46º Capítulo

1.8K 106 2
                                    

Fiquei algum tempo deitada, e ouvia os ruídos da chuva no telhado velho. Parecia forte, o frio também estava grande, aproveitei para ligar pro Maurício para perguntar como Pietro estava e ele me disse que nada mudou em seu estado de saúde, lamentei, eu quero que ele fique bem:

— Olha, comprei pra você. - Disse me entregando uns doces, eu sorri.

— Valeu. - Dois toques foram dados na porta e Ruan atendeu.

— Velho, não acredito que não tenha comido Andressa ontem. O que deu em você? - Disse Peralta, que viu que eu estava ali após ter dito isso, como assim? Comer Andressa? - Desculpa ai. - Disse olhando pra mim e Ruan não ligou.

— Eu ia comer ela, mas tive um imprevisto. - Ele olhou pra mim e eu fiquei muito irritada.

— Não tem problema, você vai poder comer ela, o imprevisto já vai. - Retruquei, levantando.

— Eu vou passar na casa de Bob, depois vejo você. Falou. - Peralta saiu e eu já ia sair quando Ruan me olhou.

— Só você tem direito de se divertir? - Perguntou me olhando.

— Eu já sei que não estamos juntos. - Lancei.

— Eu já sei que não estamos juntos. - Lancei e ele me olhou sério.

— Fiz isso porque sua vida vai melhorar. - Eu olhei pro lado, com um pouco de emoção.

— Quer saber, quero ir embora... Quero ir pra casa. - Ele pegou a chave.

— Vem, não tenho todo tempo do mundo.

Isabelle narrando:

Ruan me deixou em casa e não nos despedimos, ouviram? Andressa, ele ia ficar com essa garota ontem. O problema é que se eu continuar gostando dele vou me magoar intensamente. Fabíola me ligou e disse que estava no hospital visitando Pietro, mas que ainda não está nada bem. Fui diretamente pro meu quarto e tomei um banho, eu ia pro hospital. Logo cheguei no hospital e na recepção estavam sentados em um sofá, Maurício e Fabíola:

— Nenhuma melhora? - Perguntei e os dois me olharam.

— Infelizmente não. - Disse Maurício e eu sentei ao lado dos dois.

— Maurício vai comer alguma coisa, você ta pálido. A gente fica aqui e qualquer coisa te avisamos. - Realmente ele estava um pouco exaústo e notava-se em seus olhos.

— Agradeço muito, meninas. Volto logo. - Maurício nos deixou.

— Amiga, o que aconteceu no seu pescoço? - Eu não sabia como explicar e acho que não é o momento certo pra falar que eu quase fui abusada sexualmente.

— Foi... que... Ruan fez isso. - Ela ficou surpresa e eu sorri meio sem jeito.

— Nossa! Que babado, toda marcada menina.

— Estou preocupada com o Pietro, acho que tem alguém querendo o mal dele. - Fabíola olhou pro teto.

— Eu poderia desconfiar de Ruan, afinal ele ameaçou matar ele. - Não foi Ruan, ele não faria isso.

— Não, Ruan não poderia fazer isso. Isso é tentar matar, é crime. - Fabíola me olhou.

— É, mas Ruan é das ruas, esse tipo de gente não deixa nada barato. - Fiz expressão de desinteresse.

— Que bobagem, não foi ele e ponto final. - Uma enfermeira se aproximou de nós duas.

— Tenho uma boa notícia, Pietro acaba de reagir a sondagem. - Sorrimos, que boa notícia!

— Podemos vê-lo moça? - Ela sorriu.

— Sim, mas tem dez minutos, vamos sedá-lo para que durma. - Nós duas fomos para o quarto onde ele estava. Entramos bem devagar, ele estava olhando pro teto, mas ao ouvir a porta se abrir olhou pra nós.

— Pietro, que bom que você está bem. - Disse sorrindo e Fabíola sorriu.

— Sobrevivi. - Disse forçando a palavra.

— Isso é ótimo. - Disse Fabíola e ele continuou nos olhando.

— Eu poderia conversar a sós com a Isabelle? - Perguntou Pietro e Fabíola nos deixou a sós.

— O que quer conversar comigo? - Perguntei o olhando e ele fez um esforço. - Ei! Não faz esforço, só te restam cinco vidas. - Ele sorriu e depois ficou mais sério.

— Já que não está mais comprometida, acho que é melhor que eu te conte. - Disse deixando no ar, um mistério.

— Está me deixando curiosa, e o pior é que não entendi. - Ele tocou minha mão que se apoiava sem sua cama.

— Eu tenho que confessar, não te contei e nem contei a ninguém porque eu não queria estragar sua felicidade. Na semana passada, quem tentou me matar, foi Ruan e esse incêndio foi provocado por ele. - Disse ele e eu não sabia como reagir, era uma mistura de decepção, revolta e raiva.

— Porque não me disse antes? POR QUÊ? Ele tentou te matar, e você ficou calado. - Minhas lágrimas caíram e Pietro me olhava nos olhos.

— Eu quis te poupar, eu quero você bem. Errei porque eu te quero bem. - Então me veio a mente uma frase dita por Ruan.

— Em... Algum... Lugar... Alguém... Está com os ossos queimados. - Agora eu entendi o porquê desta frase, agora eu compreendi.

— O que disse? - Perguntou me olhando.

— Não é nada. Pietro, você tem que denunciá-lo. - Me doeu falar aquilo, o pior é que a vontade de chorar e gritar que eu tinha acabado de me decepcionar era muito grande.

— Você gosta dele, como pode me pedir isso? - Perguntou pausando as palavras. A enfermeira adentrou o quarto e eu enxuguei as lágrimas.

— Moça tem que deixá-lo, ele vai ser sedado pra dormir. - Pietro puxou minha mão.

— Você precisa ter força. - Disse e eu sai do quarto.

— Ruan, por que fez tudo isso? Por que é assim? - sussurrei pra mim mesma.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin