Capítulo 8

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     Sem chances de Raquel consegui dormir naquele fim de noite, o dia já começava a clarear lá fora.
   Estava com a cabeça voltada para o passado, no começo de tudo, quando viu Marina pela a primeira vez.
   Raquel ainda trabalhava no Caffé + Sabor, era muito mais do que um simples Caffé, uma lanchonete que se servia de tudo. Com alguns trocados no bolso, você tinha uma refeição completa como o especial da manhã, o especial do almoço e o especial do jantar.
   Com um pouco mais de um ano e meio trabalhando lá, Raquel já conhecia todo mundo que frequentava o. Um novo rosto  lhe chamou a atenção, Marina com a cabeça erguida e o cabelo sempre arrumado, pediu um café descafeinado desnatado e um sanduíche natural de rúcula, sem casca.
   _Pra viagem por favor! -disse.
   Não foi Raquel quem a atendeu, foi outro, mas ela estava ao lado. Olhava com curiosidade para Marina.
   "Quem é que pede essas coisas? "  Raquel se perguntava. Era acostumada a servir só comidas que davam sustância. "Eu odeio café descafeinado desnatado e odeio mais ainda rúcula! "
   Marina pegou o seu pedido e uma água com gás e os pagou no caixa. Foi embora sem ao menos olhar a sua volta.
   Demorou algumas semanas até Marina aparecer novamente. Dessa vez, Raquel estava reabastecendo a geladeira onde ficavam as latinhas de refrigerante, sucos e as garrafas de águas.
   Marina se aproximou, pegou a primeira garrafa de água com gás que estava na frente.
   _Ei, espere... -disse Raquel para Marina- esta ai está quente, acabei de coloca-la aí -esticou se dentro da geladeira procurando uma gelada. Achou uma- está aqui esta gelada.
   Marina deu um meio sorriso pegando a garrafa.
   _Obrigada! - virou se e foi embora. Deixou para trás o rastro do seu perfume.
   Raquel o cheiro no ar "Nossa...".
   E de novo elas não se viram por algumas semanas. Quando se viram novamente, não foi no Caffé.
   Era aniversário de alguém do grupinho de farra de Raquel, ela não queria ir mas fora arrastada por Lia para o bar aonde iam comemorar.
   Já todos alterados, cantavam 'Parabéns para você' a todo instante para o aniversariante, riam, gritavam, a mais escandalosa era Lia com a sua voz estridente. Chamavam a atenção das mesas a sua volta, uns olhavam com cara feia para eles, mas eles não estavam nem aí.
   Marina, Félix, a ex Valeria e mais um casal, Flavia e Flávio -combinavam em tudo, até nos nomes- era uma dessas mesas que não gostaram da algazarra.
   Até então, Raquel não a tinha visto, só foi ver quando voltava do banheiro passando perto do balcão. Marina esperava ser atendida.
   _Oi, eu te conheço! -disse Raquel sorridente quando aproximou se de Marina.
   Marina a olhou de cima a baixo e depois para a mesa a onde Raquel estava. Pelo visto a reconheceu da bagunça.
   _Huum... Eu acho que não.
   _Eu acho que siiim -Raquel cantarolou.
   Marina a olha com um ponto de interrogação no rosto.
  _Do Caffé + Sabor.
  _Hum... -tentava lembrar do seu rosto.
  _Pois é, não parece, mas eu trabalho lá -deu de ombros.
  _Ah sim.
  O barman veio atende-las. Marina pediu as suas bebidas.
   _Posso te pagar uma bebida? -perguntou Raquel- cerveja não, porque não gosto...
   _Ah me desculpe, hoje eu não posso beber, estou dirigindo.
   _Huuumm... responsável! Faz bem, isto mesmo... está vendo aquele grandão ali? -Raquel apontou para a sua mesa- ele não tem um pingo de responsabilidade. O único que tem carteira e é o que bebe mais...
   _Vocês deviam tomar cuidado e não saírem dirigindo bêbados por aí.
   _É, eu sei, mas ninguém me escuta.
   _EI RAQUEL -gritou Lia da mesa- PARA DE DAR EM CIMA DA MOÇA E VOLTA AQUI!
   Raquel queria matar Lia por essa vergonha, todos ali olharam para ela, inclusive Marina.
   _Então, prazer em vê-la moça. Agora eu tenho que ir matar alguém.
   Marina sorri apertando a sua mão.
   _O prazer foi meu, Raquel!
   Raquel sentiu um frio na boca do estômago quando Marina pronunciou o seu nome. Desconcertada, deu um 'tchau' rapidamente e foi para a sua mesa. Quando chegou lá, deu um beliscão em Lia.
   _Eu vou te matar sua vadiazinha!
   Raquel viu Marina sentar se na sua mesa logo depois. As vezes Marina a pegava olhando em sua direção, Raquel desviava os olhos na mesma hora.
   _Ei, me empresta cinco reais ae -Raquel pediu para Lia- estou entediada!
   Assim que Raquel pegou os cinco reais, levantou se indo em direção a jukebox que ficava do outro lado do bar, esbarrou se em algumas pessoas, pediu desculpas. Passou pela mesa de Marina, trocaram olhares.
   Na maquina, procurava algumas músicas boa.
   "Nada como um bom e velho rock'n roll!" pensou.
   -Uuuhh -gritou Raquel com os braços para o alto quando a música começava a tocar.
   Sons de guitarras invadiram o salão, Raquel tamborilava os dedos na maquina ao ritmo da guitarra de 'Highway to hell' da banda AC/DC.
    (((ouçam a música para uma melhor interpretação do que descrevo)))
   Meio desafinada mas no ritmo, Raquel começou a cantar junto com a música. 
   _"Living easy, livin' free
Season ticket, on a one way ride" -estava meio tímida- "Asking nothing, leave me be
Taking everything in my stride"...
    _Uuuhh!! -gritaram o seu bando ao ouvirem ela cantar.
   Voltando para a sua mesa, Raquel continuou.
   _"Don't need reason, don't need rhyme
Ain't nothin' that I’d rather do..."
   _Ai meu Deus, eu não vou perder isto por nada! -disse Félix pegando o celular para gravar.
   Raquel performava uma coreografia inventada na hora.
   _"Going down, party time
My friends are gonna be there too" -apontou para as pessoas da sua mesa.
   Juntos, começaram a cantar o refrão.
   _"I'm on the highway to hell
On the highway to hell
Highway to hell
I'm on the highway to hell".
   Raquel tirou a sua camisa xadrez vermelha dois números maior que ela e começou a roda-la no ar.
   Em baixo de uma camiseta preta, revelou se duas asas tatuadas em suas costas.
   _"No stop signs, speed limit
Nobody's gonna slow me down
Like a wheel, gonna spin it
Nobody's gonna mess me 'round" -jogou a camisa longe- " Hey, satan!
Payin' my dues
Playin' in a rockin' band" -apoio o seu pé na cadeira ao seu lado-
"Hey mama! Look at me
I'm on my way to the promise land..." -virou se para todos ali no bar- eu quero ouvir todos vocês cantarem comigo, vamos lá!
   Todos:
   _"I'm on the highway to hell
Highway to hell
I'm on the highway to hell
Highway to hell".
   Alguns tentavam bater nas mesas no ritmo.
   Raquel subiu em cima da cadeira.
   _"Don't stop me!"
   Ainda em cima da cadeira, Raquel fechou os olhos se deliciando com o som da guitarra solo. A cabeça para trás, as mãos na cabeça, embalava se.
   Todos:
   _"I'm on the highway to hell
I'm on the highway to hell
I'm on the
On the highway
Highway to hell
I'm on the highway to hell
Highway to hell..."
   Raquel:
   _"Yeah I'm going down anyway
I'm on the highway to hell."
   No momento exato em que os seus pés tocaram o chão quando pulou, a música parou.
    Todos ali no bar a aplaudiram, gritaram, assoviaram, ela agradeceu e depois desmanchou se na cadeira, estava cansada e em um só gole, bebeu toda a bebida do seu copo.
   Félix gravou tudo.
   _Essa menina é muito doida! - disse ele se ajeitando em sua cadeira.
   Valeria era a única do quinteto que não tinha gostado, ficou com cara de bunda o 'show' inteiro.
   Marina sorriu para Raquel quando seus olhos se cruzaram.
   Passada a bagunça, um tempo depois, Marina e os outros se levantaram para irem embora, passaram perto da mesa de Raquel.
   Raquel estava apoiada no cotovelo alisando uma mecha do seu cabelo, viu pelo canto do olho Marina se aproximar. Sorriu para Marina que sorriu de volta quando passou por ela. Félix veio atrás.
   _Adorei o seu show! -disse a Raquel.
   Ela agradeceu.

  Todos já dentro do carro, Marina foi leva-los para as suas casas.
   _Ei, deixa eu ver o vídeo! -pediu Flávia ao Félix dentro do carro.
   _É inacreditável como aquele lugar decaiu tanto assim, -reclamou Valeria- como podem permitir uma bagunça daquelas?
   _Queridinha, você fica na tua porque eu adorei! Essa é uma das minhas, chega chegando! -defendeu Félix.
   _E esta tatuagem em? -perguntou Flávia apontando para o vídeo pausado- até a onde será que ela vai?
   _Vocês não viram a catada de olho que ela deu na Marina, parecia que ia devora-la!
   _Um bando de selvagens, é isto o que eles são! -disse Valeria com desdém.
   _Pessoal, deixa a menina em paz. Ela só estava se divertindo...
   Valeria virou se para Marina.
   _Eu não sabia que você gostava desse tipo de gente Marina.
   Félix virou se para Valeria.
   _Queridinha, depois dela ter namorado você, nada mais me surpreende.
   _Félix! -Marina chamou a sua atenção.
   _O que foi? Você sabe que eu te amo, né querida?
   Valeria forçou um sorriso cínico para Félix, ele retribuiu o mesmo sorriso cínico para ela.
   Marina foi deixando um a um em suas casa. Por último foi Valeria que não tinha planos nenhum de dormir na sua.
   _Nós podíamos ir para a sua casa, tomar um vinho... matar um pouco a vontade... -Valeria aproximou se com a mão em sua perna, avançava para o meio delas.
   Marina impedindo a de continuar,  disse que estava cansada, deixaria para um outro dia.
   _Ok!
    A deixou em casa. E quando voltava para a sua, as lembranças de Raquel vinham a sua mente enquanto dirigia. A breve conversa que tiveram, o seu 'show'...
   Olhou as horas. Tinha se passado umas meia hora que saíra daquele bar. Pensou nela voltando para casa de carro com aquele bando de bêbados irresponsáveis. E se acontecesse um acidente com eles ou se entrassem em uma confusão? Não poderia deixar ela ir com eles. Poderia leva-la para casa sã e salva.
   Estava perto de sua casa.
   Voltar ou continuar?
   Marina deu meia volta. Foi em direção ao bar.
   Chegando lá, eles já não estavam mais. Havia uns quinze minutos que tinha ido embora, informou o cara do bar.
   "Bom, pelo menos eu tentei." disse para si mesma.
   Alguns dias depois, Marina reapareceu no Caffé, procurava um rosto conhecido.
   Raquel a viu se aproximar, o seu coração batia rápido, tentou respirar tranquilamente e esconder a vergonha e o seu sorriso ao vê-la.
   _Oi!
   _Oi!
   Cumprimentaram se.
   _O que vai querer? -perguntou Raquel quando Marina sentava se no balcão. Levantou a mão impedindo a de abrir a boca- não fala, deixa eu adivinhar... café descafeinado desnatado... Um sanduíche natural de rúcula... Certo?
   _Como você adivinhou?
   _Bom, não é que eu fico me gabando por aí, mas... -Raquel inclinou se para cima do balcão ficando mais próximas- eu sei ler mentes! -fez um sinal de silêncio com o dedo indicador.
   Marina fez cara de surpresa.
   _Uau, sério? Que legal! -sorriu- então, senhorita Raquel, já que você diz ler mentes... -apoiou se no balcão- adivinha no que eu estou pensando neste exato momento?
   Raquel ainda estava inclinada sobre o balcão, não conseguia desviar os olhos daqueles dois grandes olhos castanhos que poderiam fazer com que se perdesse neles. Molhou os lábios quando desviou seus olhos para a boca de Marina, a viu sorrir.
   Sorriu quando os seus olhos cruzaram novamente com os dela. Não sabia o que ela estava pensando, mas sabia dos seus pensamentos. Queria beija-la.
   _Raquel! -chamou um homem atrás dela- Raquel! -chamou novamente.
   Raquel não se mexeu.
   _Sim chefinho querido meu amor? -não tirava os olhos de Marina.
   _Aqui não é lugar para namorar, vai trabalhar.
   _Eu estou trabalhando chefinho, espero ela decidir o que vai querer -sorriu amigavelmente para ela.
   _Ah sim... Vou querer o de sempre, por favor!
   _Sim senhorita! -Raquel deu meia volta sorrindo para o seu chefe- viu, estou trabalhando.
   _É bom mesmo!
   Antes dele se virar para ir embora, Raquel mandou um beijo para ele.
   _Eu também te amo!
   Alguns minutos depois, estava de volta ao balcão entregando o seu pedido embalado bonitinho.
   _Aqui está!
   _Obrigada! -Marina agradeceu.
    _E então... você... -Raquel não queria que ela fosse embora- você gosta de rock?
   Não era isto que Raquel queria falar mas foi a primeira coisa que veio a sua cabeça quando viu os planfetos de divulgação de um show que ia acontecer no Caldeirão.
   Caldeirão era uma clareira na saída da cidade a onde acontecem eventos que reúnem uma grande quantidade de pessoas.
   Marina fez uma careta.
   _Ah não, é muita bagunça...
   _Não é bagunça, um pouco talvez, mas é uma bagunça boa. Mas enfim... que pena, -mostrou lhe o planfeto- ele são bons!
   _Hum... Faz assim... -Marina pega uma caneta da sua bolsa e entrega a Raquel- me dá o seu número de telefone... se eu mudar de ideia, eu te ligo.
   _Ok então.
   Raquel anotou o seu número ali mesmo no planfeto com a sua melhor caligrafia.
   _Então, eu já vou indo, não quero te atrapalhar aqui. Bom trabalho!
   Se despediram e Marina foi embora.
   "Eu devia ter pedido o seu telefone!" Raquel repreendeu se ao lembrar que não pedira o seu número, nem sabia o nome dela para poder procurar nas rede sociais. O dia marcado para o show no caldeirão estava chegando e Marina ainda não havia dado sinal algum.
   Em um belo dia em que Raquel estava de folga e poderia dormir até mais tarde, o seu celular toca atrapalhando o teu sono.
   Atendeu o celular no automático, ainda dormia.
   _Hum...
   _Alô... Raquel?
   _Hum...
   _É a Raquel?
   _Hum... é...
   _Oi... hã... tudo bem? -pergunta Marina desconfiada.
   _Sim... -Raquel acordou, olhou a tela do celular para ver quem estava ligando, não reconhecia o número- Quem é?
   _Marina...
   _Marina? -Raquel não conhecia nenhuma Marina e nem passou pela a sua cabeça ser a mulher do Caffé.
   _É, Marina, daquele dia no bar e no Caffé...
   _Ahh sim! -sorriu.
   _Lembra?
   _Claro que sim... como poderia esquecer!?
   _O que disse?
   Raquel pigarreou.
   _Claro que lembro de você.
   _Que bom... ainda aguardo a sua resposta!
   _Que resposta? -Raquel não fazia ideia do que ela estava falando.
   _Você diz ler mentes, não é?... então, aguardo a sua resposta do que eu estava pensando aquele dia.
   Raquel coçou a cabeça respirando fundo.
   _Desculpe... eu ainda estou meio lerda, estava dormindo...
   _Me desculpe por ter acordar...
   _Ah não se desculpe. É que eu estou de folga, então eu gosto de dormir até mais tarde.
   _Você está de folga?
   Raquel confirma.
   _Hum... que bom que liguei então, se não, eu ia lá atoa.
  Raquel parou, pensou um pouco... sorriu.
   _Você ia me ver?
   _Algum problema?
   _Claro que não! -Raquel não escondeu a sua animação- deve me ver sempre!
   Marina sorriu.
   _Então, o que vai fazer hoje?
   _Nada! Não tenho nada pra fazer o dia inteiro. Tudo tranquilo.
   Marina sorri convidando Raquel para alguma coisa mais tarde. Raquel aceitou sem pensar duas vezes. Passou o endereço de sua casa, Marina queria pega-la em casa.
   Raquel não dormiu depois que desligou o telefone, estava contando os minutos para a hora de se encontrar com Marina chegar, mas as horas demorava a passar.
   Tomou um banho demorado,  penteou o cabelo e escolheu uma das suas melhores roupas.
   "Está pronta?" sorriu ao ler a mensagem de Marina no celular.
 
    'Sim!'
 
    'Estou aqui fora.'

   Raquel sentiu um frio na barriga, Marina já estava em sua porta. Esse frio na barriga ia aumentando a medida em que ela se aproximava da porta de entrada.
   Era mais bonita do que se lembrava. Marina estava parada na calçada encostada em seu carro, um corolla preto, as mãos no bolso. Com a cabeça pendida de lado, sorria vendo Raquel se aproximar.
   _Oi.
   _Oi.
   Raquel queria beija-la, mas passou pela a sua cabeça que Marina poderia querer só a sua amizade, nada além disto. Não poderia estragar isto. Passou pela a sua cabeça também, já dentro do carro de Marina, que ela poderia atrair jovens moças para roubar seus órgãos ou prostitui-las.
   "Ainda por cima dá o endereço da sua casa pra ela... garota burra você em!?" repreendeu se.
   _Só uma perguntinha... -virou se para Marina- você não é uma traficante de mulheres ou de órgãos não, né?
   Marina riu. Ela tinha uma risada gostosa de se ouvir.
   _Eu não... por quê?
   _Nada não...
   _E você, é uma traficante?
   _Eu não! -Raquel sorriu meio encabulada, sentia vergonha por ter perguntado isto.
   O restinho da tarde foi bem produtiva para Raquel. Ela descobriu que Marina morava perto da onde ela trabalhava e quando estava atrasada e não dava tempo de tomar café em casa, ela passava por lá para compra um café. Ela era filha única, morava sozinha, os seu pais moravam em outra cidade.
   _Me fala um pouco sobre você -pediu Marina.
   Raquel como sempre, dava a mesma resposta.
   _Eu não sei falar de mim!
   _Ah, deve ter alguma coisa de interessante que possa falar.
   _Bom... -pensou um pouco- eu sou meio doida, gosto de gatos, gosto de desenhar... rock na veia e... sei lá mais o quê!
   _Humm... interessante. Não gosto de rock, não sei desenhar, nunca tive um gato e... -sorriu perguntando- e devo me preocupar com você por ser meio doida?
   _Acho que não - sorri de volta pensando no assunto.
   Raquel percebeu que não tinham nada em comum uma com a outra.
   _Dizem que os opostos se atraem... -disse por fim- o que acha?
   Marina da de ombros. A observava.
   _Acho que é física misturada com química.
   Raquel perdeu se em seus olhos.
   _Eu menti. Não sei ler mentes...
   Seus olhos desviaram se para a boca de Marina que se curvou num sorriso.
   _O que você estava pensando aquele dia? -Raquel ainda olhava para os seus lábios.
   Marina se inclinou para a frente.
   _Eu estava pensando na mesma coisa em que você está pensando agora...
   Seu olhos se cruzam.
   Raquel fecha os quando Marina chegou mais perto para beija-la.

NÃO É A MINHA CULPA SER ASSIM!!!  (Volume 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora