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Não consegui dormir! Foram inúmeras tentativas, fechava os olhos e única coisa na qual pensava era na ameaça do tal motoqueiro. Estava com muito medo, afinal, o tom sério dele não deixou nenhuma dúvida de que ele estava enraivecido e ia se vingar de qualquer maneira. Eram 03h30min da madrugada e sem conseguir dormir, fui à cozinha, tomar um copo de leite e logo voltei pro meu quarto, só consegui dormir um pouco às 04h.

Ruan:

Passei o resto da noite no hospital, esperando respostas sobre o estado de saúde do Léo, malditos meninos da elite... Um monte de crianças! Mas eu ia me vingar pela covardia dos riquinhos, pela afronta. Faziam horas que Léo tinha sido socorrido e nenhuma informação de como ele estava chegou até mim, eram 07h e eu estava quase cochilando na espera, foi quando uma enfermeira chegou:

— Você é familiar do rapaz que foi atropelado? – Levantei rápido.

— Sim, sou amigo dele. – Ela fez uma expressão que já me transmitia tudo, ele não ia ficar bem.

— O estado de saúde dele é muito delicado, há mais risco de morte que de vida. Eu lamento, mas ao ser arremessado a cabeça dele bateu contra o asfalto e causou uma lesão craniana. – Minha raiva aumentou. Pobre Léo, pobre amigo.

— Está certo, enfermeira. – Fiz uma expressão entristecida, mas minha vontade era de matar os causadores daquela batida, foi proposital e talvez até por diversão.

Fui para o quarto onde morava, era alugado, pequeno e um tanto desarrumado, não estava com sono porque meu pensamento estava no estado de saúde de Léo. Fiquei lembrando o rostinho daquela menininha e do daquele cara, sentindo a cada instante mais ódio dos dois, não ia esquecê-los, garanto que eles ir ao pagar pela covardia. Ninguém brinca com os motoqueiros, ninguém! Eles ousaram demais em brincar com pessoas que não deveriam.
Recebi um telefonema de um dos amigos em comum com Léo:

— Fala ai, Ruan. – Falou ele.

— Ele não está nada bem, teve muitas lesões. – Afirmei com um tom de voz baixo.

— Como isso aconteceu? Não pude ir ao racha de ontem. Por que alguém ia atropelar o Léo? – Perguntou.

— Não foi por vingança, nem por acaso, não sei dizer como aconteceu, apenas o carro arrastou Léo durante metros na pista. Malditos burgueses.

— Quem estava dentro do tal carro?

— Tinham duas garotas e dois garotos. O que dirigia era moleque e me desafiou. Fui atrás deles e a polícia abordou todo mundo, depois fui embora, não foi uma opção.

— Temos que pegá-los e mostrar que não é assim que se "rema a canoa".

— Pode deixar, mano. Eu vou ver direitinho o que vou fazer com eles. – Eu tinha planos. E ia colocá-los em prática.

— Vai ficar nessa só?

— Só eu vi eles, tem uma ninfetinha entre os que estavam lá, ela estava agarrada ao motorista, deve ser namorada dele ou coisa assim... Vou ver o que faço com ela. – Pensei por um momento em fazer mal a alguém da família dela, ou dele, mas não... Eu ia querer conhecer com quem estava lidando, nas guerras vence o que conhece melhor o inimigo.

Isabelle:

A notícia se espalhou nos jornais da cidade, o nome de Pietro era a manchete: "Pietro Petrovick, chega à cidade causando trabalho a polícia, foi multado por velocidade no volante" e minha mãe foi me acordar para me mostrar a tal manchete, aquilo era um estouro pra todos, afinal ele mal chegou. O jornal não deixava para trás o meu nome e no texto "Isabelle Moraes que poderia ser namorada do mesmo, também estava na abordagem..." desci para tomar café e meu pai com certeza ia dar uma bronca, era só uma questão de me ver.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now