Os Descendentes 1 - revelações

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Droga, dormi demais, olhei o relógio e bom... escola já era, vou me vesti e ajudar a tia, quando cheguei a cozinha tia sol já estava preparando o almoço.

-Bom dia flor do dia, dormiu mais eu a cama hoje haahahahah

-Bom dia tia, pois é, não consegui dormir direito!

-Benjamin ligou para avisar que um novilho fugiu para o nosso lado da cerca, ele anda por aí, por que não vai ajudá-lo?

-Vou sim!

Peguei uma cenoura com talo e barbinhas que a tia tinha lavado, coloquei minhas botas, um boné e peguei um laço na passada e fui procurar por Raio, que não estava mais no celeiro, fui até a figueira e assoviei, Raio vinha de trás da figueira acompanhado de Fúria, era como ver ing e yang com vida, montei em Raio, fiz um carinho na testa de Fúria.

-Fique por aqui garota, Raio e eu vamos trabalhar um pouco!

Ela retosou um pouco mas ficou, mostrei a direção da divisa das terras para percorrermos todo o aramado, a porteira que dividia nossas terras estava aberta, avistei Benjamin carreriando o novilho, me posicionei do outro lado da porteira, mas ele desviou antes de chegar nela, Ben não o seguiu, veio falar comigo.

-Bom dia Luna!

-Bom dia Ben, eu trouxe o laço vamos cansa-lo primeiro!

-Beleza, mas acho que ele foi em direção ao pomar.

-Que tal uma paleteada?

-Borá!

Carreriamos ele, conseguimos segurar ele por um tempo entre os dois cavalos, por umas três vezes, mas ele ainda tinha muita energia.

-vai ter que ser no laço mesmo

-todo seu Luna

-valeu

Ben ficou em volta, Raio disparou e eu comecei a girar o laço, Raio não podia ficar muito perto do novilho se não, não teria graça, eu refreava Raio o tempo todo, até conseguir uma distância maior e joguei o laço encaixando perfeito no pescoço do novilho, encurtei o laço e Ben encostou a cavalo deve atrás ele empurrava o novilho com o peito do cavalo dele, até que ele se cansou e começou a andar o levamos para o cercado da fazenda dele. Na volta viemos conversando.

-E ai perdeu a hora hoje? - ele riu.

-Desculpa pelo telefonema!

-Já te falei, amigos são pra essas coisas e sempre que você precisar eu vou estar do seu lado!

-Quer almoçar conosco?

-Você sabe que não consigo recusar né!?

-Eu sei, por isso convido hahahah...

-Vou avisar a mãe e vamos, acompanhei ele até a porta da casa, mas não entrei, desde que a Lóla partira não entrei mais lá, apesar dos pais dele serem muito gentis comigo eu não conseguia. Ben as vezes consegue ser pior do que a Lóla, ele não deixava nada escapar e viu que eu escondia alguma coisa.

-Então dona Luna, vai me contar o que está acontecendo nesse coração ou vou ter que arrancar de você?

-Comigo?! Nada, eu já te contei tudo ontem!

-Duvido, todo esse nervosismo essa falta de sono, aquele carinha mexeu com você mesmo.

-Ai Ben, estou tentando não sentir, mas está difícil, eu o conheci ontem e ele já bagunçou minha vida... e ...eu estou com medo!

-Medo de quê?

-De me machucar de novo e outra que acabei de conhecê-lo e já estou...

Não terminei a frase com medo das palavras.

-Sabe Luna, foi assim comigo e com a Lóla eu me apaixonei por ela só de ouvir a música dela e quando olhei em seus olhos eu mergulhei de cabeça, mesmo sabendo que ela partiria dali uns dias e isso faz meu coração sangrar todos os dias, mas mesmo assim a esperança de vê-la de novo daqui uns meses me ajuda.

-Como você consegue aguentar?

-Meu coração me diz que ela está voltando e outra que tenho você que me da força todos os dias!

Sorri.

-Você também me dá força pra continuar de pé, não sei o que seria de mim sem você!

-Você sabe que faço tudo isso de coração, e falando de coração de uma chance ao seu e ao dele!

-Mas eu nem sei o que ele sente por mim!

-Então espera pra ver, mas não te fecha, deixa rolar!

-Vou pensar no assunto!

-Fico feliz e vou ficar de olho também, aí de que ele te machuque!

Eu achei graça, ele era o irmão que eu nunca tive, quando chegamos o Jeep dele não estava lá, fomos nos lavar e depois de uma guerra de água no lavabo, voltamos falando de negócios, Ben tinha em vista mais uma venda.

-Eu estou quase fechando a venda daqueles dois potros mais velhos que apartamos semana passada, se você os domar eu consigo mais por eles, o que me diz?

Nesse momento Hunther chegou e Ben viu que fiquei tensa.

-Bom Dia Tia, Luna, Ben.

-Bom dia! – repetimos.

Meu coração acelerou, quando Hunther olhou para Ben seu rosto ficou tenso, depois olhou para mim com tristeza, ele foi se lavar e voltou em seguida disso Ben estava rindo de mim porque ele sussurrou assim que Hunther nos deu as costas.