64º Capítulo

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Ruan narrando:

Acordei com o canto do galo, era bem cedo, ainda amanhecia, deixei o meu rancho e fui até a casa de Isabelle, eu ia dar um jeito de entrar. Com certeza o mordomo estava dormindo e só tinha um jeito, eu ia ter que subir pelas janelas até o quarto dela, nunca mais eu tinha feito isso. Então pulei dois muros até cair no quintal da casa dela. Vi que a porta estava aberta, o mordomo dormia em um quarto bem próximo do portão, já pro caso de alguém entrar. De ponta de pé eu adentrei, fui sorrateiro, quando cheguei as escadas lembrei de onde era o quarto dela:

— Sobe as escadas e dobre no corredor da esquerda, vá para a primeira porta, lá é o quarto dela. - Subi as escadas e vi que alguém abriu uma porta e ligeiramente me escondi por trás de um pilar. Acho que foi a irmã dela, porque a sombra era pequena. Ela não me viu, apenas foi pra um outro quarto e aquele não era o quarto de Isabelle. Continuei escondido até que o silêncio se prolongou e eu decidi ir até a porta do quarto dela.

Cheguei bem em frente a porta do quarto dela e tentei abrir a porta, por sorte, a ninfeta dormia com a porta do quarto aberta. Abri bem devagar e adentrei fechando a porta com a chave é claro. Ela dormia pronfundamente:

— Você é gostosa até dormindo. - Disse baixinho e vi ela se virar. Deitei ao seu lado de forma que não encostasse. - Que cama confortável. - Era muito confortável. - Então ela abriu os olhos e quando me viu, abriu bem os olhos - é, sou eu, não é sonho.

— Ruan? O que está fazendo aqui? Como você veio parar bem aqui? - Perguntou com um olhar confuso.

— Eu queria te ver e vim. - Ela me se sentou na cama e eu continuei deitado.

— Você entrou correndo risco, se minha mãe sonhar que você entrou aqui, ela vai ter um ataque nervoso. - Disse e eu ri.

— Sua mãe é muito ambiciosa, o funeral tem que ser um luxo, não é? - Falei com irônia.

— Ruan, pelo menos dessa vez seja direto. - Eu toquei seu braço.

— Garota, eu quero você! - Ela me olhou.

— Agora? Decidiu que quer ficar comigo, agora?

— Eu decidi a muito tempo, mas pensei em te deixar ser feliz e se realizar socialmente, só que mudei de opinião e vim atrás de você pra te pedir que fique e seja feliz comigo. - Ela ficou em silêncio por alguns segundos. - Você não vai embora!

— Falta um dia. - Disse me olhando.

— Eu tenho um lugar pra te levar.

— Um lugar? Aonde?

— É uma surpresa. Se me amar você vai ficar aqui. - Levantei da cama dela e ela também se levantou, se aproximando de mim.

— Preciso de você. - Ela me abraçou e eu a apertei.

— Você não vai, eu quero você aqui. - Disse em seu ouvido e ela me apertou.

— Ruan... Eu tenho tudo marcado, vou ter que cancelar... Eu mereço muito amor. - Disse sorrindo e eu a olhei.

— Vou te dar até você pedir pra parar. Cancela, hoje a tarde eu vou te levar ao nosso lugar. - Ela sorriu.

— Nosso lugar? Na casa velha?

— Eu disse que era surpresa, não foi? - Ela me olhou.

— Ta, a tarde, que horas? - Perguntou.

— As três eu passo aqui, então eu já vou, tenho que concluir a surpresa. - Ela sorriu.

— Eu vou te levar até a porta, pro caso de alguém acordar. - Eu toquei o rosto dela.

— Me leva. - Ela pegou na minha mão e quando desciamos as escadas eu a beijei, inesperadamente claro, foi um beijo cheio de saudade e de vontade. Ouvimos uma porta abrir.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now