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Já a noite depois de muita conversa, toquei um pouco de violino, Ben tocou duas músicas comigo, tia Sol estava fascinada com Ben, depois a tia nos deu um beijo e foi se deitar, Luna foi conosco até o celeiro fazer seu ritual de mimar Raio, enquanto ela escovava Raio, Ben escovava o cavalo dele também e eu viajava em pensamentos, nunca consegui ter um animal de estimação, desde pequena eu sonhava que eu me transformava em um animal, eu ia sozinha para o campo e lá eu brincava, eu fechava os olhos e na minha mente eu fazia as mudanças acontecerem, coisa de criança como era bom ter imaginação.

—Terra chamando Lóla, cambio!

Luna era uma figura.

—Opa, cheguei, cambio!

—Bom como eu dizia, vou deixar vocês, boa noite amigão! – ela abraçou Raio—Boa noite Ben! –lhe deu um beijo—Boa noite minha irmã! - me abraçou me deu um beijo e sussurrou —Divirta-se –depois falou mais alto:—Tem bastante coisas no frigobar, fiquem à vontade!

—Boa noite Luna e mais uma vez obrigado!- disse Ben.

—Te amo! -falei pra ela.

—Também te amo!

Ela desligou a maioria das luzes deixando umas amareladas nos cantos, nós subimos devagar, sem presa, queríamos que o tempo parasse, então um estrondo ecoou e um relâmpago clareou a janela, uma tempestade se formava lá fora, tomei um banho escovei meus dentes coloquei um pijama da Luna, quando voltei ao quarto estava com a luz apagada e o chamei.

—Ben?

Várias velas se acenderam ao mesmo tempo, com uma chama lilás, depois ficaram amarelas, Ben estava tão lindo com a iluminação das velas, havia um trilho de pétalas de rosas vermelhas até a cama, ele veio sorrindo em minha direção, beijou minhas mãos.

—Sem querer cortar o clima, você me espera, preciso de um banho!

Assenti e ele entrou no banheiro, respirei fundo, aquela seria nossa última noite juntos, me despi e fiquei olhando a chuva pela janela, o barulho da chuva era ensurdecedor, eu estava me abraçando, Ben passou as mãos nos meus braços até minhas mãos encostando seu corpo nu no meu, uma onda de adrenalina explodiu no meu corpo, seu queixo roçou em meu pescoço arrepiou até a minha alma, Ele me pegou no colo e me levou até o centro da cama, roçando a boca no meu ouvido sussurrou —Amo seu cheiro!- e passou os lábios na volta do meu queixo indo até o outro ouvido —Amo seu sorriso!- eu estava com os olhos fechados, ele seguiu o ritual mordiscando delicadamente meus lábios —Amo seus lábios! – abri os olhos e ele me fitou —Amo seu olhar!- seus lábios desceram até minha clavícula —Amo seu jeito de ser! –beijou a ponta do meu nariz e sorrindo disse —Amo cada pedacinho seu, por dentro e por fora!

—Eu te Amo Ben!

Nos beijamos intensamente até ele roçar o meu pescoço com os lábios, abri os olhos e lá estavam as runas azuis.

—Olhe... tentei falar mas ele interrompeu minha fala com outro beijo, ele fez eu esquecer de tudo até do meu nome.

Eu me sentia tão amada que se eu morresse ali, morreria feliz, pois nada nem ninguém me tiraria a experiência que tive nestes últimos dias. Quando acordamos ele me apertou contra o peito dele e falou;

—Eu não quero acordar, quero que o tempo pare neste momento!

—Eu queria o mesmo!

—Casa comigo e vamos fugir?

—Era o que eu mais queria, mas sou menor de idade e...

—Eu te sequestro, damos um jeito ...

—Não quero que se meta em confusão eu não suportaria te ver na pior, fora que não posso fugir de minhas aprovações!

—Que aprovações Lóla?

—Não sei Ben, provavelmente eu tenha que passar por essas coisas para aprender algo, assim como Odin, talvez eu tenha que ficar longe do que amo para aprender a valoriza-los mais, não sei ao certo, mas nada é por acaso!

—Me sinto inútil, impotente!

—Não pense assim, eu estarei com você aqui! – toquei meu peito- Enquanto você me manter ai dentro! –apontei para o sue coração.

—Então será para sempre!

Abracei ele o mais forte que pude, ele retribuiu, quando percebi que a respiração dele estava entrecortada, levantei o rosto para olha-lo ele estava com o ante braço cobrindo os olhos.

—Me perdoa, eu não sou assim!

—Você não tem que pedir perdão!

—Eu estou sendo fraco! - pus a mão na boca dele.

—Não fale assim você não está sendo fraco, você está me mostrando seus sentimentos, isso não é fraqueza!

—Eu odeio chorar, não é de mim, eu tinha prometido à mim mesmo que nunca ninguém ia me ver chorar e agora...

—Você me provou que seu sentimento é puro e verdadeiro!

Peguei os punhos dele fazendo uma algema com as mãos, segurei-as no travesseiro, eu queria ver seus olhos, mas ele fechou-os e as lágrimas correram para os lados, o rosto estava vermelho não sei se de vergonha ou de raiva, beijei suas pálpebras, rocei meu lábio em sua sobrancelha, beijei a ponta do nariz, finalmente sorriu e eu o beijei, foi um beijo suave e calmo, tranquilamente acariciei cada pedaço de seu corpo com a ponta dos meus dedos, decorando em minha mente cada músculo, cada pequena cicatriz, cada sinal, foi a primeira vez que o vi direito na luz do dia, ele tinha um sinal em formato de meia Lua, achei engraçado porque a Luna tinha um sinal no mesmo formato, mas em outro lugar, não falei nada apensas segui o meu ritual...

Nos vestimos, juntamos a bagunça e ele me abraçou.

—Você está presa!

—Eu me rendo!

Estávamos saindo do celeiro em direção a casa grande quando meu celular tocou, era minha mãe.

''quero você aqui até as cinco e meia, não se atrase, seu pai quer sair cedo!''

Desliguei o telefone e pronto meu mundo desabou, meus joelhos tremeram, me abracei nele chorando, Luna correu e nos abraçou, enfiei o rosto entre os dois e os apertei, se choraram eu não sei mas eu parecia uma criança, a dor no meu peito era enorme, eu imaginei que pelo menos iria terminar o dia com eles, agora sei que são apenas algumas horas para aproveita-los, preciso me concentrar e parar de chorar, comecei a respirar fundo, até que consegui parar, levantei a cabeça, os dois estavam olhando para cima. 

Os Descendentes 1 - revelaçõesWhere stories live. Discover now