CAPÍTULO 05

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- Você acha mesmo que eu deveria ir? – William perguntou com o semblante sério. – Eu não posso usar óculos escuros a noite.

Scarlett estava desamassando a camisa de malha que tinham escolhido para que ele usasse no festival.

- William, eu não te trouxe para Tetbury para que você ficasse trancafiado em casa. Se fosse assim teria lhe deixado em Highgrove. – disse em tom sério. – Vai ficar tudo bem, você vai ver.

Ele não pareceu gostar de sua resposta. William era muito fechado, muito recluso e muito tímido.

Ela sabia que especialmente depois da morte de Diana, o menino tinha tomado uma grande birra de paparazzi.

- Eu não quero que me reconheçam, venham para cá e estraguem a sua noite e a de Molly, é tudo. – ele explicou enquanto vestia a camisa.

- Não vão lhe descobrir, William. Aqui não é esse tipo de lugar, ok? Até porque ninguém acreditaria que você está aqui, dá uma olhada nesse fim de mundo.

- Eu não achei tão mal assim. – ele disse com sinceridade. – Eu gosto do interior. É engraçado ver Molly usando as gírias e o sotaque. Você não fala como ela.

- Bem, eu não sou do interior. – Scarlett explicou. – Eu cresci em Londres. Molly cresceu aqui.

- Por que você veio morar em Tetbury? – perguntou William.

- Porque no início eu trabalhava no escritório da segurança, não necessariamente na execução. Vocês passavam tempo demais aqui, então eu me mudei para Tetbury.

- Hum... – William murmurou. – Minha mãe conheceu a Molly?

- Quando ela era bebê, até alguns dos primeiros anos, mas ela era pequena demais para se lembrar. – Scarlett começou então a juntar a roupa suja espalhada no chão do quarto. – Você é muito bagunceiro rapazinho...

- Desculpe. Mas eu arrumei minha cama. – ele anunciou orgulhosamente. – Eu conheci a Molly antes?

- Acho que... acho que sim, Wombat. Não tenho certeza.

William sorriu pela forma que Scarlett o chamou. Ela não parecia ter percebido que tinha usado o apelido de Diana para ele.

- Seu pai me ligou. – comentou Scarlett enquanto saía do quarto e era seguida por ele.

- Ah é?

- Sim, ele disse que estão se divertindo muito. Que queria que você estivesse lá. – Scarlett falou enquanto jogava as roupas de William na máquina, junto com algumas das dela e de Molly.

Ela viu o sorriso morrer no rosto do menino. Cruzou os braços sobre o peito e numa carranca anunciou:

- Eu duvido que se eu estivesse lá estariam se divertindo tanto assim...

- Bem, não se preocupe. – disse bagunçando seu cabelo loiro. – Eu disse a ele que você e Molly estão se dando muito bem e que você está se divertindo conosco.

- Eu realmente estou. – William disse encolhendo os ombros. – É diferente, mas é bom. Quer dizer, não é tão diferente porque tudo me parece familiar demais... é aconchegante, eu não sei explicar.

Mas Scarlett sempre sabia o que William queria dizer. Ele queria dizer que estar com Scarlett, que era a figura que mais lhe evocava a presença de sua falecida mãe, o trazia conforto e alegria.

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