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— Eu não tenho casa não... Você tem?

— Não vai ficar ai, falta algum tempo pro sol raiar. - Estendi a mão para que ela se levantasse.

— Senta comigo. – Tocou minha mão e me puxou para baixo, sentei de frente pra ela.

— Isabelle se estivesse sã nunca faria isso. – Disse e ela não ia entender. – Quando está sã, não vive o que quer viver, mas sim faz o que é acostumada a fazer.

— Você é da minha família? – Tocou minha mão e falava quase caindo no chão.

— Não vou nem responder. – Virei o rosto e sem esperar ela se debruçou sobre o meu corpo, deitando a cabeça em meu colo.

— Responde. - Ela virou a cabeça e ficou me olhando de baixo.

— Vamos embora, vou te deixar em casa. Não quero me encrencar por sua causa. – Eu ia levantar e ela puxou minha camisa, já estava de pé.

— Não! Minha casa não, minha casa não! – Puxou meu braço para trás, parecia uma criança afim de ir comprar doces.

— Para de mimo garota. Está completamente bêbada. – Disse e ela continuava a me puxar.

— Aquela casa me mata. – Soltei o meu braço dos dela e ela fechou os olhos. – Qual o seu nome?

— Não precisa saber meu nome, vem, vou te levar em casa, antes que amanheça. – Peguei em sua mão e ela ficou parada, ainda com os olhos fechados.

Isabelle:

Maldita dor de cabeça, me matava naquela manhã, não sei como fui parar em minha cama até mesmo porque não me lembro de nada, exatamente nada. Eram 10h30min e o barulho da máquina que corta a grama do jardim me acordou, mal consegui me levantar, minha cabeça latejava como se estivessem martelando um prego para dentro. Tomei um banho demorado e coloquei uma roupa qualquer, desci para tomar café e a minha mãe estava no sofá conversando com algumas de suas amigas, meu pai estava sentado em sua poltrona em seu escritório, pobre, sempre trabalhando. Tomei um café forte e a dor na minha cabeça já passava, eu precisava saber porque não lembrava de nada, liguei para Pietro:

— Alô? – Falou ele com voz de sono.

— Poxa, te acordei né? Sou eu Isabelle.

— Ah... É me acordou, mas tudo bem. Por que me ligou?

— Obrigada por me trazer em casa. – Com certeza foi ele que me trouxe. E que bom.

— É? Eu... é? Ah, é... – Não entendi o porquê do gaguejar dele – Ah sim! É, te levei em casa.

— Obrigada, mas... Por que eu não lembro de nada?

— Princesa, você ficou bêbada. Tomou muitos drinques e teve uma hora que estava na pior.

— Sério? – Disse um pouco surpresa, eu não sou de beber! Nunca! – Mas, mesmo assim. Obrigada, foi uma gentileza da sua parte.

— De nada, você é digna de tudo. – Eu até ri.

— Vou desligar, preciso organizar meus horários, um beijo.

— Se cuida, linda. – Desliguei e abri um sorriso, acho que o Pietro realmente não é a má pessoa que eu pensei.

Pietro:

Que papo era aquele? Ela ficou tão bêbada que nem lembrava quem tinha a levado pra casa?! Nossa, nunca pensei que ela era tão "pinguça" assim. Não a levei, mas nenhum de nós levou,  nem as outras meninas e amigas dela, porque eu as levei de volta. Então quem a levou? Talvez um garçom?! O proprietário? Ela não precisava saber, então fui eu... Ou melhor, quase que fui porque antes de sair eu tentei levá-la, aquela balada estava péssima e tive a chance de pegar muitas meninas e não as peguei porque queria apenas Isabelle, a minha conquista maior seria ela, eu insisti para que viesse comigo, mas como estava bêbada recusou. Acordei quando a mesma me ligou, estava sonolento, mas preferi me levantar e tomar um banho, logo fui comer alguma coisa e minha mãe conversava com a mãe da Isabelle no telefone:

— Certo querida, até a noite. – Falou minha mãe se despedindo, e eu passei por ela para ir em direção a porta da frente. – Pietro, volta aqui filho, quero falar com você. – Tive que voltar.

— Querido, teremos um jantar com a família Moraes, hoje. É um jantar de negócios, você e Mauricio terão que estar vestidos a caráter. – Terno e gravata? Ah! Detesto.

— Para que?

— Vocês são Petrovick, não acho bonito para vocês. Além disso, para conquistar sua amada. – Minha amada? Espera ai, minha amada coisa nenhuma. Eu a quero, não a amo ainda.

— Que brega, isso, se eu tiver com vontade eu visto um terno se não... já era. – Pisquei o olho para ela e sai, hoje ela não vai escapar de mim, não vai de jeito nenhum.

Isabelle:

A dor de cabeça ainda passava, fui pro meu quarto e fiquei jogando no celular enquanto isso, mas acabei sentindo sono e quase dormi, quase porque minha mãe me atrapalhou:

— Isabelle, posso entrar? – Abriu um pouco a porta.

— Sim, mãe. – Ela entrou com um sorriso de orelha a orelha e minha expressão de taxo continuou.

— Meu amor, tenho que te avisar uma coisa. A noite a família Petrovick terá um jantar e nós fomos convidados, é sobre os negócios de seu pai, quero você lindíssima! – Disse minha mãe e eu me irritei com aquilo, minha mãe achava que qualquer oportunidade eu teria que me esbaldar, e não é bem assim.

— Jantar? Ah não, estou morta. Não quero ir. – Ela me olhou com reprovação.

— Morta? Não, você não está. Aproveite essa noite, por favor minha filha. – Disse sentando-se ao meu lado e eu mal a olhei.

— Essa noite? Só porque vamos a um jantar na casa deles? – Ela começou a alisar meu rosto.

— E o que você acha? Você tem todas as chances de que Pietro te queira, aproveite ele é o melhor partido, esteja linda. – Recusei que ela alisasse meu rosto e sai da cama, ele levantou-se e ia saindo do quarto.

— Mãe, me deixa em paz. – Disse.

— Esteja linda. Às 20h00min horas, vamos para lá. – Disse saindo e eu me deitei novamente.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now