Era para ser o último capítulo

248 27 7
                                    

     Sabe aquela expressão que diz, 'por fora eu estou bem, mas por dentro estou destruída'?
   Pois então, ela não se aplicava a Marina.
   Marina estava destruída por dentro e por fora. Passou aquelas últimas semanas sentindo se mal, ora por ter pegado um resfriado que a jogou na cama por uma semana inteira e ora por saber que Raquel a traiu com a Bruna.
   "Com tantas outras garotas por aí, tinha que ser logo com ela!?"
   E o pior, Marina sabia que isto poderia acontecer mais cedo ou mais tarde, desejava que não, mas acabou acontecendo.
   Por um lado, Marina achou melhor assim, não saberia como terminar com Raquel, faltava lhe coragem.
   Era bom que Raquel já tivesse outra pessoa.
   Marina estava disposta a abrir mão de Raquel para que ela não sofresse tanto com a tua falta. Estava disposta a passar o resto dos seus dias sem Raquel, não importa o quanto sofrerá sem ela, não importa quanto tempo ainda lhe resta, Marina só não queria que Raquel a visse naquele estado.
   A campainha toca despertando a.
   Já passava das 20h.
   Marina não queria atender, mas, devido a insistência da campainha, era bem provável que quem é que fosse que estivesse batendo em sua porta, não iria desistir tão facilmente.
   Levantou meio zonza.
   _Marina, eu sei que você está ai...
   Marina reconhece a voz de Raquel do outro lado da porta.
   _Abre, por favor! -insiste tocando mais uma vez a campainha.
   _O que você quer? -pergunta Marina friamente abrindo apenas metade da porta.
   _Eu posso entrar? -pergunta Raquel já entrando porta adentro.
   _Você já viu que horas são?
   Marina sente o cheiro de alcool.
   _Você está bêbada, Raquel?
   _Ah não, foi a idiota da Lia que jogou o copo em mim.
   Marina suspira.
   _O que você quer, Raquel?
   _Eu quero conversar.
   _Eu não tenho mais nada pra conversar com você!
   _Por favor Marina -implorou Raquel- eu não tenho mais ninguém! A Lia me odeia por eu ter ficado com a Bruna depois delas terem transado, ela me disse coisas feias e eu também disse coisas feias à ela... eu não tenho mais pra onde ir, me deixe ficar aqui!
   _Você tem a sua casa, a sua mãe.
   Raquel bufa.
   _Eu quero paz, tranquilidade... -aproxima se abraçando a- eu quero você! Nada mais além de você...
   Marina a afasta.
   _Por favor Raquel, vá embora. Eu estou cansada, com dor de cabeça, não estou me sentindo bem...
   _Eu cuido de você. O que você tem? Posso te faço carinho... um cafuné...
   Marina respira fundo decidida a não dar espaço para Raquel. Caminha até a porta.
   _Eu quero que você vá embora!
   _Não...
   Raquel pulou em seus braços evitando que Marina desse mais um passo em direção a porta, a abraçou com força.
   _Não, por favor... -tentou beija-la- não me mande ir embora... eu... e-eu te amo!
   Marina tentou parecer indiferente com o que acabara de ouvir da boca de Raquel.
   _É uma pena você me dizer isto depois do que você fez... já não valem nada, são apenas palavras perdidas ao vento.
   _Não não... -diz Raquel ainda abraçando a- por favor não fala assim -olha nos seus olhos- eu te amo, sempre te amei e sei que você também me ama… -diz entre os beijos- por favor... eu sei que errei... vamos esquecer tudo isto… passar uma borracha em cima de tudo... começar do zero...
   Marina tentava se livrar de seu abraço.
   _Vá... embora... -pediu.
   Era difícil para Marina dizer aquelas palavras contra a sua vontade. Doía mais nela do que em Raquel.
   _Não, eu não vou. Eu sou desobediente, pirracenta, não gosto de receber ordens e sou uma rebelde sem causa, mas... mas você gosta, lembra? Você me ama e eu te amo! Eu te amo. Te amo. Te amo. -Raquel repetia num sussurro- não me peça mais para ir... eu te amo… para toda a minha vida. Sempre vou te amar.
   Marina acariciou as bochechas úmidas de Raquel.
   Estava cansada demais para continuar com aquilo de não estar nem aí para ela.
   Aos poucos, a armadura de Marina estava sendo quebrada por Raquel.
   Estaria ela sendo egoísta por só pensar em si própria?
   _Não quero ficar sem você... -sussurrou Marina em seu ouvido.
   _Eu também não.
   Sem mais forças para nadar contra a corrente, Marina deixou ser levada, não pela correnteza, mas sim, por Raquel que a levou para o quarto.
   _Você já cuidou tantas vezes de mim, agora estar na hora de eu lhe retribuir -disse Raquel colocando Marina na cama- O que eu tenho que fazer?
   Marina sorri puxando a para deitar se junto a ela.
   _Não precisa fazer nada, só deita aqui comigo. Me faz um carinho, um cafuné... mas primeiro tira está roupa, só o cheiro do alcool está me deixando bêbada!
   Raquel entrou debaixo do chuveiro rapidamente só para tirar o suor de ter atravessado quase a cidade inteira a pé só para estar ali. Cheirou profundamente uma blusa qualquer que vestiu de Marina.
   _Senti falta do seu perfume.
   Marina não disse nada, fitava a perdida em seus pensamentos.
   _Precisamos conversar. -disse Marina quando Raquel aninhou se ao seu lado na cama.
   _Nããão, por favor, hoje não. Não quero discutir com você... sempre que temos essas conversas, acabamos discutindo ou brigando, então, vamos deixar para um outro dia.
   _Mas eu preciso falar agora!
   Raquel vira se para ela.
   _Então fala.
   Marina encarou aqueles dois grandes olhos verdes fitando a, perdera toda a coragem que achou que tinha. Suspirou.
   Sorriu acariciando suas bochechas.
   _Diz outra vez que me ama!
   Raquel sorri aliviada, achava que era alguma coisa grave.
   _Desculpa, mas... -diz aninhando se em seu peito- o meu estoque acabou.
   Marina sorri beijando lhe a testa.
   _Estoque pequeno este.
   _Pois é! Mas não se esqueça que eu te... te... que eu te gosto.
   Marina sorri mais uma vez dizendo que nunca irá se equecer de que Raquel disse que a amava e que era para Raquel também nunca se esquecer de que ela também a amava.
  

NÃO É A MINHA CULPA SER ASSIM!!!  (Volume 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora