CAPÍTULO 34

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                        Embora Molly ainda levasse bastante a sério sua rotina de estudos para as provas, post its, flashcards e a lousa de planejamento que tinha obrigado o zelador a instalar na última semana, ela estava orgulhosa em admitir que estava se desenvolvendo como ser humano e que agora ela não se irritava quando Kala sugeria que elas fizessem uma pausa para um chá.

Molly ainda não tomava chá, mas ela acompanhava Kala na cantina e normalmente pedia um chocolate quente.

Aquele inverno tinha sido mais longo, mas a neve já tinha derretido praticamente toda por então. O clima ainda estava feio e gelado, Molly não dormia sem suas meias de lã, mas ela conseguia ver que ao longo daqueles dias a primavera parecia estar mesmo a caminho

Ela viu abelhas e as margaridas da jardineira em sua janela pareciam querer desabrochar após um longo período de descanso.

Molly estava ansiosa para as férias de primavera. Seriam duas semanas em Tetbury, haveria a caça aos ovos de páscoa como todos os anos e ela iria para a casa de seus avós por alguns dias. Mas ela nem sentia mais vontade de disfarçar que seu maior desejo era ver William.

Ele tinha prometido que dormiria com ela todas as noites. Como eles fariam isso com sua mãe os vigiando atentamente Molly não tinha ideia, mas se William dizia ela acreditava.

Há uma semana ela tinha começado a arrumar suas coisas, aproveitando para embalar suas roupas mais pesadas de inverno que ela deixaria em casa e substituiria por peças mais leves. É claro que a Escócia era mais fria que Tetbury, mas na primavera era particularmente encantador e elas não precisavam usar meias tão grossas, podiam usar a saia e os sapatos apenas se quisessem.

- O que você vai fazer nas férias de páscoa? – Molly perguntou para Kala.

- Eu acho que vou para a Índia visitar meus parentes. – Kala respondeu. – E você?

- Eu devo visitar meus avós em Londres, mas vou gastar o máximo de tempo possível em Tetbury. – Molly disse enquanto partia um bolinho no meio. – Eu não nadei no lago no verão. Espero ter a oportunidade.

- Parece tão divertido... Tebury. – disse Kala. – Eu moro em uma fazenda e meu pai faz atendimento local, mas não há jovens e não há um lago.

Molly encolheu os ombros. As pessoas superestimavam demais quando Molly falava de Tetbury, não entendiam que o problema era ela que tinha realmente poucas coisas fascinantes para se gabar, então um balanço de pneu perto de casa era sim algo que Molly gostava de dizer que tinha.

- Você devia me visitar no verão. – Molly sugeriu. – Fique alguns dias comigo.

Várias vezes Scarlett tinha sugerido para Molly levar algumas amigas para casa. Molly nunca tinha tido amigas para levar, então agora que tinha por que não?

- Você quer aproveitar o verão com sua mãe e o gatinho da ópera. Eu não vou lá para atrapalhar. – Kala disse como justificativa.

- Não vai atrapalhar. Além disso, ele tem irmão, tem amigos. Talvez os amigos dele não viagem no próximo verão.

- Eu preciso ver. – Kala disse temerosa. – Meu pai não me deixa dormir fora.

- Mas você estuda num colégio interno...

- Só para moças. – Kala riu. – Não é misto. É diferente... meu pai não é tão rigoroso quanto minha família na Índia, mas ele ainda acredita em certos padrões. O que você fez na ópera de escapar para dar ver seu amigo, ele nunca permitiria. Eu não posso ficar sozinha com meninos e além disso meu pai quer que eu me case com o filho de uma prima dele.

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