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—Vocês têm uma bela casa!

—Muito obrigada! –falou Luna —Vocês querem conhecer a fazenda?

—Hoje não vai dar, nossa mudança chega daqui a pouco, mas acho que Ben pode te acompanhar nesse passeio, dona Sol foi um prazer enorme conhecer a senhora!-disse minha mãe.

—Que isso pode me chamar de Sol, vocês são bem-vindos aqui!

—E vocês serão muito bem-vindos lá em casa também, quando a dona Luara voltar estão convidadas para um café lá em casa!

—Agradeço muito o convite!

Meus pais se foram e eu fui conhecer a fazenda da Luna após a figueira tinha muitos hectares verdes para cavalgar, logo após havia um campo cheio de flores, de vários tipos de flores em fileiras, era como um arco Iris seguimos até um campo com éguas prenhas ou potros ao pé e outro aparte com potros prontos para a doma, tudo bem organizado, as cercas pintadas, mais tarde fui para a nova casa, Lóla só havia mandado uma mensagem dizendo que já estava com saudades, mas depois não respondeu mais nenhuma mensagem, tentei ligar várias vezes e cai direto na caixa de mensagem, fui para o quarto que era dela, os pais dela só levaram roupas e alguns objetos pessoais, minha mãe iria dor uma boa parte dos moveis e os objetos que deixaram , mas pedi para ficar com aquele quarto, eles queriam que eu ficasse com o outro quarto com banheiro mas eu preferia ficar no quarto dela onde por algum tempo eu ainda sentiria o cheiro dela, ela deixou quase tudo como estava no dia que entrei aqui pela primeira vive, os posters, a cama com os lençóis o travesseiro dela, um mural metálico com alguns desenhos e músicas escritas, pequenos pedaços de papel com alguns versos ou pequenos pedaços de folha de caderno com algumas notas de uma pequena melodia, um guardanapo com um desenho de caneta , era o desenho dela com a mão sobre a boca e o cotovelo sobre uma mesa, uma folha de oficio com o desenho do rosto dela feito a lápis e por cima ela anotou as notas da melodia que ela tocou para mim na campina, quando peguei aquela folha caiu uma foto dela tocando violino na campina, atrás da foto dizia;

{para meu Ben com amor de sua Lóla}

Beijei a foto e coloquei no mural, coloquei a folha com o desenho do rosto dela, naquela noite quando me deitei passei a mão de baixo do travesseiro para arruma meu braço e senti um papel, peguei e liguei o abajur.

{Ben você é como um sonho bom, onde eu encontro o ouro no fim do arco-íris e abro os olhos e descubro que foi só um sonho, não quero te perder e voltarei correndo, mas não se sinta preso a mim, se você tiver outra pessoa quando eu voltar eu vou entender, eu estou completamente apaixonada por você, e vou guardar cada segundo do que passamos juntos, é a essa lembrança que vou me prender para não me entregar, Te Amo e sonharei contigo todas as noites que longe de ti passarei.}

—Eu também meu amor, você que é meu sonho bom!

Capitulo Lóla 2

Aprovações

No caminho minha mãe começou;

-Ah, agora sim, vida nova!

-Só se for pra vocês! –retruquei.

-E pra você também, agora você vai melhorar!

-Melhorar?

-Vamos morar numa cidade cristã onde você vai esquecer essas histórias de bruxas!

-Como assim, é por isso que estamos partindo?

-Também é!

-Eu não estou acreditando nisso, eu quero descer aqui, vocês podem seguir, vou ligar para Luna vir me buscar!

Ela se virou do banco da frente arrancou meu celular e o jogou pela janela do carro, senti o barulho do estraçalhar.

-O que você fez, você enlouqueceu?!

-Pense como quiser, mas você ainda não se manda, agora acho melhor você baixar a sua cabeça e ficar quietinha antes que a situação piore!

-Não dá pra piorar mais, podem pelo menos me dizer pra onde vamos?

-Recife, compramos uma pousada lá!

-Quê???

...

Eu só havia trazido minha mala e minha mochila, ainda estou em estado de choque, não acredito que fiquei sem meu celular, Luna deve estar preocupada comigo e Ben...

Alguns dias depois de estar ali incomunicável e sem poder sair, eu estava sentada na cozinha lendo um livro que a tia Luara tinha me dado, meus pais entraram na cozinha cheios de sacolas, meu pai largou algumas no chão e voltou pro carro para pegar mais, minha mãe pegou meu livro e o jogou na lixeira assisti de boca aberta, ela pegou um livro groso de capa de couro preto no lugar do meu livro, uma bíblia.

-A partir de agora este é o único livro que você pode ler, não quero mais saber dessas coisas satânicas na minha casa!

Aquele ato e aquelas palavras me trouxeram um ódio mortal que estava guardado desde o momento que descobri a venda da fazenda, meu corpo começou a tremer, fechei meus olhos para tentar me acalmar, eles arderam e senti um calor em meus braços, abri meus olhos e nesse momento minha mãe se jogou para trás gritando.

-Que isso, demônio, você é o demônio!-gritou minha mãe.

-Gloria o que é isso, o que você fez?-disse meu pai.

-Eu já falei, meu nome é Lóla e eu não fiz nada!

-Eu te falei João, eu te avisei, mas você não quis me ouvir, queria por quê queria adotar essa coisa, ela é um filhote de demônio!

-Cale a boca Suzele –gritou ele e se virou para mim –Filha me escuta, vamos até a igreja o pastor vai te ajudar, ele vai tirar isso de você!

-Eu sou adotada? - me levantei com os punhos fechados. -Eu não estou possuída pai, estou com ódio de vocês!

Dei um soco na bíblia e ela pegou fogo, olhei para minhas mãos que estavam com chamas azuladas, mas não me queimavam olhei atordoada enquanto minha mãe berrava e meu pai tentava apagar o fogo da bíblia.

-Ela não está possuída ela é um demônio, eu quero essa coisa bem longe de mim, fora da minha casa demônio!

Olhei dentro dos olhos dela e ela fechou os olhos para não me encarar.

-Fora daqui, você não é e nem nunca será minha filha, pegue suas coisas e dê o fora daqui, agora! 

Os Descendentes 1 - revelaçõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora