Capítulo 7 - Baekhyun

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"Oh simplicidade, pra onde você foi?

Eu estou ficando velho, e preciso de alguma coisa para confiar.

Então me fala quando você vai me deixar entrar.

Eu estou ficando cansado, e preciso de algum lugar para começar".

Somewhere Only We Know, Keane.

Somewhere Only We Know, Keane

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Fonte: d.m.




— MERDA, KYUNG! VOCÊ ME DISSE QUE SUSPEITAVA QUE AQUELE ANIMAL MORAVA NAQUELA CASA, NÃO QUE IA LÁ, BUSCÁ-LO! — gritei enlouquecido uma vez que Chanyeol foi embora, e meu irmão começou a me contar tudo.

— Eu não fui buscá-lo! Só entrei para me certificar de que era a casa dele, eu tinha o visto ali. Como eu ia saber que ele voltaria? E cala a boca, se não Steve vai nos ouvir!

Ele tinha razão, se papai escutasse, ia armar uma discussão sem tamanho.

— Mas porque você demorou tanto?

— Eu já te disse, ele me prendeu!

— Você estava esse tempo todo na casa dele?

— Em uma espécie de laboratório no porão. Eu fugi por uma janela, ele caiu inconsciente no chão porque eu o empurrei e a cabeça dele quebrou, não sei... ele pode estar morto — disse-me, roendo as unhas.

— Assim espero — contestei em um suspiro. Logo pigarreei. — Ele te machucou?

— Me forçou um gás que me desnorteou e depois me prendeu desse jeito; quando acordei, eu estava usando uma bata de hospital e eu estava amarrado em uma cama, não sei. Ele tirava o meu sangue e me injetava coisas. O que seja o que ele enfiou em mim, doía como o demônio, Baek, eu pensei que ia morrer. — abracei-o com força, tremendo de medo só de ouvir as suas palavras.

— Que tipo de dor? Aish! Temos que saber o que ele injetou em você.

— Não sei, aquilo me fazia sentir fraco. Todo o meu corpo doía, e às vezes me fazia vomitar, eu tinha alucinações... uma vez sonhei que ele abria o meu estômago, mas agora acredito que não foi um sonho — quando ele me mostrou a sua cicatriz, quase desmaiei. Aquele animal podia ter tirado um órgão de Kyungsoo!

— Calma, Baek, você está pálido. Tem certeza de que quer ouvir mais?

Fiz um esforço para me recompor.

— Claro que tenho! Continua...

— Ele me disse que não me mataria porque precisava de mim com vida para o seu projeto final. Ele ficou brincando com o meu corpo do jeito que bem quis... Aquele idiota! Mas agora eu sei onde ele mora. Vou me recuperar, e na próxima vez que o vir vou arrancar a sua cabeça, Baekhyun, eu te juro! Se é que ele já não está morto.

Quando me contou toda a história, Kyungsoo me pediu algo para comer, então preparei algo delicioso para ele, que estava fraco e abatido. Não gosto de vê-lo assim, não gosto que tivera que assaltar qualquer transeunte para lhe roubar as roupas e depois dormir na casa de desconhecidos. Kyungsoo sempre me tem com o coração na boca... Talvez eu devesse colocar mais empenho em meus treinamentos para ser útil em algo, porque nesse momento eu me sentia um estorvo.

— BAEK! — gritou, me assustando. — Para de pensar no Chanyeol e me leva para ver a minha garota.

— Eu não estava pensando no Chanyeol! — me defendi, ainda que fosse verdade. Minhas bochechas ficaram vermelhas.

— Sim, é claro!

— Já disse que não! — discutimos a caminho da garagem.

A esposa de Kyungsoo estava esperando-o, era uma Harley Davidson que tinha lhe custado muitos anos de trabalho. Ele só se referia a essa coisa como se fosse a minha cunhada, e a chamava de "Harley".

Quando Kyungsoo a viu, foi beijá-la, abraçá-la e disse o quanto tinha sentindo a sua falta e que pensou que nunca mais voltaria a vê-la, e por isso tinha ficado triste. Foi todo um melodrama!

Eu fiquei chateado porque senti ciúmes de uma estúpida moto! Quer dizer, é linda e tudo, mas ele nem sequer falava comigo desse jeito, e eu sou o irmão dele!

— Ei, idiota! — chamei, interrompendo o romance fetichista. — Me explica bem como é que você fugiu à noite com a bunda ao ar, e agora está aqui com roupa nova. — Ele fez cara feia.

— Roubei um cara de má sorte, mas o destino se vingou de mim, me fazendo passar a noite na casa de um completo imbecil. Não quero falar sobre isso, então não volte a perguntar. É irrelevante.

Sorri decepcionado. Não gosto quando Kyungsoo não me conta as coisas. Ele disse que é irrelevante, mas geralmente é quando ele guarda a informação importante para si, e me amedronta não saber.

Com o tempo, ter de enfrentar a incerteza havia me gerado gastrite, mas todos acreditavam que era por causa da pressão universitária, mas não, se algum dia eu tiver uma úlcera, ela se chamará Kyungsoo.

Quando meu pai viu Kyungsoo pela casa, o repreendeu muito por ele ter desaparecido por todo esse tempo. Kyung disse que tinha ido passear por todo o país com um grupo de motoqueiros, mas papai não é nenhum idiota.

— Então porque você não levou a sua Harley?

— Porque eu ia montado na Harley do meu namorado.

— Você tem namorado?

— Não, nós terminamos, por isso voltei.

Papai o repreendeu mais, mas não muito. Ele sabia até que ponto pressionar Kyungsoo, porque se o fizesse demais, meu irmão somente desaparecia e pronto.

Kyungsoo não se importava com nada, e não aceitava castigos de um padrasto fraco.

Às vezes eu sentia pena por meu pai que preferia abaixar a cabeça e agradecer por Kyungsoo continuar com vida, mas que não podia controlá-lo. Isso o frustrava, e em troca, papai impunha regras à mim.

Obrigado por isso, irmãozinho!

Kyungsoo dormiu por dois dias seguidos. Justo quando eu pensava em levá-lo ao hospital, ele acordou com mais vitalidade, comeu e foi para a sua casa.

Há seis meses ele vive em um apartamento em um bairro de má índole. É horrível, mas é o seu quartel de operação. Tem uma parede coberta de recortes sobre notícias de seus inimigos e notas sobre os seus planos. Algumas gavetas repletas de balas, lâminas e navalhas com nomes que não conheço. É como o seu pequeno centro de planejamento militar. Eu não gosto de ir ali, e nem ele gosta que eu vá, então eu só entrei lá um par de vezes.

Me senti mais tranquilo depois que Kyung prometeu não fazer nada sem me avisar. Por agora, seu plano era se fortalecer de novo antes de partir para uma revanche, e isso me pareceu bom.

Kyung não tinha chance em um ataque nas condições em que estava; ele estava magro e fraco. Eu, por outro lado, não me sentia nem um pouco tranquilo porque depois desse sequestro que ele sofreu, podia acontecer qualquer coisa.

A guerra havia sido, oficialmente, declarada e ambas as partes haviam mostrado do que eram capazes.

Projeto Haema Hippocampus [Tradução PT-BR]Where stories live. Discover now