57º Capítulo

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— Maurício falávamos que... - A enfermeira nos interrompeu.

— A bala foi retirada e ele está dormindo, tenho que informar vocês de uma notícia destruidora. - Nos levantamos aflitos com o que ela disse, afinal falou de uma notícia muito ruim.

— Que notícia? - Perguntou Maurício e ela baixou a cabeça, levantando-a.

— Acho que já foram informados do que houve com ele, que a bala atingiu uma vértebra.

— Já! - Disse Maurício, eu e Fabíola pegamos na mão uma da outra.

— Há uma grande chance de que o paciente fique temporariamente paraplégico. - Nós nos entreolhamos.

— Meu Deus, isso não pode estar acontecendo. - Eu e Fabíola nos abraçamos.

— Que horror. - Disse Fabíola e já podem imaginar a expressão de Maurício, completamente triste.

— Eu vou falar com o responsável pelo que aconteceu! - Disse no ouvido dela.

Ruan narrando:

Acordei bem cedo e fui fazer um serviço pra ganhar algum dinheiro e no lava-jato sempre arrumava. Precisei falar com Peralta sobre o racha da noite com uma gangue de outra cidade, era um racha importante! Então só os melhores foram selecionados para correr. Fui pro meu rancho com Peralta e nós tomávamos whisky quando alguém bateu na porta, era Isabelle:

— O que quer aqui? - Ela deu um tapa em meu rosto, o que essa menina tem?

— Outra tentativa né? Mais uma vez Ruan tenta se vingar, outra vez! Você não tem ideia da vontade que eu estou de enfiar uma faca em seu peito! - Gritou e eu olhei pra Peralta.

— Eu tentei me vingar? Nossa, então me conta como eu tentei me vingar e de quem! - Ela deu dois empurrões em mim.

— Não se faz de desintendido. Um tiro? Eu achei que você era menos criminoso. - Eu dei um tiro em quem? Que merda é essa?

— Garota estúpida, você é mesmo uma boba. - Ela deu mais tapas em mim e eu a peguei pelos braços a levantando.

— Me coloca no chão! - A empurrei com tudo em minha cama.

— Eu não posso te bater, porque você é uma mulher e isso não é minha cara. - Peralta entrou no meio de nós.

— Qual é? Vão se matar ou o que? - Perguntou e Isabelle já havia levantado.

— Peralta, ele deu um tiro em Pietro, acha isso pouco? - Então Peralta a olhou.

— Isabelle, eu lamento pelo seu erro de concepção, mas acho que esse tiro foi dado por outra pessoa, Ruan trabalhou a manhã todinha. - Ela ficou um pouco frustrada, mas fez questão de contestar.

— Não Peralta... Não, ele foi lá e atirou no Pietro! - Então Léo abriu a porta com várias garrafas de vocka e whisky.

— Vamos comemorar, eu me vinguei do riquinho que... - Isso a calou e eu a peguei pelo braço.

— Sua estúpida. - Ela se soltou muito frustrada.

— Atrapalho alguma coisa? - Perguntou Léo e ela o olhou.

— Foi você que atirou em Pietro? - Léo a olhou.

— Me vinguei pelo tempo que ele me fez morrer. - Ela me olhou completamente arrependida.

— Não, não quero falar com você, sai. - Eu disse e ela saiu.

— Quem é essa? - Perguntou Léo e eu olhei pra Peralta.

— Vamos tomar um pouco de whisky, bom trabalho Léo. - Disse com um sorriso no rosto.

— Acho que ela vai cortar os pulsos, que vacilo. - Disse Peralta e eu o olhei.

— Não quero que ela corte agora, ainda não terminou. - Afirmei.

Isabelle narrando:

Não! O que eu fiz? Que idiota eu fui! Eu fui pra casa com as lágrimas a escorrer e liguei pra Fabíola, se eu não falasse com alguém poderia explodir ali mesmo, ela chegou com alguns minutos, quando ela chegou no meu quarto corri a abraçando:

— Me ajuda... - Disse chorando.

— Eu não entendi, você foi lá? Disse alguma coisa? Por que está assim, pequena? - Perguntou.

— Fabíola estou muito mal, quero dar tapas em mim mesma. - Disse a olhando.

— Por que faria isso? Vem senta, se acalma e me conta. - Nos sentamos.

— Fui até o Ruan e dei vários tapas nele, disse muitas coisas horríveis e adivinha, o cara que foi atropelado pelo Pietro chegou lá comemorando o que tinha feito. - Até Fabíola ficou tensa.

— Amiga, o Ruan deve estar muito irritado, mas você não teve culpa, você... - Eu tive!

— Não? Eu fui idiota, eu fui injusta, fui uma estúpida como ele próprio disse. - Afirmei.

— Precisa se acalmar, assim não vai conseguir raciocinar. - Eu não tinha como me acalmar, eu errei muito feio com Ruan, posso ter perdido ele pra sempre por isso.

— Fabíola eu preciso pedir desculpas pra ele, que deve estar me odiando.

— Te odiando? Acho que não, ele te ama, não pode te odiar.

Ruan narrando:

Eu poderia estar com muita raiva da ninfetinha, mas eu não senti raiva, minha vontade era de comemorar o engano dela! Acho que Léo não deixou estar certo, afinal ele passou vários meses distante de tudo por culpa dele, um inconsequente otário. Eu fiquei pensando em como ela estaria naquele momento, se lamentando por ter me acusado. Peralta e Léo foram embora, não estava afim de comemorar nada, apesar de que o riquinho ter levado um tiro ser um motivo pra fazer uma festa. Fui a cafeteria onde Marechal trabalhava e ele tinha tirado folga, fui a sua casa para conversar, ele era um bom amigo:

— Iae, mano. - Disse e ele não gostava desses termos.

— Sim, Ruan. Mano é muito novo pra mim. - Ele adentrou e eu também.

— Naquele dia não estavam nos meus planos ter uma conversa com Isabelle. - Ele me olhou.

— Claro que não. Eu fiz uma surpresa a vocês, é uma pena que isso não tenha funcionado. - Retrucou.

— Lamento, senhor. - Fui irônico, ele riu pegando dois copos para colocar whisky.

— Ela vai pra Miami, acho que já tem uma data para que viaje. - Afirmou me olhando.

— Eu sei que essa viagem não vai acontecer, algo me diz que ela não vai.

— Eu torço por vocês, certo? - Eu peguei um dos copos e brindei no dele.

— Não seja sentimental assim. - Disse.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora