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-Então vamos!? Está ficando tarde e a tia deve estar preocupada!

-Hurummm respondeu elealojar

Ele me soltou com um olhar de dor e eu o entendi pois não queria que ele tivesse me largado, assoviei e Raio veio trotando.

Ele a chamou.

-Ei garota vamos?

E Fúria atendeu seu pedido, eles vieram em nossa direção, eu fui em direção a Raio, segurei suas crinas e pulei montando-o, Hunther esperou Fúria, enquanto Raio corria eu me sentia sufocada com os sentimentos que ele aflorou em mim, esqueci que Hunther me acompanhava, fechei os olhos e abri os braços, sempre que faço isso tenho a sensação de voar, chega uma hora que Raio está tão rápido que nem sinto suas patas tocar o chão, essa é a sensação de liberdade, Raio começou a diminuir a velocidade e eu sabia que estávamos chegando em casa, quando abri os olhos não consegui acreditar, mas Hunther me esperava de baixo da figueira.

-Mas como...

O que acontecera? eu havia vindo na frente, ninguém é mais rápido do que Raio, como ele havia nos passando, eu estava estupefata, quando Raio parou perto deles tive que perguntar.

-Como você nos passou?

-Nem um guepardo corre mais rápido do que Fúria!

Eu não sabia o que dizer apenas fiquei olhando-o com cara de bocó.

-Tem algum lugar que eu possa alojar Fúria à noite?

-Claro, tem várias baias no celeiro, me acompanhe!

Enquanto íamos para o celeiro meus pensamentos me atordoavam, pois eu nem escutava as patas dela passarem por nós, raio foi até a baia dele, ofereci a baia do lado, mostrei a parte de baixo do celeiro, o escritório.

-E lá em cima o que tem?

-Lá é meu refúgio, meu quarto!

-Humm!

Limpamos e alimentamos nossos amigos, depois fomos para a casa grande onde tia Sol nos aguardava com um banquete, pois não havíamos voltado para tomar café.

-Bom, meus amores vou me deitar, deixem tudo arrumado, boa noite meus amores!

-Boa noite tia!

-Benção tia!

-Que os Deuses te abençoem meu filho, blessed be meus queridos!

Tia sol nos beijou e subiu para seu quarto, conversamos umas boas horas sobre os negócios da fazenda e no que ele podia nos ajudar, durante nossa conversa ele não desviava os olhos dos meus, já eu tentava desviar o tempo todo, mas era difícil ignora-lo, comecei a guardar as coisas e ele me ajudou, enquanto ele lavava a louça eu secava, ele mudou de assunto.

-Tem certeza que posso ficar com seu antigo quarto?

-Claro, fui eu que ofereci, você pode trocar a cor e tirar os posters, deixe a sua cara!

-Não vou mexer ele está perfeito!

-Você que sabe, bom vou indo amanhã temos aula, boa noite, foi um prazer te conhecer!

Estendi a mão pra ele, e ele gentilmente pegou minha mão, a virou e deu um beijo, me olhou sorrindo.

-Posso te acompanhar?

-Pode!

No caminho Hunther pôs os braços dele presos as suas costas, ele fitava o céu estrelado.

-É perfeito não acha?

-Muito!

Quando eu respondi não era bem as estrelas que eu me referia, ele que era perfeito até demais para ser verdade, já na porta do celeiro lhe dei boa noite de novo, quando me virei ele pegou minha mão e me deu um beijo no rosto.

-Foi um prazer enorme passar o dia com você, durma bem Luna!

Consegui relaxar só no chuveiro debaixo da água quente que desmanchava os nós dos meus músculos, mas minha mente estava fervendo, pensei nas mudanças que ocorreram e estão ocorrendo neste momento, eu não conseguia tirar ele da minha cabeça e nem me afastar dele, pois ele morava na minha casa, nossas varandas ficam viradas de frente uma pra outra, ai que falta você me faz Lóla, peguei meu celular de cima da cômoda ainda enrolada na toalha, desta vez ia ser a última vez que eu tentaria ligar pra ela, ''este número não existe'' , ai Lóla por onde você anda preciso tanto de você. Passei a noite me revirando na cama, custei a pegar no sono e quando finalmente dormi sonhei com a minha mãe se escondendo num mato e eu a chamava, mas ela não me via, acordei num pulo quando uma sombra a encontrou, eram 4:00am, eu estava soando me levantei tomei água, eu precisava conversar com alguém, Ben vai me matar, mas...

-Alô, Luna você está bem?

-Desculpa, eu sei que interrompi o teu sono, mas se eu não conversar com alguém vou explodir e só confio em você!

- Se você quiser posso ir pra i!?

-Não, não, você pode me ouvir pelo telefone?

-Claro só deixa eu tomar uma água para eu ficar mais desperto!

-Desculpa, desculpa mesmo!

-Ei amigos são pra essas coisas, pronto pode me falar o que te aflige, conte-me tudo!

Então contei sobre o que havia acontecido dês do nosso encontro na escola até o final do dia, não contei muito sobre meus sentimentos confusos só que ele mexeu comigo, depois contei do pesadelo que tive com a minha mãe, Ben me ouviu paciente depois de mais de uma hora no telefone eu me apaguei, com Ben ainda ao telefone. 

Os Descendentes 1 - revelaçõesWhere stories live. Discover now