguei meu cabelo em cima da cabeça dele, quando ele se virou comigo rindo feito uns loucos, nos demos de cara com Hunther.

-Ops! –disse Ben.

-Interrompo?

Disse Hunther de mal humor, não desci das costas de Ben, e respondi brincando.

-Não, já terminei a primeira parte da doma dos potros e esse aqui obedece mais!

Dei duas batidinhas no peito de Ben, rindo, mas não havia muito humor no rosto de Hunther, que forçou um sorriso, alguma coisa chamou a atenção dele e ficou olhando fixamente para o rosto de Ben depois olhou pra mim, Ben sentiu alguma coisa e me largou.

-Bom Luna, tenho que ir, amanhã nos vemos!

-Perai –disse Hunther.

-Olha cara eu sei que você tem ciúmes de nós, mas não quero causar...

-Não, não é nada disso, eu só ... vocês já se deram conta do quanto vocês são parecidos?

-Já nos disseram isso!

-Mas porquê?

Perguntei confusa, não sabia se ele estava sendo sarcástico ou o quê.

- Você estava com o seu cabelo em cima dele e por um momento parecia que eu estava olhando para você!

Comecei a rir de nervosa, aonde ele queria chegar com isso.

-Olha não estou entendendo onde você quer chegar, mas eu já havia percebido que temos a mesma cor de cabelo e olho, mas só isso, coincidência!

-Vocês são muito grudados!

-Cara, não temos nada além de amizade, realmente eu à amo, mas como se ela fosse uma irmã!

-Existe essa possibilidade?

-Não é claro que não, eu amo a Lóla, entreguei meu coração à ela e...

-Desculpa, você entendeu a pergunta errado!

-Não estou entendendo?

-Nem eu!.- falei confusa.

-É sério vocês parecem irmãos gêmeos sei lá, não estou brincando, existe a possibilidade de um parentesco entre vocês?

-Bom da minha parte existe, pois sou adotado, mas não sei se existe essa possibilidade da parte da Luna!

Eu estava atordoada, eu não conseguia me pronunciar, eu sabia que minha mãe tinha perdido um filho, mas ele morreu ao nascer, não tinha como ser Ben.

-Luna? Luna você está bem?

Hunther me chacoalhava.

-Eu não sei bem, mas é impossível, meu irmão morreu no parto!

-Então à essa possibilidade!

-Como?

-Não sei, talvez ela tenha rejeitado...

-Não, é claro que não, minha mãe sofria muito, cada manhã do meu aniversario ela passava a mão no meu rosto enquanto eu fingia dormir e falava baixinho'' como será que você seria agora meu filho?''

-Precisamos falar com a tia!

Falou Hunther e fomos para casa, a tia estava terminando o almoço.

-Olá meus queridos, vamos almoçar?

Ele desligou o fogão, se virou para nos olhar e ficou preocupada.

-O que ouve com vocês?

-Tia precisamos conversar, se não se importa.

-Claro, sentem-se!

- Tia a senhora estava com a minha mãe quando ela deu à luz, certo?

-Claro que sim, eu nunca vou me esquecer desse dia, eu fui a primeira pessoa que pegou você no colo, depois do médico, sabia?!

-E o meu irmão?

Eu não estava com paciência para enrolar, fui direta, ela arregalou os olhos com minha pergunta, então uma onda de tristeza a invadiu.

-Desculpa tia, mas precisamos saber é importante!

Ela suspirou e começou a contar.