Estava confirmado cientificamente que William não conseguia ficar longe de Molly por muito tempo. Quando eles voltaram para o colégio, nos dois primeiros dias William decidiu que não ligaria e nem atenderia suas chamadas. Molly o ligou quatro vezes.
Mas quando chegou o meio da semana, ele já não estava aguentando mais. Era dez horas da noite, Harry dormia um sono pesado na cama de baixo e William conversou com Molly até tarde. Dois dias e ele tinha milhões de coisas para dizê-la, todas as coisas engraçadas que viu e ouviu e tinha se lembrado dela.
Felizmente o nome de Sam ficou bem longe da conversa, então foi fácil de se esquecer que ela poderia estar digitando um e-mail para ele. Quer dizer, não poderia, porque já era tarde, mas Molly poderia estar pensando nele enquanto fingia escutar William.
Eles desligaram quando já era quase meia-noite e começaram a mais bocejar que conversas. Se despediram com a promessa que se falariam no dia seguinte, dessa vez ela o fez prometer.
- Eu ainda estava meio doente e tossindo muito. – ele disse desconversando. – Por isso não atendi as ligações. Eu não conseguia falar mais que duas palavras sem cair numa crise de tosse.
Ela não acreditou, mas pelo menos fingiu que tinha. Era o suficiente por então.
Mas os dias passavam e tanto Molly quanto William se tornavam mais ocupados. Eles ainda se falavam, mas enquanto no início eles podiam ligar para o outro todo dia e matar tempo no telefone, logo as ligações passaram a se tornar a cada duas vezes por semana e aquilo estava deixando William louco.
Ele tinha trabalho acumulado, precisava estudar para as provas que se aproximavam e os treinos de futebol e polo aquático. Naquele ano William usava a braçadeira de capitão do time de futebol, mas nunca desejou tanto que ela tivesse sido dada para outra pessoa porque significava que ele tinha que fechar o vestiário e ter obrigações que seus colegas não tinham.
Não bastava ser babá de Harry, ele precisava ser a babá do time inteiro e quando o técnico dizia que algum de seus colegas ia mal e que William precisava dar uma bronca, ele precisava coçar a cara e explicar para alguém as vezes até mais velho que se ele não melhorasse as notas e o desempenho seria banido do time.
- Eu achei que o Ed Porter ia te socar. – declarou Guy enquanto eles andavam pelo corredor.
- Eu também achei. – William reconheceu. – Ele queria.
- Com certeza queria. – Van disse rindo. – Eu também iria te socar. Ele queria sua braçadeira, mas nem todos podem ser William Wales.
- Acredite, nem todos iriam querer ser eu ultimamente. – William resmungou. – Estou muito fodido. Tenho tanta matéria acumulada e não sei nem por onde começar.
- Eu sei por onde. – Guy disse.
William olhou para ele esperando que seu amigo se explicasse. Foi quando ele trocou um sorriso malicioso com Van e William não entendeu nada.
- William, quem é Molly? – perguntou Guy.
Sentiu a cor sumir de seu rosto e se perguntou onde diabos seus amigos poderiam ter escutado aquele nome.
- Como assim? Que Molly? – perguntou se fazendo de idiota.
- A Molly que te liga toda semana e você sai correndo para não atender perto de nós. – Van disse impaciente e revirando os olhos. – A gente sabe ler, ok?
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WIN SOME, LOSE SOME
RomanceWilliam tem 16 anos, perdeu sua mãe há um ano em um acidente de carro, e é o futuro Rei da Grã-Bretanha. Molly tem 14 anos e tem uma vida ordinária na pacata Tetbury, uma cidade paroquial de Gloucestershire. Ninguém espera conhecer o amor de sua vid...