Capítulo 9

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      _Se ela está seguindo em frente, eu também vou!
   Raquel estava em frente ao espelho se arrumando para ir se encontrar com Bruna no local marcado.
   _Eu estou seguindo em frente! -dizia para si mesma no espelho.
   Tentava se convencer disto.
   Já estava pronta, só faltava o cabelo rebelde. O prendeu num rabo de cavalo alto. Pegou a sua carteira e o celular e saiu.
   Quando Raquel chegou ao barzinho perto da casa de Bruna, ela ainda não tinha chegado, pensou em dar meia volta e ir embora, ligaria para Bruna dizendo não poder vir porque a sua mãe estava mal e marcariam para outro dia. Mas quando virou se, Bruna já estava entrando pela porta.
   "Tarde demais!" pensou.
   Bruna estava deslumbrante no seu vestido azul com detalhes preto na gola e na manga. Curto, um palmo acima do joelho, encaixava se perfeitamente em suas curvas. Linda, provocativa e sensual na medida certa.
   _Oi -Bruna cumprimentou sorridente parando a sua frente.
   _Oi! -Raquel não escondeu a sua excitação- com todo respeito, você está maravilhosa!
   Só faltou Raquel pedir para que desse um voltinha para conferir o pacote completo.
   "Ainda bem que eu não fui embora!" pensou.
   _Obrigada! Você também está bonita -Bruna agradeceu.
   Não que Raquel tivesse se arrumado para estar ali, ela era mais básica, calça jeans, uma camiseta legal e sua jaqueta que não trocaria por nada desse mundo já estava de bom tamanho.
  Raquel arredou a cadeira para que Bruna se sentasse.
   _Humm, uma cavalheira! -sorriu Bruna sentando se- obrigada!
   _Disponha!
   Raquel sentou se a sua frente.
   _Então, me fala um pouquinho de você -disse Raquel assim que o garçom se afastou.
   _Bom... -começou.
   Bruma fez um breve resumo da sua vida, suas preferências, animais que tivera na infância, suas bandas favoritas e blá blá blá.
   Raquel nunca entendeu isto nas pessoas, mal se conheciam e Bruna já vai lhe contando tudo da sua vida, amores, decepções, suas conquistas... Até que umas são interessantes, outras nem tanto.
   Tem coisa que não contamos para nossos amigos, quem dirá contar para um desconhecido.
   _Me desculpe a intromissão Raquel mas... -Bruna da um gole em seu vinho- parece que você esconde algo... sei lá...
   Raquel a olha no fundos do seus olhos seriamente. Depois de um tempo sorri relaxando se.
   _Mas que merda...
   _O quê?
   _Você não é a primeira nem a última pessoa a me dizer isto. Será que está escrito na minha cara?
   Bruna sorri.
   _Talvez estejam nas tuas atitudes, não fala muito de você mesma, desconfiada está sempre na defensiva...
   Raquel inclina o seu corpo para frente.
   _Vejo que você é uma boa observadora!
   _É, um pouco...
   _Humm -Raquel olhava para sua boca. Molhou os lábios erguendo uma sobrancelha, queria que Bruna visse o que queria.
   Bruna se inclinou para a frente.
   _Vejo que você é de poucas palavras... é mais da ação, sem balela já parte pra cima sem enrolação.
   Raquel se desfaz desviando os olhos de Bruna, encosta se na cadeira. Comecou a rir, não sabia o que dizer.
   Ela é assim, se não sabe o que dizer ou quando estar nervosa, começa a rir.
   Bruna estava certa, um pouco, Raquel fazia parte da ação, só que para ela agir,  ela tem que estar certa do que fazer e ter muita coragem para dar o primeiro passo. Ou vai no calor do momento quando enche a cara.
   Estava uma noite agradável, estrelas no céu, a lua...
   As duas caminhavam pela calçada. Ventava um pouco, Bruna estremece.
   _Eu não sabia que ia esfriar -alisou os braços para esquentarem.
   Raquel sorri puxando a para mais perto.
   _Vem cá... -passou o braço em volta de seu ombro- assim está bom?
   _Seria melhor se você me desse a sua jaqueta, mas desse jeito está bom -entrelaçou seus dedos nos de Raquel.
   Raquel beijou a sua testa cheirando o seu cabelo, tinha um cheiro bom.
   Sentia se pronta para seguir em frente, ou achou que estava pronta. Esta dúvida sempre surgirá em sua cabeça, "estar pronta ou não?" optou por estar pronta porque esta dúvida sempre irá surgir quando ela tiver que tomar alguma decisão, seja ela qual for e não poderia deixa-la atrapalhar a sua vida.
   _Prontinho, chegamos... -disse Bruna parando em frente a um portão, destrancou o.
   Espiou se para dentro para ver se havia alguém em casa. Ela morava com o seu pai e dois irmãos mais novos do que ela, seu irmãos viviam mais na rua do que dentro de casa e seu pai trabalhava a noite como guarda de vigilância e a sua mãe morreu quando era nova. Resumindo, a casa era só delas.
   _Vem, não tem ninguém em casa! -puxou Raquel pelo braço sem dar chance dela dizer alguma coisa.
   Bruna a guiava na escuridão por um corredor lateral indo para os fundos da sua casa para que ninguém a visse entrar se um de seus irmãos estivesse na sala com a luz apagada só esperando o momento certo para pega-la no flagra.
   _Não repara, tá? -disse Bruna a Raquel enquanto destrancava a porta dos fundos.
   _E eu lá vou reparar em outra coisa além de você! -Raquel pensou alto.
   _O que você disse? -perguntou Bruna ficando cara a cara com Raquel.
   _Eu? Disse nada não...
   Bruna sorri chegando mais perto. A beija. Um beijo tímido que Raquel, pega de surpresa, não retribui.
   _Ah desculpe... Eu não deveria ter feito isto... Eu sinto... -Bruna tentou se desculpar sem jeito.
   _Não, não se desculpe, eu é que peço desculpas... Você me pegou de surpresa -coçou a cabeça sorrindo- eu mão sou muito chegada em surpresas...
   _Humm, bom saber... então, será que posso te beijar? -sorriu.
   Raquel sorri de volta. Seus lábios tocaram os dela. Roçando os levemente, deslizando os pelo pescoço de Bruna... ela não tinha o perfume que queria sentir, "não tem problema!"
   Os beijos de Bruna eram diferentes do que estava acostumada a sentir. Suas mãos percorria o corpo dela procurando por algo familiar, a textura da pele, as curvas. Aquele era um corpo novo, diferente.
   Poderia beijar todas as bocas do mundo, mas nenhuma delas chegaria aos pés dos beijos de Marina.
   Raquel estava experimentando um novo corpo com uma nova textura, novos perfumes, novas curvas... Estranhou.
   _O que foi? -perguntou Bruna quando Raquel se afastou.
   Raquel respirou fundo duas vezes, processava em sua cabeça o que acabara de acontecer ali.
   _É que... é que... -olhou para Bruna. Sorriu- não é nada!
   Precionou a na parede beijando a, fazia com que perdesse o fôlego em seus beijos. Levantou o seu vestido acariciando a enquanto seus lábios estavam em seu pescoço. Raquel a ouviu gemer baixinho em sua orelha.
   Há muito tempo ela não ouvia uma mulher gemer assim em suas mãos. Nesses quase dois anos junto com Marina, Raquel só a ouviu gemer assim uma única vez, há dois meses atrás, mas mesmo assim porque foi um gemido involuntário, Marina se controlava. Não entendia o por que Marina não a deixava toca-la mesmo depois deste tempo todo que em estavam juntas.
   _Raquel... -Bruna a chamou segurando o seu cabelo- aqui não... vamos entrar...
   Entre Beijos e abraços, Bruna a guiou para o seu quarto. Sentando a na cama, Bruna deixou o seu vestido deslizar pela sua pele até cair no chão.
   Pela luz vinda do abaju do corredor, Raquel pode ver as belas curvas do corpo de Bruna iluminadas. Tirou sua jaqueta. Acariciou as belas pernas dela, Raquel provava o sabor de sua pele beijando a, lambendo a barriga.
   Bruna riu com cócegas. Tirando a blusa da Raquel fazendo com que se deitasse. Subindo em cima dela, Bruna a beija, beija o seu pescoço, a barriga, desabotoa a calça tirando a fora. Ajoelhou a sua frente.
   Raquel respirava pesadamente.
   Até o toque era diferente do que estava acostumada.
   Raquel a puxou para cima deitando se por cima de Bruna. Provou lhe os seios, macios, duros...
   É pela primeira vez desde que estivera com Bruna, ela não pensou em Marina. Os gemidos de Bruna abafaram os seus pensamentos nela.
   Raquel mal pregou os olhos naquela noite. Já estava de manhã, pequenas frestas de luz entravam pela janela.
   Observava Bruna dormir, um sono calmo e profundo.
   Estava perdida em seus propios pensamentos, perguntava se como seria daqui pra frente. Seu celular vibra trazendo a de volta, uma mensagem.
   Com certeza era Lia  querendo saber como foi a noite com Bruna. Mas a mensagem não era de Lia.
   Seu coração parou, um arrepio na espinha percorreu lhe o corpo todo.
   "Ainda com raiva de mim?" leu a mensagem.
   "Que merda Marina!" a xingou, "Por que você tem que estragar tudo?"
   Estava com raiva dela. Justo agora em que Raquel estava pronta para seguir em frente, Marina aparece dos mortos para vir assombra-la.
   Outra mensagem.
   "Não vai falar comigo? "
   Olhou para Bruna torcendo para que não tivesse acordado.
   "???"
   Raquel apagou as mensagens,  fingiria que não leu, esqueceria ela. Decidida, ia apagar a próxima mensagem que Marina mandasse sem lê-la. Esperou.
   Não veio uma mensagem. Uma ligação.
   Raquel rejeitou a ligação no primeiro toque.
   "Droga, agora ela não vai parar até eu atender! " pensou Raquel apavorada. Não deveria ter rejeitado a ligação, deveria ter deixado tocar assim ela ia pensar que estava dormindo e a deixaria em paz, mas estava em pânico.
   O celular toca novamente.
   Raquel levantou tropeçando no lençol enrolado em sua perna.
   Sem tempo de procurar a sua blusa e para não acordar Bruna, foi para o corredor só de calcinha, entrou na primeira porta que viu. Graças a Deus era o banheiro.
   Respirou fundo.
   _O que você quer? -pergunta com a voz trêmula assim que atendeu.
   "Que merda Marina!" a xingou mentalmente.
   _Bom dia pra você também, Raquel! -sua voz era calma e tranquila, diferente da de Raquel.
   Raquel estremeceu, adorava ouvir aquela voz. Respirou fundo para se acalmar.
   _Bom dia. O que você quer? Isto não é hora de ligar, eu estava dormindo!
   _Desculpe, não era a minha intenção -Marina faz uma pausa- eu estava com saudade...
   Raquel fingiu não ouvir.
   Marina continua.
   _Como você está?
   _Eu estou muito bem obrigada!
   _Que bom -mais uma pausa- aonde você está?
   _Em casa -mentiu.
   _Sério? Então porque não abre a porta pra mim?
   "Merda!!" xingou. Raquel se atrapalhava toda vez que abria a boca.
   _Talvez eu não queira abrir pra você!
   _Ou, talvez você não esteja em casa!
   _Voce não tem como saber!
   _Tenho sim!
   _Como?  -perguntou desafiadora.
   _A portinha do Desespero estar aberta, e sei que quando está em casa, você a fecha com medo dele sair pra rua.
   Raquel não disse nada, Marina estava certa.
   _A onde você está Raquel!? -seu tom de voz era quase uma ordem.
   _O que você quer?
   _Quero conversar...
   Raquel olhou para a porta, para além da porta fechada, para Bruna. Olhou se no espelho.
   Feito um agente secreto, Raquel sentiu a sensação de estar desarmando uma bomba que a qualquer momento explodiria, tinha que pensar rápido. O que fazer?
   _Me encontra no lago daqui a meia hora -disse por fim.
   _Me diga a onde está que eu vou aí te buscar -disse com a voz calma.
   _Não! Daqui a meia hora no lago!
   Desligou.
   Respirou fundo. Contou até dez. Lavou o rosto.
   Entrou no quarto de Bruna torcendo para que estivesse dormindo. Torceu para que não acordasse enquanto procurava e vestia as suas roupas.
   "Desculpe lindinha..."
   Escorou a porta do quarto e na ponta dos pés foi procurar uma saída. Não lembrava de onde veio, estava escuro e ela nem prestara atenção. Achou a sala mas não tinha chaves na porta trancada.
   "MERDA!!"
   Não podia acordar Bruna, ela ia fazer um monte de perguntas.
   Procurava as chaves na estante da sala quando ouviu um barulho de chaves do lado de fora da porta.
   "Ah, qual é!? Que merda!" Raquel lembrou se do pai dela.
   Quando o pai de Bruna entrou, um homem com seus quarenta e poucos anos, alto e forte que poderia acabar com Raquel sem piscar, levou um susto ao vê-la parada no meio da sala. Ela aproveitou a brecha.
   _Hã... oi! Você deve ser o pai da Bruna, né? -apertou a sua mão rapidamente- sou uma amiga dela, eu dormir aqui e... -já estava na porta- diga a ela que eu precisei ir embora, depois eu ligo pra ela - o corpo já pra fora da casa- tchau!!
   Ele ficou ali parado tentando entender o que acontecera ali.
   O lago onde Raquel pediu para Marina se encontrar com ela era uma praça com um lago artificial no meio, havia uma ponte de madeira cortando o. Raquel adorava aquele lugar.
  Marina estava na ponte olhando os peixes quando Raquel chegou, alguns minutos atrasada e sem coragem para olha-la nos olhos.
   Era diferente, estranho estar do lado de Marina e não poder toca-la, beija-la...
   _A onde você estava? -perguntou Marina olhando a pelo reflexo da água.
   _Não importa!
   Raquel poderia ter dito que passara a noite com outra para mostra-la que seguiu em frente. Mas se abrisse a boca para dizer alguma coisa, era bem provável que Marina percebesse o que acabara de perceber.
   Não estava pronta e nem queria seguir em frente, queria continuar ali, com ela. Mas sabia que se ficasse ali, ia continuar a mesma coisa, desconfianças, sumiços sem justificativas e outras coisas que a fazia mal.
   _O que queria conversar? -perguntou Raquel.
   _Queria conversar sobre nós -disse Marina olhando a.
   Raquel podia sentir os olhos de Marina a analisando.
   _Eu estou morrendo de fome... Já tomou café?
   _Na verdade não. Cheguei tem quase uma hora.
   Raquel a encarou com um ponto de interrogação no rosto.
   Sentiu se importante por Marina ter acabado de chegar de viagem e ter ido direto procura-la.
   Só agora Raquel percebeu o seu ar cansado e um pouco de corretivo embaixo dos olhos para esconder as olheiras. Mesmo assim ela tinha o seu ar todo elegante e não deixava de ser linda.
   _Vamos? -disse Raquel dando lhe as costas.
   Foram para uma lanchonete ali perto.
   _Hum... um café descafeinado desnatado e um sanduíche natural de rúcula? -perguntou Raquel a Marina sorrindo.
   Marina sorri.
   _Hoje não. Estou com muita fome para comer só isto.
   As duas pensaram em como era bom ver o sorriso uma da outra, mas nenhuma disse o que pensava. Raquel respirou fundo olhando em volta. Marina absorvia cada detalhe do seu rosto que perdera por um mês.
   O garçom voltou trazando os waffles com calda de chocolate para as duas, um suco natural de laranja para Marina e uma coca para Raquel.
   _Então, o que queria conversar? -perguntou Raquel desenrolando o garfo.
   Marina suspira.
   _Pra falar a verdade, eu nem sei... tudo o que eu tinha pra dizer, eu já disse...
  "Beeehhh" uma buzina apitou na cabeça de Raquel, "resposta errada!". Raquel queria ouvir da sua boca o quanto ainda a amava, que estava com saudades e que era para não desistir delas ainda.
   _Eu encontrei o Félix outro dia... ele me disse que você estava viajando... -Raquel jogava mais calda em seu prato.
   _É, fui ver os meus pais.
   Raquel se deu conta que nunca conhecera os pais de Marina, pelo visto não ia conhece-los tão cedo.
   Marina não falava muito sobre eles devido a sua adolescência meio conturbada com os dois sobre a sua sexualidade. Seus pais não aceitavam que a sua única filha fosse esse tipo de gente, achavam que ela ia se perder deste jeito na vida. Aos 18 anos, Marina saiu de casa, arranjou um trabalho e se formou. Mesmo nas dificuldades que encontrou pelo caminho, Marina não os procurou e vendo que a sua única filha não estava se perdendo na vida, eles a aceitaram do jeito como ela é. Em 5 anos, ela mudou de cidade trez vezes, cada uma mais longe dos seus pais.
   Raquel se perguntava quantas ex Marina deixou por estas cidades onde passou.
   _Eu não os via a dois anos -continuou marina fazendo Raquel desprender se de seus devaneios- precisava relaxar um pouco e deixar as coisas esfriarem por aqui...
   _E eles estão bem?
   _Ah sim, estão bem. Meu pai esteve um pouco doente esses dias mas não é nada grave.
   _Hum...
   _Eles perguntaram sobre você. Quando eu ia levar a minha namorada para conhecê-los...
   Raquel não sabia o que dizer. Sentiu um frio na barriga. Contorcia se por dentro para saber qual foi a resposta que Marina deu a eles.
   _Não vai comer? -perguntou Raquel olhando para o prato de Marina.
   Marina sorri.
   _Não, já chega. Eu não aguento mais comer tudo isto!
   _Você nem tocou na comida! Sabia que eles cobram uma taxa extra por desperdiçar comida?
    Marina debruça se inclinando para a frente.
   _Eu mando embrulhar para a viagem -seus olhos brilhavam aos de Raquel.
   _E o seu trabalho? -perguntou Raquel mudando de assunto.
   Era impossível Raquel se manter em um único assunto. Não sabia o que dizer.
   _Estou pensando em mudar, achar alguma coisa que não tome todo o meu tempo...
   "Ter mais tempo para mim..." pensou Raquel.
   _Hum...
   Neste momento o celular de Raquel toca em cima da mesa. Ela congela por alguns segundos.
   Era Bruna ligando, provavelmente preocupada em saber o que aconteceu para ela ter saído daquele jeito sem se despedir.
   Raquel silência a chamada guardando o celular no bolso.
   Marina observava aquela cena.
   _Não vai atender?
   Raquel tentou se manter o mais natural possível, um deslize que dera, Marina poderia descobrir. Mas já era tarde demais.
   _Não... depois eu ligo -sua voz falha.
  Raquel podia sentir os olhos de Marina queimando a sua pele.
   _Ela deve ficar preocupada, não?
   _Quem? -gongelou se, Marina com certeza deve ter visto o nome de Bruna no celular.
   _A pessoa que está te ligando. Deveria atender para não deixa-la preocupada.
   Tais fatos era inevitável de se negar, Raquel estava muito desconcertada pela ligação que receberá e tentava agir naturalmente mas isto só pioravam as coisas.
   _Ah é que eu dormir lá ontem na casa dela ai sair sem avisar...
   _Hum.
   Raquel podia ver a pergunta surgindo na cabeça de Marina.
   _Ela é amiga de Lia, trabalham juntas...
   _Ahh, Lia! -Marina pronunciou o seu nome como se tudo fosse culpa dela.
   Mas foi a sua culpa mesmo. Foi Lia que as apresentou.
   _E a quanto tempo vocês se conhecem? -continuou.
   _Desde semana passada eu acho... Saímos para beber, uma noite só para garotas... Lia chamou algumas colegas e fomos.
   _E  vocês se tornaram amigas? -havia uma certa entonação na palavra amiga.
   Raquel pensou um pouco. Estava sentindo se em um interrogatório e estava fodendo a coisa toda.
   _Não sei... ainda não conheci ela direito -isto era verdade, Raquel não sabia se eram amigas, mesmo dormindo com ela, poderiam ser só conhecidas.
   _Mesmo não conhecendo ela, você resolve dormir não casa dela...
   Raquel tentou se justificar. Não sabia por que estava se justificando, não tinha mais nada com ela mesmo. Mas queria ter e queria que ela não pensasse mal dela.
   _Saímos ontem para beber, ficou tarde e estávamos perto da casa dela, aproveitei e dormir lá mesmo.
   _Você só dormiu ou transou com ela também?
   Raquel estremece. Levanta a cabeça encarando a.
   _Pra quê você quer saber?
   _Sim ou não? -Marina a encarava de volta.
   _Pra quê você quer saber? -insistiu- não te interessa saber o que eu fiz ou deixei de fazer com ela... Não tenho mais nada com você!
   Marina já sabia a resposta mas queria ouvir da sua boca. Não conseguia esconder o seu incomodo, a sua irritação, não queria acreditar que Raquel dormira com outra. Respirou fundo.
   _Bom... -Marina pega a sua bolsa e levanta se- eu preciso ir. Amanhã volto a trabalhar e quero estar descansada até lá.
   Pagou pelo waffles que não comera e foi embora sem olhar para trás.

NÃO É A MINHA CULPA SER ASSIM!!!  (Volume 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora