Capítulo 112 - Sehun

Start from the beginning
                                    

Eu me sentia muito entusiasmado com a ideia de voltar a vê-lo. Eu ia disposto a dizer à Luhan que eu continuava gostando muito dele apesar do que tinha acontecido entre nós dois. Eu não sei, tudo em meus pensamentos só se tratava de Luhan; eu não consegui tirá-lo da cabeça.

Quando cheguei em sua casa depois do meu horário e com certeza do seu, era um pouco tarde, então seria uma vantagem. Foi estranho ver a sua porta entreaberta e não ver nenhuma luz vindo de dentro. Eu o vi cair quando entrei... Eu ainda tenho pesadelos sobre esse momento.

Não sei quantas vezes chamei o seu nome como se fosse um convite a vida. Tentei levantá-lo segurando-o pelos quadris e me sujei com seu xixi, ele tinha perdido o controle dos seus esfíncteres por causa da asfixia. Ele estava sujo de sangue e com suas mãos e pés atados. Durante muito tempo, esse foi o pior momento da minha vida, principalmente quando tive que tomar a decisão de soltá-lo para revirar as suas gavetas e achar algo com que pudesse cortar a corda. Senti que levei mil horas resolvendo tudo, mesmo que tenham sido somente alguns segundos. Subi em cima do banco que estava derrubado no chão e cortei a maldita corda, de modo que nós dois caímos no chão.

Me apressei em libertá-lo completamente e bati em seu rosto levemente várias vezes sem conseguir um sinal. Eu deveria tocar o seu pulso ou verificar se ele estava respirando, mas neste momento, eu não conseguia pensar em nada, minha mente era um caos...

Chamei a ambulância e com muito custo consegui dar a direção; em seguida ignorei a operadora enquanto me dedicava a segurar Luhan entre os meus braços. O vi abrir um pouco seus olhos, injetados de sangue; ele me encarou antes de desmaiar, e eu esperei enquanto sussurrava em seu ouvido que a ajuda logo chegaria, que tudo ia ficar bem e que eu não pensava em deixá-lo sozinho.

Foi Chanyeol que se encarregou de Luhan, e quando conseguiram instalá-lo em um quarto particular que estaria por minha conta, ele me deu o diagnóstico:

Uma contusão cerebral, quatro costelas quebradas, os dois pulsos, um ombro e um tornozelo deslocados; fora as feridas em seu rosto (lábios, nariz e supercílios quebrados) e os vários hematomas em todo o seu corpo. O pior de tudo seria a marca horrível que permaneceria para sempre... a que a corda apertada deixou em seu pescoço. Eu também o machuquei: cortei sua nuca em meu desespero por livrá-lo de sua forca apertada demais. Mesmo que fosse só mais um dano superficial, era um a mais.

Luhan acordou de madrugada pulando da cama, e eu estava lá para abraçá-lo e assegurar à ele que não havia mais o que temer.

— Este é o oficial Woo Ji Ho — expliquei antes de apontar para um policial que, ao que parecia, era amigo de Chanyeol, Lay e Xiumin. — A mulher ao seu lado é a psicóloga Lee Chae Rin. Eles precisam pegar a sua declaração, Lu. Você precisa contar à eles o que aconteceu.

Durante três horas, o vi relatar uma e outra vez o modo com que um homem mascarado entrou em sua casa e o agrediu sem dar maior explicação. Luhan assegurou que a primeira coisa que recebeu foi um murro em seu rosto que o deixou aturdido a ponto de não lembrar muitos detalhes sobre a aparência do agressor... ele só conseguia lembrar que esse homem o chamava de "Yoo Seok". Ao que parecia, um louco tinha o confundido.

A polícia se foi sem muitas pistas e Luhan suspirou esgotado. Quando Chanyeol entrou para examiná-lo e trocar a bolsa de soro, o velho fez uma pergunta que o deixou pálido.

— Jongin já sabe que Taeoh está vivo?

— Do que você está falando, Luhan?

— Taeoh está seguro com Kyungsoo?

— Como você sabe disso? — Chanyeol inquiriu com um olhar severo.

— Temo por Jongin. Por favor... vá até ele.

Projeto Haema Hippocampus [Tradução PT-BR]Where stories live. Discover now