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Depois ele esfregou lentamente a bochecha dele na minha, e a eletricidade fluiu em meu corpo e a raiva se esvaiu, minha respiração começou a ficar ofegante, ele passou os lábios no meu pescoço e minhas pernas oscilaram, então ele voltou a me fitar.

-Acho que você conseguiu!- ele sussurrou no meu ouvido.

-Haram!

Os lábios dele estavam a poucos centímetros dos meus, mas ele não me beijou.

-Você quer ir pra casa?

- Eu... eu não sei o que eu quero!

-Venha, vou avisar que você passou mal e vou te levar!

Ele seguiu com os dedos entrelaçados aos meus, me levando até o jeep, fiquei sentada ali jogada pra trás no acento, pensando no que tinha acontecido, o que ele quis falar com mostras quem eu era de verdade, não entendi, fisicamente eu estava bem, mas minha cabeça parecia que ia explodir, ele voltou e entrou no jeep, colocou a mão no meu joelho.

-Como você está?

-Cansada e estressada!

Já estávamos a caminho de casa quando precisei perguntar.

-O que você quis dizer com mostrar quem eu era?

-Luna você não sentiu seus olhos mudarem?

-Senti meus olhos arderem, mas eu conseguia enxergar muito bem!

-Luna você é uma bruxa e precisa aceitar isso!

-Você também, eu não sou bruxa isso não exist...

Hunther parou o carro na porteira, me olhou e do nada seus olhos ficaram amarelos e suas pupilas ficaram finas como de um gato, eu tive um sobressalto e pus a mão na boca abafando meu grito.

-O que é isso, Hunther?

-Desculpa eu não quis te assustar, foi isso que você fez hoje e por um tris aquela garota não viu!

-Eu? Não pode, como?

-Sim, você pode ssi, minha teoria é que por você não aceitar a verdade, você demorou mais tempo para sua magia florescer!

-Eu não... isso não está acontecendo, é só um sonho, é só um sonho!

-Luna, não é um sonho, todas as histórias que você já ouviu é tudo verdade!

Hunther estava parado na porteira, eu abri a porta do jeep e sai correndo e assoviei, Raio vinha em minha direção.

-Luna!

Montei em Raio em movimento, eu não enxergavam um palmo à minha frente de tantas lágrima, mas Raio sabia onde eu queria ir, as palavras da minha mãe ecoaram na minha cabeça {vai chegar uma hora que você vai ter que aceitar quem você é, querendo ou não} eu me joguei do lombo de Raio correndo até a árvore e me joguei de joelhos e dei um grito que mais parecia um rosnado.

-Graaaaaa!!!!

-Por que mãe, por quê?

Senti uma mão quente no meu ombro e por reflexo agarrei a mão e puxei com força derrubando o corpo por cima de mim, eu estava em cima dele segurando a camiseta com uma mão e com o punho pronto para socar, quando vi Hunther com as palmas pra cima em rendição.

-HUNTHER!

Ele relaxou e encostou a cabeça no chão e respirou fundo.

-O que você está fazendo aqui? E como chegou tão rápido? Eu podia ter te machucado!

Eu gritava com ele.

-Calma, eu estou bem!

-Não se chega assim atrás de ninguém, você podia estar com o olho roxo agora!

Eu gritava com ele, eu estava furiosa comigo mesma, ele gemeu no chão e minha fúria passou.

-Você está bem? eu te machuquei?

Eu estava praticamente montada em cima dele, ele passou a mão em minha mão que ainda segurava a camiseta dele e a soltei.

-Mas não me machucou e eu estou bem - ele respirou fundo - Uau!

-Me desculpe, foi por reflexo eu jamais...

-Shhiii, calma.

Ele apoiou um cotovelo no chão e passou a mão no meu rosto colocando meu cabelo para trás da minha orelha, fiz a menção de me levantar, mas ele foi mais rápido, sentou-se comigo eu deslizei ficando sentada encaixada de frente para ele, eu fiquei muda com a eletricidade, ele me abraçou e eu retribui, eu estava precisando daquele abraço mais do que eu imaginava, meu rosto estava encostado no seu pescoço o cheiro dele era tão bom e reconfortante, uns minutos depois ele sussurrou;

-Você está bem ?

-Não, eu não sei ...

-Pode confiar em mim!

Eu confiava e desabafei

-Ouço essas histórias desde que me conheço por gente e não sinto ... eu não sei... não sei nem o que dizer ...

-Pra começar você tem que acreditar mais em você!

-Estou tão perdida, está tão difícil!

Comecei a chorar de novo e ele me abraçou mais forte.

-Chore minha Luna, pode chorar, vai te fazer bem!

Ele ficou ali abraçado comigo até eu me acalmar, pus a mão em seu peito e sua camiseta estava encharcada.

-Desculpe!

- Estarei sempre por perto, quando você precisar!

Eu sorri, ele pegou minha mão e pôs em seus lábios, beijou a ponta dos meus dedos a adrenalina perturbou em minhas veias e meu estômago tinha milhares de libélulas se debatendo, e sem pensar falei;

-Estou com medo!

Ele largou minha mão, mas não me soltou apenas se afastou um pouquinho para poder olhar nos meus olhos.

-Eu jamais faria alguma coisa que você não quises...

-Não – o interrompi – Não é isso, é outra coisa!

-Conte-me!

-Vamos mudar de assunto por favor!? 

Os Descendentes 1 - revelaçõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora