36º

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— Eu vou embora, se precisar de mim é só falar Isabelle. - Pietro saiu e meu pai encarou Hellen.

— Você é o pior exemplo de mãe que eu já conheci em toda minha vida. - Disse meu pai, a cortando, porém por alguns segundos, logo ela ia destilar o veneno.

— Sua filha está andando com um marginal. Não é hora de falar de mim e sim das atitudes dela. - Destilou.

— Nunca é hora de falar das suas atitudes! Você acabou com sua família e tudo por uma só razão, por dinheiro. Hellen, eu vou levar minhas filhas daqui! Vou lutar na justiça, vou provar, vou correr atrás até o fim, para tê-las! - Aquilo me fez chorar, meu pai estava mal com tudo, ele era quem mais tinha sido afetado. Fora Anne que não pode sequer vir para casa.

— Com que dinheiro? Elas são minhas filhas, vou mandar Isabelle para Miami com Pietro, e lá ela vai viver o que ela realmente deveria estar vivendo. - Eu ouvi aquilo e surtei.

— Nunca vou sair daqui, e muito menos com Pietro. - Afirmei e meu pai me olhou.

— Não vai levá-las. Nem que para isso, eu precise sequestrá-las. - Lágrimas caiam do meu rosto, até Marcília estava abalada com aquilo.

— Não fale idiotices! Uma coisa é certa, não vou permitir que Isabelle se queime com aquele... Não vou permitir. Que nojo. - Ela subiu as escadas e eu não evitei o abraço em meu pai.

Ruan:

Agora me sinto tranquilo, me sinto bem! Não há mais nada a esconder, é lutar ou morrer! Deixei a casa de Isabelle e fui pro meu rancho, sem dúvidas eu precisava de umas doses caprichadas. Ao chegar tirei a jaqueta e a camisa, ficando apenas de calça e comecei a tomar um dos meus uísques mais valiosos, em fim, basta Isabelle ser forte o bastante para gritar aos quatros lados que vai lutar por tudo o que temos.

Eu senti um certo orgulho quando a vi lutando por sua paz, pela paz de sua irmã, aquela garota é tudo o que eu nunca fui. Não me sentia bem daquela forma há muito tempo. O que me deixou incomodado foi a presença ilustre de Pietro, aquele garoto insistia em ficar perto de Isabelle, mas não acho que ela vá ser boba ao ponto de se deixar levar por aquele zé de nada. E pensar que tudo aquilo começou em um acidente que quase matou um dos meus melhores amigos.

"— Só vou descansar no dia em que eu matar um de vocês, escrevam isso." "— Nunca foi a minha intenção machucar o seu amigo, eu juro. – Disparei com a voz tremula e ele me puxou pelo braço, não foi com força, ele me levou pelo braço até um beco."

"— Esse mundo não é pra meninas como você, me entende? Muito cuidado onde

pisa, o mundo não é apenas para ricos, me escutou? – Ele me pressionou um pouco

contra a parede e eu iria gritar a qualquer momento. – Eu não brinco com

bonecas, porque eu acabo as quebrando! – Ia dar um grito quando ele tapou minha

boca e eu comecei a me mexer para sair dali e ele segurava minha boca e

controlava meus movimentos – Gritar? Eu não sei porque ia gritar, teve coragem

de vir aqui. – Soltou minha boca mas continuou me segurando."

— Lute por nós, lute por tudo isso. - Sussurrei tomando a ultima golada de uísque.

Pietro:

Que emoção! E eu estava lá para acompanhar. Vou aproveitar da situação para dar uma de "bom" amigo, quero que Isabelle me veja como o salvador de suas dores de cabeça, que eu estou disposto a ajudá-la sempre. Eu fui embora feliz da vida, que episódio maravilhoso e bom mesmo foi antes de Isabelle chegar, a mãe dela falou muitas coisas absurdas "— Miami, Isabelle iria adorar conhecer Miami com você. Eu confio em você, tenho muitos anos de amizade com seus pais e é obvio que confiaria de deixá-la ir."  vou aos poucos juntando as peças para no fim lançar a jogada de mestre. Ruan é inconstante e tenta passar uma de corajoso, ele sabe que no fim não terá alternativa e deixará querendo ou não Isabelle.

Isabelle:

Sentamos para conversar, foi a coisa mais sensata naquela noite:

— Sua mãe não vai te deixar em paz e muito menos sabendo que está saindo com um cara como aquele.

— Pai, eu não ligo mais pro que ela quer... Ela acabou com todos nós, eu deixei Anne na casa de Fabíola, porque se a trouxesse ela poderia se traumatizar com o que aconteceu. - Ele estava abatido, com roupas velhas, um pouco amassadas. As coisas estavam realmente ruins para ele.

—  Hellen está dando um mal exemplo, ela está irando contra vocês. Filha, se eu pudesse tirar vocês daqui e levá-las para viver comigo... - O interrompi.

— Você está passando por maus momentos, eu sei que ela te deixou sem nada, que ela conseguiu esgotar seus bens.

— Sim, Hellen conseguiu. Ela pegou tudo, acho que desde o primeiro beijo ela só queria me tirar tudo. Isso era o que importava. - Minhas lágrimas desciam.

— Agora é tarde. Já está com praticamente dezoito anos que tudo isso aconteceu, lamentar não vai adiantar. Pai eu quero te ajudar, estou disposta a tudo por você. - Ele pegou minhas mãos e sorriu entre uma lágrima.

— Você está com uma opinião formada, mas Anne deve estar confusa demais com tudo.

— Está, Anne não entendeu por que você não vai poder voltar. Onde você está dormido?

— Na casa de um amigo meu, estou vendo se arrumo um emprego em uma distribuidora.

— E sua empresa? E a compactus?

— Agora é de Hellen.

— Ela conseguiu ficar com tudo? - Era tudo o que ela queria,.

— Sim, eu só fiquei com meu carro e com minhas roupas, ela se uniu a um juiz e não tive como contestar. - É, aquele idiota daquele juiz!

— Eu nunca imaginei que isso ia acontecer conosco. - Meu pai tocou meu rosto.

— Eu quero conversar com aquele rapaz.

— O que quer falar com ele?

— Eu quero entender porque você enfrentou tudo por ele... - Minha mãe descia as escadas apenas de roupão, afim de que? Deve ser de provocar!

— Ainda não foi embora exemplo de pai de araque? - Disse com ironia, meu pai mal a olhou e me deu um beijo na testa.

— Quero que seja forte, o papai vai voltar. - Sorri e antes que ele saísse eu sussurrei em seu ouvido.

— Pega Anne na casa de Fabíola. - Ao sussurrar ele disfarçou.

— Claro que vou voltar, até logo filha. Vou manter contato. - Dei um sorriso de lado e ele saiu, quando ia subindo as escadas inevitavelmente tive que passar ao lado da minha mãe e ela pegou meu braço.

— E você, não pense que vai ganhar tudo. Eu não vou permitir que fique com aquele marginal, se acha que eu coloquei você no mundo para se juntar com o primeiro pobretão que passar. - Eu ri dela, apesar de sentir muita raiva, soltei meu braço de sua mão.

— É, não tem duas vidas, você vive a sua e somente ela! Não é porque fui gerada na sua barriga que tenho que ser uma escrava. - Ela me olhou enquanto subia as escadas.

— Isso é o que nós veremos! - Eu não liguei, apesar de ter escutado. 

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now