20

68 27 0
                                    


 Capitulo Luna

Estávamos sentados à mesa esperando por Hunther e Ben me olhou desconfiado e cochichou.

-Aconteceu alguma coisa? Quer conversar?

-Mais tarde quero sim!

Então ele voltou com os cabelos um pouco molhados, ele devia ter lavado o rosto, eu estava encantada com ele até que a tia me tirou do transe.

-Então quantos animais você vendeu Ben?

-Agora vocês vão ficar de boca aberta!

-Ai Ben você está me deixando ansiosa!

-5 éguas prenhes, 1 garanhão e 6 potros!

- Uau! Falou Hunther.

- Eu sei, não é demais?!

-Nem acredito! –falei.

Desde que Ben assumira comigo a fazenda começou a alavancar, Hunther se sentou de frente pra mim do outro lado da mesa, nossos olhos se encontraram e eu não conseguia desviar os olhos.

-Então Hunther você quer nos dar uma mão aqui na fazenda?

Perguntou Ben.

Hunther olhou para Ben, e respondeu;

-Essa é minha intenção, se vocês poderem me mostrar a fazenda posso começar a ajudar ainda hoje!

-Luna vou ter que sair hoje de tarde, mas acho que você podia mostrar tudo pra ele se não se importa!

Falou Ben olhando em meus olhos e colocando a mão dele na minha para me trazer ao foco.

-Claro, posso sim!

Hunther sorriu com a ideia e eu me preocupei, terminamos de almoçar e eu fui pro celeiro onde Ben me acompanhou.

-Você está estranha, teve notícias da Lóla ?

-Não tive nenhuma, mas está acontecendo alguma coisa que está me apavorando!

-Tem a ver com esse rapaz ou alguém mexeu com você?

-É estranho porque e como se eu conhecesse ele, mas vai lá fazer as tuas coisas que depois converso melhor contigo!

Lhe dei um beijo e fui me trocar, coloquei um short jeans, uma regata branca e minhas botas campeiras, meu boné e sai, Raio já me esperava ao pé da escada, pulei nele antes de descer os últimos degraus, Raio saiu trotando do celeiro, Hunther já me aguardava na porta do celeiro montado em um cavalo branco de olhos azuis, o cavalo dele estava encilhado, eu nunca encilhei Raio, ele é um espírito livre igual a mim, e por mim ele jamais vai ser encilhado, Hunther parecia um príncipe de conto de fadas só que sem camisa.

-Então onde vai me levar primeiro?

-Por ai, apenas me siga, vem cá você não tem nenhuma camiseta limpa ou só está querendo exibir seus músculos?

Não dei tempo para ele me responder, apertei a barriga de Raio e ele começou a correr. Mostrei os campos cheios de flores da minha mãe, o estábulo, a arena onde minha mãe treinava os cavalos e onde os domava e agora era eu quem o fazia, o estábulo dos cavalos que seriam vendidos, ou estavam em treinamento, os campos com os potros, com as éguas prenhes, o pomar, e o levei até o final dos campos onde ficava o meu lugar preferido no mundo, a pitangueira, não sei o porquê fiz isso, mas eu queria leva-lo ali, Hunther olhava a árvore com a boca aberta.

-Algum problema?

-É ... é a árvore da vida mágica?

Hunther desceu de seu cavalo sem tirar os olhos da árvore, desci sem tirar os olhos da dele, passei a mão em Raio.

-Amigão vai dar uma volta com seu novo amigo...ei!

O cavalo dele me empurrou.

-É amiga, esta é minha amiga Fúria!

-Há sim, muito prazer Fúria e este é meu amigo Raio!

Passei a mão em seu focinho para que me cheirasse, depois acariciei sua testa então os deixei ali e fui até Hunther, ele estava mais perto da árvore de olhos fechados, braços abertos, ele mexia os lábios falando para si, fui até a árvore e encostei-me no seu tronco, antes dele abrir os olhos ele falou;

-Posso sentir a magia que há em volta dela!

Quando ele abriu os olhos sua expressão foi do tranquilo ao preocupado.

-Como você ... deixa pra lá!

-Vem, sente-se aqui!

-Não, eu vou ficar aqui!

-Há não me diga que está com medo de chegar perto da árvore!

-Eu... eu não sei se sou digno!

-Há que isso, é sério mesmo?

Levantei e comecei a escalar a árvore.

-Não creio que você está fazendo isso!

-Há qual é!

Como sempre peguei as pitangas das partes mais altas coloquei-as no boné e desci.

-Pega pra mim, preciso das mãos livres para descer!

Com isso fiz com que ele se aproximasse mais do tronco, então larguei o boné e tive a impressão que ele desceu quase que flutuando, pisquei para ver melhor, mas o boné já estava na mão dele.

-Você é doida, isso é como profanar um templo!

-Olha Hunther eu conheço essas histórias todas, creio nos Deuses e tals, e segundo minha mãe somos bruxas, mas tá é só isso, magia é igual mágica é tudo ilusão, eu venho aqui desde que nasci, enquanto minha mãe escrevia ou lia encostada neste tronco eu subia e descia desta árvore milhões de vezes.

-Você não crê mesmo sabendo de tudo?

-Você não acha que eu saberia se houvesse algo além das histórias?!

Peguei meu boné e comecei a comer as frutinhas, estendi o boné para ele.

-Vamos experimente!

Ele não pegou os frutos, pegou meus pulsos me puxando para mais perto dele, agora sim meu rosto devia estar feito um vulcão, eu sentia o calor saindo das bochechas, se não fosse o vermelho do sol se escondendo no horizonte ele teria notado, eu fiquei paralisada quando ele passou a mão na minha bochecha tirando uma mecha do meu cabelo do rosto e pondo-a atrás da minha orelha.

-Você está quente... podemos voltar aqui amanhã?

-Hurumm! – foi tudo que consegui responder.

Eu tinha vontade de abraça-lo não sei o porquê, caramba eu só o conheço a algumas horas e tenho a impressão que o conheço há séculos, minha mente gritava, fuja, saia daí, é uma cilada, mas meu coração gritava agarre-o e não o deixe escapar e antes que acontecesse alguma coisa que eu não queria ou queria, eu uni forças e falei; 

Os Descendentes 1 - revelaçõesWhere stories live. Discover now