29º

2.4K 134 9
                                    

Ruan:

Eu segui o filho da puta até seu apartamento e eu já tinha tudo para me vingar dele, esperei alguns minutos para subir no elevador, para que não tivesse mais alguém subindo dentro dele. Então pedi a informação a um vizinho dele e eu estava bem perto do apartamento do almofadinha, agora eu ia acertar as contas, meu pensamento foi levado ao que aconteceu com Léo enquanto esperava o elevador. Aquilo tinha sido tão covarde e muito injusto.

Eu dei dois toques na porta e ele mal abriu e já o acertei com um soco inglês entre os dedos e ele caiu no chão:

— Vai filho da puta. - Empurrei ele com os pés, entrei e fechei a porta.

— O que você faz aqui? - Perguntou com um corte que atravessava sua testa e ia até sua boca.

— Eu te avisei, lembra? Ninguém mexe comigo e fica impune, devia ter pensado bem antes de achar que poderia acabar com a vida de alguém que não te fez nenhum mal. - Eu o chutei algumas vezes com bastante força. Ele começou a tossir e eu adentrei seu apartamento e achei o banheiro da casa... Luxuoso demais, tinha até banheira! Por que não fazê-lo tomar banho? 

— O que você vai fazer, velho? - Perguntou e eu o puxei bruscamente até a banheira lhe dando um soco que o derrubou dentro, desmaiado.

— Eu devia te matar, infeliz! - Gritei - Te matar!

Acho que agora eu vinguei em 25%, fui embora e o deixei dentro da banheira coberto pelo sangue de seus ferimentos, antes de seguir caminho para o meu rancho. Eu tive vontade de passar no hospital para saber como Léo estava e se havia melhorado, mas não o achei, o levaram para um centro de espera em um cidade longe e eu fiquei quebrado com aquela informação, o médico me confirmou que ele nunca saiu do coma e nenhuma melhora foi constatada e naquele momento eu juro que foi complicado para aceitar que as coisas tivessem que ser tão duras. Léo é sofrido, é uma pessoa de boa índole e sempre foi honesto... Ai vem um Zé rico e faz isso achando que o mundo foi feito apenas para pessoas como ele!

Fui pro meu rancho e ao chegar limpei as minhas mãos meladas de sangue, logo após coloquei uísque dentro de um copo, me sentei em minha cama e fiquei ali, apenas curtindo o momento.

Isabelle:

Fiquei a manhã inteira em meu quarto só para não ter que ver minha mãe, mas foi impossível, Anne veio me chamar para almoçar com ela e tive que ir... Afinal eu nunca mais tinha falado direito com ela, durante o almoço Anne me contou que sentia saudade do papai e que não via a hora de voltar a vê-lo e doeu muito ouvi-la falar como se tivesse certeza que logo mais ele estaria conosco.

Recebi uma ligação de Fabíola que estava completamente alterada me falando que Pietro foi encontrado no apartamento desmaiado e ferido dentro da banheira, não tinha entendido e achei melhor que ela me explicasse pessoalmente, então a chamei para vir a minha casa rapidamente:

— Amiga, Renan disse que Mauricio contou para ele. Acho que ele está internado em uma clínica por ai. - Alguém fez isso com ele, não tem como ter sido acidente. Não pode.

— Eu não entendo o porquê de uma pessoa, seja assaltante, o que for, fazer algo tão cruel. Olha acho melhor que a gente vá a tal clínica, só assim vamos saber o que aconteceu! - Apenas peguei meu celular.

— Vamos. 

Saímos logo em seguida para a clínica, ao chegarmos, encontramos a mãe do Pietro desesperada, era um mistério, a cumprimentei junto a Fabíola e procuramos acalmá-la, pois estava extremamente nervosa, passamos algum tempo esperando notícias até que uma enfermeira veio nos avisar que ele estava melhor e que já poderia receber visitas, obvio que a mãe dele foi vê-lo e eu fiquei jogando papo com Fabíola. Já marcavam as 19h, e só nesta hora pudemos entrar para ver como o Pietro estava, a conversa foi rápida e ele disse que foi assaltado e não lembra de nada, que não sabe quem fez isso e que faria todo esforço do mundo para lembrar. Ele não merecia tal agressão.

Fui para casa e por sorte não tive que ver a minha mãe, tomei um banho muito demorado e relaxante e quando terminei de me vestir, meu celular começou a tocar:


— Alô? - Não tinha identificação.

— Vou sair da cidade, logo mais vou te ligar. Não me ligue. - Era Ruan, sinistro aquele papo. Eu em.

— Vai sair da cidade? 

— Pois é. Não pergunta por que, depois quem sabe eu te explico, só quero que se cuide, por favor pequena. - Disse e eu não tinha nem o que dizer, ele não ia me falar o porque.

— Amo você. 

— Minha ninfeta. - Desligou.

— É né? Queria entender por que você nunca me conta nada, se vai sair da cidade deveria me dizer pelo menos o porquê disso. - Ouvi toques vindos a partir da porta do quarto.

— Abre, Isabelle. - Ai não! Ai não, era minha mãe. Eu que tanto tentei fugir dela.

— Estou deitada. - Disse e ela insistiu, quem dera se ela me  deixasse em paz por isso. 

— Abre! - Eu abri a porta com a maior cara de desinteresse. - Foi verdade que o Pietro foi assaltado? 

— Sim. 

— Amanhã vou mandar Anne para uma escola interna. - Como é que é? Colégio interno? 

— Enlouqueceu? Ela já passa o tempo inteiro longe daqui, fazendo balé, inglês, espanhol... E agora vai colocá-la em uma prisão? - Ela sorriu.

— É melhor para ela ficar longe daqui. E você, vou decidir o que vou fazer com você, juro que vai começar a ter ocupações. Não tem sido bom pra nenhuma de nós esse tempo todo que você passa dentro de casa. - Louca! SÓ PODE SER LOUCA!

— Você não pode me obrigar a fazer coisas que eu não quero. Anne é apenas uma menina, não pode ser poupada de viver a infância dela. -  Eu não sabia exatamente o que fazer, eu tinha raiva e sentia muita tristeza.

— Vai ser melhor pra ela, é um colégio caríssimo, que o seu pai vai pagar. É só isso, Isabelle. Com licença fofinha. - Ela saiu e deixei algumas lágrimas descerem sob meu rosto. Nunca havia me sentindo tão ferrada como naquele momento.

Pietro:

Fui para o meu apartamento às 23 h, eu vou fazer muito mal aquele motoqueiro morto de fome, eu quero vê-lo quebrado ao meio. Todo mundo está crendo que eu fui assaltado, mas eu fiz isso para que as coisas não se complicassem tanto para ela.

Quando cheguei ao meu apartamento chamei umas "garotinhas" para cuidarem bem de mim, estava completamente machucado, paguei alguns trocados e elas foram amáveis, amanheceu e as primeiras pessoas a me visitarem foram Renan e Maurício:

— Pietro, fico pensando como isso foi acontecer... O cara entrou aqui e não levou nada, apenas te bateu. - Disse Maurício.

— Não seja idiota, talvez ele tenha levado coisas insignificantes. Renan, apareceu na cidade, meu amigo de infância... E  ai? Como é que você está? - Cumprimentei ele com um aperto de mão.

— Eu fiquei um tempo fora, viajei, agora voltei para a minha cidade. Lamento o que aconteceu com você. - Disse ele.

 —  Estava pegando Fabíola? 

— É... Eu... Sim, fiquei com ela, mas não sei se isso vai pra frente. Ela e eu deixamos de nos gostar, acho que o lance morreu. 

— Meu querido irmão morre pela Isabelle não é? - Falou Maurício numa nova tentativa de me chatear, como de costume. Essa parece ser a função dos irmãos.

— Você é mesmo babaca, sabe que eu não morro por ninguém! Apenas me interesso por ela, ela é linda. Preciso de mais motivos?

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Where stories live. Discover now