41º Capítulo

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Ruan narrando:

— Vai fazer o que ela quer? - Ela tentou se soltar, e eu não permiti.

— Eu... Ai me solta! - Eu não deixei que se soltasse.

— Pensou em terminar comigo? Né? Você não deixou de ser a garota que é controlada pela mamãe?! - Eu não a soltei, apesar de suas tentativas.

— Você não tem motivo para me falar isso, eu vim procurar uma solução e não um problema. - Gritou e eu falei mais alto.

— Não tenho? Isabelle, como se sentiria se na primeira dificuldade eu pensasse em te deixar? Eu não preciso de pessoas que só acrescentam magoas em minha vida! - Ela começou a chorar, aquilo doeu.

— Eu não quero te deixar... Eu só quero que as coisas fiquem normais. - Gritou e eu a soltei.

— Elas vão ficar, a partir de agora, é cada um pro seu lado. Volta pro seu castelo, mimada. - Ela começou a chorar desesperadamente e eu fui duro, apenas peguei minha jaqueta e a chave da minha moto.

— Não faz isso. - Disse sentando na minha cama.

— Sua vida vai voltar ao normal, mesmo que pra isso eu tenha que quebrar a minha. - Sussurrei para mim mesmo, e a deixei.

Isabelle narrando:

NÃO, isso não pode estar acontecendo. Perdi o de mais importante pra mim, o que eu faço? Naquele momento todos os meus sentimentos foram frustrados, eu me senti sozinha, abandonada e infeliz. Eu não tinha pra onde ir, nem com quem falar, sai pelas ruas sem me importar com a incomoda garoa. Decepcionada e completamente destruída, eu agora estava sozinha. Sai pelas ruas daquela cidade  turbulenta, não me importei com o frio e com a fina chuva, eu só queria me afastar de todo mundo. Não tinha um destino certo, até que sentei em frente a uma loja de artesanato abandonada e continuei chorando:

— Não posso acreditar que até ele eu perdi, o que eu fiz? - Gritei desesperada - O que eu fiz? Ruan! Ruan!

Ruan narrando:

Não quero pensar nela, não quero imaginar que estou sem ela, mas é como ela própria disse, essa pode ser a única saída. Fui para um café soberbo, pedi-lhes um café quente e amargo. Isabelle vai voltar pro castelo dela, vai virar novamente a princesa como sempre deveria ter sido. Pra minha mal sorte, na tentativa de ficar sozinho, Peralta me encontrou no café:

— Fala cara, não deu mais notícias de vida. - O olhei, muito desinteressado.

— Peralta, não tô num bom dia. Então...

— Aconteceu alguma coisa amigo? - Sentou em minha frente.

— Deixei pra lá Isabelle. E o porque eu não vou falar ainda. - Ele ficou surpreso.

— Deixou ela? Velho, você gosta dela! Não entendo como a deixou se gosta dela. - É por minha causa que ela passa pelo que passa.

— Gosto dela, gosto muito mesmo, mas eu não preciso de pessoas fúteis e acumulativas em minha vida. - Peralta pareceu entender o que eu quis dizer.

— Olha, isso ia acontecer, cedo ou tarde. - Não disse nada, continuei tomando café.

Isabelle narrando:

Passei horas sentada, até as 14 h, eu fui pra casa e por sorte quando cheguei ninguém estava lá. Fui pro meu quarto e deitei na cama, ainda querendo chorar, parecia impossível deixar as lágrimas não caírem. Meu celular tocava e não tinha vontade de ver quem era, mas a insistência me fez atender:

— Pietro?

— Oi Isabelle, queria muito te ver. Hoje eu vou dar uma festinha aqui no ap, pode vim. - Festinha? Não, animo zero.

— Eu até iria, mas eu estou muito sem vontade, na boa.

— Vai ser bom, você vai esquecer os dramas vividos. Aceita!

— Pietro, se fosse pra ir pra algum lugar, eu iria no mínimo pra uma praça, sentar e conversar, mas é uma festa e eu não vou de jeito nenhum.

— Então eu cancelo a festa e a gente vai pra praça conversar. Me entende, eu faço tudo o que eu puder pra te ver bem, sério. - Pietro era um amor, parecia um anjo caindo no momento certo.

— Não é justo, você quer dar a festa... - Ele não me deixou completar a frase.

— Não fala isso, eu quero o seu bem, gosto de conversar com você e te entender, por favor. - Meu sorriso de lado foi dado.

— Na praça central. - Disse.

— Onde você quiser, vou te pegar as 20 h. - Nos despedimos e ele desligou.

A noite já começava e a chuva parou, mas o frio continuava, tomei um banho quente e vesti qualquer roupa, na verdade eu não sei ainda porque aceitei sair com o Pietro, eu sei que ele só quer me ajudar, mas eu acho que ninguém pode me ajudar nisso. Fiquei o esperando na porta de casa, para evitar que minha mãe visse o Pietro e começasse a falar besteiras, chegando a praça central que estava vazia, apenas nos sentamos e começamos a conversar:

— Eu percebi até na sua voz, pelo celular, que você estava mal. - Falava me olhando.

— Eu não sei, Pietro. É tanta coisa rolando junta, não quero que se preocupe com isso.

— Eu quero saber sobre você, você tem uma vida interessante, no bom sentido claro, eu gosto muito das suas histórias. Sabe, você é uma garota muito interessante! - Eu sorri meigo, ele queria me ver sorrir.

— Você me deixa sem palavras. - Disse sorrindo, e neste exato momento uma moto cruzou a rua que dividia a praça, era moto de Ruan, parou a moto por alguns segundos, e parecia ter olhado pra nossa direção e disparou em toda velocidade. Uma lágrima desceu em meu rosto e Pietro me abraçou.

— O que você tem, pequena? - Eu comecei a chorar, acho que precisava de um abraço desde cedo.

— Acho que não vou suportar ficar calada, Pietro. - Ele me olhou, estranhando as minhas palavras.

— Ficar calada? Sobre o que? 

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now