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Ben ficou beliscando nas panelas da tia e eu fui atrás de Hunther, imagino o quanto tenha sido difícil pra ele, percorri quase toda a fazenda e encontrei Fúria perto do cercado de doma, deixei Raio com ela e fui caminhando até o cercado, ele estava com os dois potros ao mesmo tempo, ele literalmente não gostava muito de roupas, estava de pés descalços, sem camiseta, apenas de bermuda, fiquei observando em silêncio, ele era muito melhor do que eu, era como se ele fosse um deles, os animais brincavam com ele, ele era bruto, mas sexy ao mesmo tempo, os potros o obedeciam a cada movimento, então os olhos dele encontraram os meus entre as tabuas do cercado, o sorriso dele foi esplendido, amo o seu sorriso, acho que entendo quando ele me disse que cada sorriso que ele ganha meu é como se ganhasse na loteria, eu sentia o mesmo, ele veio correndo e pulou o cercado inteiro em um só pulo, quando ele pousou na minha frente vi o lampejo do fogo em seus olhos.

-Eu não sabia que se podia fazer esse tipo de coisas com magia!

-Você tem muito o que aprender!

Ele me levantou no ar e girou, me abaixou aos beijos, e entre beijos e caricias ele falou em meu ouvido;

-Eu estava louco por isso, talvez desesperado seja a palavra correta.

- Eu também, mas temos que ir, a tia nos espera!

-Me dá só um minuto!

E me rendi ao pedido.

Quando entramos na cozinha meu rosto estava vermelho e quente, rezei para que não percebessem nada, Hunther cumprimentou Ben dando a mão.

-E aí irmão, como passou a noite?

-Feliz! -respondeu Ben- Só faltou uma coisa pra completar minha alegria!

-Lóla! -respondi.

-Sim!

Estávamos terminando de almoçar quando Hunther levantou uma questão.

-Desculpa esfriar um pouco o clima, mas vocês já se perguntaram o por que e como aconteceu tudo isso na noite em que nasceram? Tipo porque o médico fez isso?

Nos olhamos sem ter uma resposta, Hunther tinha razão e devíamos investigar isso, olhei para a tia e ela me respondeu uma pergunta que eu ainda não tinha formulado.

-Liguei para o hospital hoje de manhã, e o médico ainda trabalha no hospital, ele vai atender hoje à tarde, o nome dele é doutor Robert Osler!

No outro dia liguei para o hospital e inventei que precisava de uma entrevista com ele para um trabalho da escola, a secretaria nos agendou para hoje de tarde, Hunther fez questão de nos levar e ficou esperando no carro, Ben e eu entramos, tivemos que esperar um pouco eu estava nervosa e ele entrelaçou os dedos nos meus e beijou minha mão sorrindo, em seguida a secretaria mandou nós entrar, entrei na frente estendendo a mão para um senhor de cabelos grisalhos e de barba grande bem aparada.

-Olá, sou Anna, Anna Lua!

-Filha de Luara, sim, você tem os olhos de sua mãe!

-Sim, você se lembra!

-Claro, você veio ao mundo por estas mãos!

Ele levantou as mãos, Ben pigarreou e estendeu a mão para o médico, que ficou branco.

-E eu sou Benjamin!

-Meu Deus, vo-você é ...

-Igual a Luna? pois é vim ao mundo por suas mãos também!

O médico ficou espantado e procurou uma cadeira com as mãos e se jogou nela, Ben estava impaciente então comecei a falar.

-Doutor, não viemos aqui para criar problemas, mas para encontrar uma solução, queremos a verdade, não vamos julga-lo, então seja lá o que for que o senhor tenha feito por favor nos conte!

O doutor pegou uma garrafinha de água que estava em cima da mesa, e tomou meia garrafa, depois respirou fundo e começou a contar.

- Sentem-se, sua mãe havia perdido seu pai e algumas horas depois ela entrou em trabalho de parto, foi um parto difícil, tive que fazer uma cesariana de emergência, eu estava com uma enfermeira nova, você veio primeiro Ana eu a entreguei rápido a Dona Sol e continuei o trabalho, quando você meu jovem saiu não chorou e não estava respirando eu corri para a outra sala para reanima-lo, fiz uma sucção para tirar as impurezas de dentro de você, então uma enfermeira que não sei nada sobre ela até hoje, eu investiguei mas ninguém sabia nada de enfermeira nova, pegou você e disse para mim voltar que a sua mãe estava passando mal e que não tinha o que fazer porque você estava morto, me lembro de seus olhos terem uma cor estranha, eu não sei porque obedeci aquela mulher foi muito estranho, voltei e terminei o procedimento em sua mãe, à mediquei e quando voltei para ver você, ela tinha sumido, eu sabia que sua mãe estava muito frágil e que se soubesse disso ela poderia não resistir, então inventei o resto, para salvar a vida dela, eu nunca parei de investigar, mas sempre que contrato um investigador novo é sempre a mesma história, que não existem vestígios da pessoa, mas eu peço perdão à vocês!

Nós estávamos mudos, mas assenti, não havia o que perdoar ali, saímos da sala mudos e de mãos dadas, entramos na camionete, mudos, Ben entrou atrás, respirou fundo e conseguiu relaxar um pouco, ele se jogou no banco de trás com o antebraço nos olhos, contei tudo a Hunther, depois que contei, Hunther pegou minha mão enquanto dirigia e a beijou e olhou pelo espelho. 

Os Descendentes 1 - revelaçõesOn viuen les histories. Descobreix ara