51º Capítulo

1.6K 117 0
                                    

Isabelle narrando:

Minha mãe fez questão de cuidar dos preparativos da minha viagem pra Miami, ela e Pietro combinaram de comprar as passagens juntos. Pensei em visitar o papai hoje a noite, seria muito bom visitá-lo. Estou com saudade e quero que aproveitar o tempo aqui. A tarde passou entediante, eu e Anne assistimos um filme bobo, e já eram 17h quando o filme terminou, fui tomar um banho para ir a casa do papai e quando terminei minha higiene completa eram 19 h, pedi ao Marques que me deixasse na casa dele e ele já estava em casa:

— Papai, como está no trabalho? - Perguntei sentando no sofá.

— Nunca estive tão bem. E você, filha? Acho que tenho um assunto bem delicado pra conversar com você. - Me disse um tanto sério, eu fechei o sorriso.

— Delicado? O que? - Perguntei um pouco tensa.

— Filha eu sei que está tentando não lembrar de Ruan. - Meu pai tocando nesse assunto? Falando como se soubesse de tudo.

— Pai, eu não sabia que você tinha entendimento disso! - Retruquei.

— Eu sei de tudo o que aconteceu. E não me pergunte como eu sei, só acho que é um bom assunto a ser tratado. - Completou.

— Pai, o que quer falar a respeito disso?

— Eu te vi gritar com sua mãe. Eu vi vocês dois entrando pra enfrentar o furacão. Aquilo foi verdadeiro, eu tenho certeza.

— Eu sei, sei disso. - Afirmei e meu pai olhou pro meu rosto me encarando.

— Ruan é um grande homem, se eu fosse sua mãe não acharia isso, porquê pra ela o que está em jogo é a conta bancaria, mas... - O interrompi.

— Papai, eu sei... Eu sei! - Comecei a lacrimejar. - Papai, eu amo Ruan. - Abracei ele nesse instante.

— Filha, minha pequena. - Disse em meu ouvido - Você precisa parar de se enganar. Precisa aceitar o que sente. - Completou.

— Pra ele eu não passo de uma menina fútil, que sempre é controlada por todos e ele é perigoso pai... ele é vingativo.

— Vingança é um fato errado. Sim é! Mas se alguém fizesse mal a uma pessoa que eu gosto, eu ficaria muito irritado. - Papai queria defendê-lo. Poxa, eu não entendi o porquê dele defender Ruan.

— Você fala como se conhecesse toda a história, pai. - Eu retruquei minhas desconfianças mal entendidas.

— Eu conheço a história toda. Conheço bem mais do que imagina. - Comentou e eu fiquei um pouco frustrada.

— Você e ele conversam? - Perguntei, quando alguém bateu na porta da casa e meu pai levantou para atender, quando ele abriu.

— Marechal parceiro velho, trouxe algumas desgustantes. - Falou Ruan entrando com vários whiskys, ao me ver não passou nem 5 segundos me olhando.

— Pode entrar Ruan, fique a vontade. - Disse meu pai e eu me encolhi no sofá, engolindo a vontade de chorar, Ruan colocou todas as garrafas no outro sofá e meu pai nos olhou.

— Eu acho que chegou o momento de vocês se entenderem de verdade. - Disse meu pai e Ruan olharam pra mim. - Vou deixá-los por minutos sozinhos, se entendam, vou ao mercado e volto em pouco tempo. - Meu pai pegou a chave do carro e saiu fechando a porta da casa. Eu continuei encolhida e Ruan sentou no outro sofá, pensativo.

— Você e o meu pai, são amigos? - Foi a única coisa que eu tive coragem pra falar.

— O que você acha? - Disse olhando pro teto.

— O que seria nos entedermos? - Perguntei pra mim mesma em voz alta, e ele me olhou odioso.

— Seu pai tem esperança de que tenhamos salvação juntos, mas não temos. - Disse me olhando e eu olhei pro nada.

— Pois é, não temos. Não temos. - Afirmei e Ruan tirou a jaqueta.

— Eu quis cumprir o seu pedido, é uma pena que seu pai tenha feito uma má jogada. - O meu pedido?

— Que pedido?

— Não queria me ver mais. - Disse e eu o olhei.

— Obrigada por cumprir o que eu pedi. - Pareciamos dois países em guerra.

— Dúvido que tenha me esquecido, é isso o que eu dúvido. Você ainda dorme pensando em mim, ainda fecha os olhos e me vê disponível pra você. Eu sei Isabelle, você tenta viver sua vidinha de merda, mas sabe que em algum lugar dessa cidade está quem te faz ser feliz, quem te faz vibrar. - Ouvi-lo me dizer aquilo me deixou um tanto sem palavras, eu o olhei com uma cara de boba. - Disso eu sei, ninfeta.

— Pra você foi difícil? - Perguntei e ele riu.

— Você me olha e é como se me pedisse pra tirar sua roupa e te fazer totalmente minha. Eu tenho certeza que é mais difícil pra mim, mas eu consigo lidar bem com tudo isso e você... Não sabe como agir diante da situação, tenta fingir que a vida é perfeita quando as imperfeições estão no subsolo. Uma hora o cinto vai apertar. - Atacou e eu ainda estava sem ter o que falar, Ruan sempre tinha o poder de me calar. - Você ousa em fingir que está tudo na paz. No fim você faz o que querem que você faça, no fim é isso. - Eu o encarei com medo.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora