Epílogo

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Um sorriso, um grito de euforia, um emaranhado de sons e sensações demarcavam o ambiente que naquele momento segurava toda a atenção da solitária figura que observava de longe. 

"Mama, foi ele!" Um dedo indicador apontado na direção de cada um, e Ayden e Ayvan culpavam-se respectivamente por uma travessura que ambos juravam não terem cometido. 

Kelly não notou, mas um sorriso carregado de nostalgia marcava seu rosto enquanto uma única lágrima teimava em escapar outra vez de seus olhos. 

"Amor, eles não são mais crianças. É hora de abrir as asas e deixar eles saírem do ninho."

Um suspiro, um soluço. Kelly deixou cair mais uma lágrima. 

Princeton! Por Deus, por que não um lugar ao menos no mesmo continente?

A pergunta rondava sua mente, mas no fundo, Kelly havia notado desde o inicio, a partir do primeiro sorriso, que até mesmo o mundo inteiro seria sempre pequeno de mais para Ayden e Ayvan. Seus meninos de coração se não de sangue, seus filhos de alma. Os milagres que lhe haviam sido presenteados há dezessete anos atrás, e que agora estavam indo para longe, trilhar seus próprios caminhos. 

A lágrima solitária em seu rosto se tornou uma enxurrada quando Kelly se permitiu uma vez mais contemplar como seriam seus dias agora sem os dois por perto a todo momento. 

Sem ligações da escola por causa de uma briga em que Ayden se metia, mas Ayvan insistia sempre em tomar a culpa. 

Sem sermões diários sobre onde guardar meias sujas. 

Sem garotas aleatórias aparecendo a todo momento na porta de sua casa com um sorriso inocente no rosto e um brilho safado nos olhos. 

Sem Ayden e Ayvan.

Kelly soluçou e passou as mãos sobre os olhos com força, tentando obrigar as lágrimas a pararem de cair. 

Um suspiro exasperado soou ao seu lado e imediatamente, Kelly se virou para encarar o culpado. 

Ao seu lado, uma garotinha que pouco tinha em estatura física, mas carregava um brilho de inteligência no olhar, e se portava como se conhecesse mais do mundo do que Kelly acreditava ser saudável para alguém ainda tão jovem. 

"Não sei o que te aflige moça, mas já te aviso logo que chorar não adianta de nada." Ela disse e sua voz era cínica e um sorriso no canto do rosto marcava esta impressão como verdadeira.

Quando Kelly apenas a encarou com uma expressão confusa no rosto, a garota revirou os olhos e se sentou no chão ao lado de onde Kelly estava parada. 

"Eu acabei de ser devolvida pela terceira família que me levou para viver com eles." Ela disse sem um pingo de emoção. Kelly abriu a boca para dizer algo, mas a garota deu de ombros e continuou a falar antes que ela pudesse dizer uma só palavra. "Dessa vez foi estranho, por que eu morei com eles quase dois anos. Disseram que eu não sabia fazer parte da família."

Um minuto inteiro de silêncio. 

Kelly se sentou no chão ao lado dela. 

"Eu nunca quis mesmo ser parte daquela família." Ela deu de ombros outra vez, e Kelly não pode deixar de notas que ela genuinamente parecia não se importar. "Mas na terceira vez a gente já tá' acostumada e é bem mais fácil." Ela assentiu como se concordasse com sua própria observação absurda e Kelly a encarou perplexa. "Na primeira vez que eu fui devolvida, eu acho que chorei, não sei direito, eu era muito bebê." Um abanar de mãos despreocupado. "Na segunda vez eu não tinha muito o que fazer. Pena que gente desmaiada não pode falar para agradecer." Um olhar vazio. "Dessa vez, eu disse obrigada, e até a próxima para moça que vai buscar a gente quando as famílias querem devolver." Um enorme sorriso vazio. Kelly sentiu todos os pelos de seu corpo arrepiarem. "Então moça, eu não sei por que você tava chorando, não me importo em saber também, mas queria te falar que chorar nunca é a opção certa. Acredite em mim, eu sei."

Dizendo isso, a garota se levantou, limpou a poeira do traseiro de suas calças com uma das mãos e se preparou para ir para longe. 

Kelly se levantou em um pulo, tropeçando nos próprios pés em sua pressa, e antes que a menina pudesse sumir de vista, a segurou pelo braço. 

A garota retesou e imediatamente se virou para encarar Kelly com uma expressão de puro terror antes de tentar se soltar do aperto de sua mão. Kelly não soltou e a garota a encarou uma vez mais, seus olhos parecendo estranhamente resignados quando ela notou que não conseguia se soltar. 

"Como é o seu nome?" Kelly perguntou. A garota a encarou em puro silêncio. "Eu sou Kelly Jones." 

Outro minuto de contemplação. 

Um sussurro. 

"Arabella."

Um passo à frente. Um abraço quase forçado. Um soluço de surpresa, outra de apreciação. 

"Obrigada Arabella."

E Kelly Jones havia encontrado mais um propósito. 



*****

 Então amores, ta aí meu prometido Epílogo. Espero que tenham gostado!!!

FIM?!!!!

Eu não seeei! Tô decidindo ainda se escrevo a cena do aeroporto mencionada em Perception onde os gêmeos se despedem dos pais e Ethan aconselha os filhos sobre como usar o sotaque britânico deles para ganhar algumas ladies! Hahaha O que vcs acham? Devo ou não escrever? RESPONDAM, PLEASE!

Não tô preparada para dar tchau para Reason ainda, eu acho! Hahaha

Vou lá ler Perception, por que me deu saudades! Alguém ai interessado em reler? Hahaha 

Divulguem para as amigas do Wattpad amores, se cada uma de vocês marcar uma amiga ou duas, Perception pode alcançar mais pessoas!

Beijos e até Temptation, que logo vem carregada de bomba atrás de bomba! Hahahaha

Fiquem com Deus!!!!

Reason (Real #2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora