48º Capítulo

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Ruan narrando:

Descobrir que fui vigiado durante todo esse tempo me deixou um tanto irritado, mas não quis me exaltar por enquanto. Eu não sei o que aconteceu com o riquinho, ia descobrir. A noite chegou e eu ia falar com Isabelle, ia lhe dizer o quanto é valiosa pra mim. Tomei um banho e sai com destino a casa dela. Quando cheguei bem em frente, vi que a janela do quarto dela estava aberta e esperei um pouco, fiquei embaixo de uma árvore que havia logo do lado e não precisei esperar muito, ela saiu de casa com o celular no ouvido. Fiquei calado, ela não tinha me visto.

Isabelle narrando:

Eu não ia ficar naquela casa, preciso conversar com alguém e esse alguém é o meu pai. Fui pra fora de casa e fiquei tentando ligar, ele não atendeu nenhuma das vezes, vesti um dos meus casacos mais quentes, o quão aquela noite estava gelada. Não consegui falar com ele, olhei pros lados e vi a moto de Ruan parada bem ao lado da minha casa, o vi parado a me olhar, ele vai escutar agora:

— Eu pensei que ia demorar um tempo pra perceber que eu estava aqui. - Veio até mim e eu caminhei também pra ele.

— O que está fazendo aqui? - Ele tirou alguma coisa do bolso.

— Eu não sei, quis vir. Olha. - Era uma correntinha, ele esticou o braço e eu o encarei.

— Você não tem motivos pra me presentear, não somos nada um do outro. - Afirmei e ele colocou a correntinha em minha mão e eu coloquei-a no bolso do casaco.

— Eu tenho uma coisa meio séria pra falar pra você. - O encarei.

— Não quero saber o que tem pra me contar, acho que você teve razão, eu sou uma menina mimada e jamais vou conseguir parar de ser controlada.

— Onde quer chegar? - Perguntou me olhando.

— Eu vou sumir da sua vida, e você vai sumir da minha. Não quero mais te ver. - Eu tentei virar as costas para sair e ele pegou meu braço.

— Você sabe que não quer isso! O que deu em você?

— Eu entendi a expressão "Neste momento alguém está com os ossos queimados" e este alguém Ruan, não está com os ossos queimados. - Ele compreendeu do que eu falava.

— Se é por ele que está assim, é... Eu tentei incendiar o apartamento com ele dentro, e não me arrependo.

— Eu sei que não se arrepende, você é tão mal que não se arrepende mesmo sabendo que foi ridículo. - Falei alto e ele deu um soco na parede.

— Eu faria isso outra vez e dessa vez acertaria. Ele tentou matar Léo, e de alguma forma ele conseguiu, né?

— Isso não é lealdade! LEALDADE NÃO É MATAR PRA VINGAR! - Ruan me olhou nos olhos.

— Não vou te ouvir me julgar, não vim pra isso. - Dei um tapa no rosto dele.

— Não quero mais te ver, Ruan. Some! - Gritei, entrando em casa, chorando muito é claro.

Ruan narrando:

— Me escuta, garota, eu não posso ficar sem você. - Sussurrei ao vê-la entrar.

Foi tudo insuportável, eu acabei me deixando chorar, eu senti que tinha perdido parte de mim que era ela. E ela me provou que eu e ela não temos mais chance. Fui após alguns segundos pro meu rancho e quando cheguei, joguei um copo contra o espelho o deixando em pedaços:

— A PERDI, A PERDI! - Gritei irritado.

As garrafas de whisky foram esvaziadas, fiquei horas tomando whisky e lamentando o que aconteceu e lembrei de algumas frases ditas que concordavam com aquela situação:

"— Ruan é o meu filho negro, sempre errando e decepcionando todos"

"— Em dois dias, seu assassino, você vai pra longe daqui, pra longe"

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now