26º

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Ruan narrando:

Hora ou outra eu teria que enfrentar tudo e todos, e quer saber nunca temi nada! Não é isso que eu vou temer, eu disparei em minha moto e homens me seguiam, pude perceber, pois onde eu ia, as ruas que eu passava, eles sempre estavam atrás, mesmo que quisessem disfarçar tal perseguição. Dei uma boa enganada neles e pude despistá-los, depois disso fui pro meu rancho velho. Estava tenso, pensando no que a mãe de Isabelle pode ter dito ou feito com ela, não acho certo que uma mãe faça mal a uma filha... Mas, pensando bem, não duvidaria depois das coisas que Isabelle me contou. Pensei em ligar para ela, mas naquele momento o melhor seria eu deixar ela em paz. Fui tomar um banho.

Isabelle:

Eu corri pro meu quarto, minha vontade era de jogo tudo pro ar e fugir daquela casa que mais parecia com um inferno do que com um lar. Estou farta de tudo isso, eu sabia que agora minha mãe ia pirar, mas não achei que fosse ser tão difícil lidar com ela, tranquei a porta e surtando de raiva dei vários tapas em meus travesseiros, eu tinha vontade de pedir pra Ruan fazer o que quiser comigo, desde que me tirasse daquele lugar. Aquela casa não faz mais sentido algum.

— Abre essa porta agora, Isabelle! - Ordenava minha mãe batendo na porta.

— Não vou abrir, eu não quero ver ninguém, entendeu?! - Ela continuou batendo e eu tentava conter as lágrimas, sentia falta do meu pai... Estava perdida.

—  Quem é o cara que você estava? Um motoqueiro? O que você pensa que está fazendo? - Eu demorei para encontrar palavras para responder. Eu estava com a cabeça muito quente.

— Estou fazendo o que eu quero fazer! Por que não vai ficar com o juiz? Vai mãe... Assim você garante mais dinheiro pra você! - Cai sobre a cama chorando. Era difícil falar aquelas coisas para alguém que eu já considerei como minha mãe.

—  Não fale assim comigo, ainda sim eu sou sua mãe, Isabelle você não é uma mulher de trinta anos, eu ainda sou a sua responsável e você vai me obedecer! Nunca mais pense em sair com uma pessoa de caráter tão duvidoso. - As lágrimas saiam e eu queria gritar pedindo socorro, eu ia acabar enlouquecendo. Por Deus!

— Vai embora, por favor. Vai embora. - Gritei e acho que ela foi, inevitavelmente voltei a chorar.

Eu não sai do meu quarto para nada, depois de chorar o bastante para me sentir mais leve, pensava em como ia ser difícil agora para mim e Ruan, acho que ele vai terminar cansando de andar com uma menina que não pode fazer nada sem que a mãe esteja controlando.

Eu acabei dormindo e só acordei no outro dia às 08h45min, tomei um banho e desci para tomar café, parecia não haver ninguém em casa, escutei alguém bater no portão e era Fabíola.

— Fabíola, você me deu um susto, jurei que era a minha mãe. - Fabíola sorriu.

— Olha, eu trouxe chocolate... - Ela mostrou os bombons na bolsa - Vem cá, por que está com os olhos tão inchados? Esteve chorando? - Não tinha como esconder, eles estavam muito inchados.

— Eu? Claro que não... - Ela olhou desconfiada - Ta, eu chorei. Acho que é o fim da linha.

—  Fim da linha? - Sentamos no sofá e contei para ela tudo o que havia acontecido, Fabíola ficou impressionada e ela fez o favor de dizer que na sua opinião aquilo era só o começo se eu quisesse prosseguir com Ruan. Como posso discordar?

Ruan:

Acordei cedo e Peralta me avisou que estava vindo para o meu rancho, para conversarmos.

— Velho, ultimamente tem vivido somente para essa menina. Vai ter um racha hoje e você vai ter que correr, certo? Mas, você está na escolta.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now