Os Descendentes 1 - revelações

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Ele suspirou, eu já me sentia mais forte e capaz de caminhar sozinha, mas fiquei ali mais uns minutos e naquele tempo tive certeza de que ele sentia o mesmo que eu, pelo modo que o corpo dele reagia cada vez que eu movia um centímetro que fosse, o coração dele batia mais rápido do que o meu.

-Não se mexa, eu vou sair e depois você pode sair!

-Se não se importa preciso ficar aqui mais uns minutos.

-Não me importo, pode ficar o tempo que quiser!

Afrouxei as mãos para tirar os braços da volta dele e ele me apertou.

-Você tem certeza que consegue andar?

-Tenho!

Com um suspiro pesado ele me largou e eu suspirei também, foi meio dolorido, mas eu sou forte vou resistir, mas eu o quero mais que tudo no mundo, mas se eu me entregar e um dia isso acabar eu não vou aguentar, eu sabia que a qualquer momento eu me entregaria, me enrolei na toalha e sai, peguei uma calça moletom bem grande que eu tinha e deixei em cima da cama ao meu lado, me enrosquei no edredom.

-Tem tolha do seu lado!

-Já achei!

Ele se secou e saiu com a toalha enrolada na cintura.

-A chuva já está passando, quando se cria uma tempestade dessa magnitude, ela leva umas horas pra passar!

-Do que você está falado?

Estendi a calça pra ele.

-Obrigado, estou falando da tempestade que você criou

-Como?

Ele se sentou no meu lado e pegou minhas mãos.

-Você estava com raiva, muita raiva e você passa essa energia para o ar formando nuvens e tempestades.

Eu não conseguia acreditar no que ele me falava, era estranho, não fazia sentido, fiquei quieta, ele colocou as pernas na calça e se levantou, não fechei os olhos ,eu queria admirá-lo ele colocou a toalha sobre o ombro e se ajoelhou na minha frente.

-Sabe Luna, você não está lutando contra sua mente, está lutando contra o destino!

Cobri meu rosto com as mãos.

-Eu sei!

-Vou levar as compras pra tia e depois venho ver como você está!

Ele se levantou e beijou o topo da minha cabeça, peguei a mão dele.

-Obrigada, por tudo!

-Não tem que agradecer, se precisar conversar eu posso te ajudar!

Ele beijou minha mão e se foi, a chuva passou, terminei de me vestir e fui atrás dele, não havia nenhuma nuvem no céu e nenhum vestígio de chuva na terra, ouvi ele conversando com a tia Sol e fiquei curiosa, não sou de ficar ouvindo atrás das portas, mas a curiosidade me pegou.

-Serio tia, você teria se orgulhado dela se tivesse visto, ela sabe quem ela é.

- Ela sempre soube, Luara sempre falou tudo pra ela, mas ela não acredita, aposto que ela nem sabe que foi ela que formou a tempestade

Hunther ficou calado então a tia trocou de assunto

-Filho?

-Humm?

-Você está apaixonado por ela, eu consigo ver e vejo que ela também, mas vá com calma ela teve uma grande decepção com o primeiro namorado, ela não nos contou a verdade, mas sei que não foi fácil pra ela, só te peço que a ajude, ela está perdida em meio aos sentimentos, apenas mostre o caminho pra ela.

Se ela soubesse o quão ele é paciente.

-Eu jamais deixaria ela se perder, mas eu não consigo ficar longe dela é como um imã.

-Eu sei vocês, nasceram um para o outro!

Nisso Raio vinha vindo na minha direção, sai dali abaixada estava escurecendo, mas eu estava sufocada com as informações e com as lembranças, eu achei que as tivesse enganado com a mentira que contei sobre o Luca, mas eu estava enganada , me encolhi com a lembrança, o sol estava deixando o horizonte vermelho, Ben estava lá tocando e quando me viu chorando veio em minha direção e me abraçou assim que desci de Raio.

-Luna o quê ouve?

Eu não conseguia falar.

-Seja lá o que for eu estou aqui!

-Obrigada Bem!

-Me conte, foi o Hunther ele fez alguma coisa que você não gostou?

-Não, ele está sendo paciente comigo, é que eu fiz uma coisa que não deveria ter feito, eu fiquei ouvindo a conversa dele com a tia e sem querer ela abriu a caixinha de pandora dentro de mim.